Feito inteiramente com Inteligência Artificial, o vídeo relembra jogos dos anos 90, com instrumentos musicais no lugar de armas
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Créditos: Vítor Patalano |
No clipe da música “Guerra e Paz”, da banda Super Condutores, que será lançado dia 25/04, o espectador se vê dentro de um videogame dos anos 1990, escolhendo qual instrumento musical ele vai usar para começar o jogo. Vitor Patalano, integrante da banda e responsável pela criação do clipe, explica sua escolha para o tema. "O mundo está em crise, com várias guerras em andamento, e eu queria criar um mundo em que a harmonia prevalece sobre o conflito. Para isso eu resolvi usar uma estética de videogame de guerra, onde as armas são trocadas por instrumentos musicais, e os soldados fazem jam sessions em vez de guerra. Com a IA generativa para imagens, dá pra fazer isso. Guerra e Paz é o nome de um berçário de estrelas, onde as sementes da vida são geradas e transformadas. A música fala sobre esse renascimento; da esperança, da paz e da harmonia entre as pessoas. É um grito de "Faça amor, não faça guerra", para as novas gerações, tão ligadas em mundos virtuais. E o videogame —como no clipe— parece ser o veículo ideal para transmitir essa mensagem."
O vídeo também faz referência ao nome da região estelar NGC 6357, localizada na constelação de Escorpião. As baterias da banda, que à uma primeira impressão parece estar voltadas para um campo de batalha telúrico, na verdade estão mais uma vez apontadas para as estrelas, onde a energia magnética de alta voltagem da banda definitivamente parece buscar suas musas inspiradoras.
Neste lançamento, todo o gás da canção se condensa progressivamente e culmina num refrão — explosivo como uma Supernova— cujos estilhaços criam os elementos que forjam a química da banda, que mantém baixo, bateria, piano, guitarras, versos e melodias coesos, dando forma à canção mais solar e esperançosa do álbum.
A música faz parte do álbum de estreia da banda - O Sertão Vai Virar Marte, produzido por Kassin e gravado no lendário estúdio Nas Nuvens, de Liminha. O projeto segue a batuta do publicitário pós-graduado em Inteligência Artificial e músico, Vítor Patalano, (Me & The Plant), e conta com outros condutores de peso como Pedro Garcia (Planet Hemp) na bateria, Rodrigo Tavares (Caetano Veloso e Seu Jorge) nos teclados, Regis Damasceno (Cidadão Instigado) no baixo, violão e guitarra, além do próprio Kassin nas guitarras. Todos os músicos são compositores e produtores, e essa polifonia de talentos reunidos resulta num equilíbrio singular entre produção e composição; razão e emoção.
As 10 músicas do álbum serão acompanhadas por videoclipes produzidos pelo próprio Patalano, inteiramente através de IA. Quatro já estão disponíveis no Youtube da banda (Link).
Guerra e Paz
Do ferro em profusão
Ao ponto da explosão
O espaço vai renascer
Se o sol me ofuscar
Em posso me imaginar
Um astro, pra renascer
E não cantar em vão
O que tocar o coração
O nosso tempo será
De matar ou morrer
Ou de renascer?
O Morto levantar
Vermelho cicatrizar
Os mares vão renascer
E quando tudo que existir passar
E até a morte se cansar
O Nada vai renascer
E não cantar em vão
O que tocar o coração
O nosso tempo será
De matar ou morrer
Ou de renascer?
É o fim, é o fim, é o fim?
Não, não, não, não.
E não cantar em vão
O que tocar o coração
“Supercondutores são materiais capazes de transportar energia sem resistência. Se a música é o meio universal para a troca de energia emocional entre as pessoas, então podemos dizer que a música é o supremo supercondutor da natureza. E como a palavra ‘condutor’ designa também 'maestro', temos aí a gênese do nome Super Condutores”, explica Patalano.
O álbum, com distribuição da Universal Music, descreve um mundo distópico de pessoas hiper-conectadas pela IA mas desconectadas da própria natureza, ameaçado pelo extremismo ideológico e climático. A sonoridade ora é abrasiva — como no fuzz das guitarras de tonalidade tropicalista — ora gélida, com timbres de sintetizadores e vozes robóticas que parecem anunciar o apocalipse digital. Os ouvintes são conduzidos por ritmos e cadências variadas, que compõe um autêntico libretto em 10 atos — canções — de emoções contemporâneas: o metrônomo acelerado da ansiedade, o escapismo etéreo dos mundos virtuais, a busca por heróis fugazes, e os incessantes encontros e desencontros amorosos, onde o coração — literalmente — pulsa soterrado por camadas de loops, timbres e texturas.
O disco também fala sobre as emergências climáticas e os riscos que trazem para o planeta, que está ficando cada vez com menos recursos e tempo habitável. “E se ao contrário do que diz a música Sobradinho: O sertão vai virar mar - o sertão vire o planeta Marte?”, questiona Patalano.
Ambicioso em sua proposta estética e ao mesmo tempo acessível às ondas radiofônicas, O Sertão Vai Virar Marte aterriza na cena musical para injetar frescor ao pop-rock nacional e mostrar que é possível resgatar a tradição do rock brasileiro criativo e inteligente, capaz de emocionar as novas gerações e fazê-las refletir sobre o futuro.
Faixas O Sertão Vai Virar Marte:
01 - ANTARES - 3:23
02 - VIAGEM AO CENTRO DA TERRA - 3:44
03 - TRÁGICO - 3:28
04 - HOJE - 3:28
05 - O SERTÃO VAI VIRAR MARTE - 4:39
06 - DELÍRIO - 4:16
07 - GUERRA E PAZ - 4:50
08 - RECEITA DE HERÓI - 3:13
09 - SONETO DO SONO - 2:37
10 - LOVE LOOP - 3:35
Banda Super Condutores:
Vítor Patalano:
Vocais, Violões, Guitarras,
Piano, Rhodes, Wurlitzer, Synths,
Loops
Kassin: Guitarras e Lap Steel
Regis Damasceno: Baixo, Guitarra
e Violão 12 cordas
Pedro Garcia: Bateria
Rodrigo Tavares: Piano elétrico,
Teclados, Synths, Loops
Beto Montag: Vibrafone