O programa Salute conecta médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas brasileiros a oportunidades reais de carreira com melhores salários e maior qualidade de vida na Itália. Saiba como participar.
A escassez de profissionais de saúde na Itália tem criado oportunidades para médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem brasileiros. Diante desse cenário, o governo italiano reconheceu oficialmente a falta de mão de obra no setor e adotou medidas para facilitar a contratação de estrangeiros qualificados. Entre essas iniciativas estão decretos que simplificam o processo de entrada no país e agilizam procedimentos relacionados a vistos e contratação.
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Davide Rossi |
Foto: Divulgação |
Ao mesmo tempo, enquanto os italianos buscam imigrantes qualificados para preencher essas vagas, cresce o interesse de profissionais brasileiros da saúde por melhores condições de vida e trabalho na Europa, especialmente na Itália. Os motivos para essa escolha são variados e vão além da remuneração. No entanto, é fundamental estar atento aos pré-requisitos exigidos e buscar orientação especializada durante o processo, já que a falta de conhecimento pode expor o candidato a riscos de golpes e frustrações — situação relatada por brasileiros que tentaram migrar sem o devido preparo.
Motivos para trabalhar e viver na Itália
A demanda por profissionais da saúde na Itália é especialmente alta, com destaque para médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. Dados apontam uma falta de pelo menos 63 mil enfermeiros em todo o país e há uma projeção de cerca de 452 mil imigrantes necessários para ocupar vagas em saúde e outras áreas, dentro de um total de 833 mil postos de trabalho abertos e ainda não preenchidos, segundo consta no próprio decreto emitido pelo governo italiano em dezembro de 2023.
Em contrapartida, trabalhar e morar na Itália é especialmente atrativo para brasileiros por diversos motivos. O principal deles é a remuneração em euros, moeda que tem se valorizado em relação ao real e oferece maior poder de compra. Para exemplificar, enfermeiros que se mudam do Brasil para a Itália recebem um salário médio de 1.700 euros mensais, enquanto médicos têm remunerações que vão a partir dos 3.000 euros mensais, podendo ser maiores conforme a experiência e especialização do profissional. Vale destacar que todos os valores salariais mencionados já consideram os descontos fiscais e previdenciários obrigatórios, como a contribuição ao INPS (equivalente ao INSS), de 9,19% sobre o salário bruto, além do imposto de renda IRPEF, cuja alíquota varia de acordo com a faixa de renda.
Contudo, além dos salários, há outras vantagens, como a jornada de trabalho reduzida de 40 horas semanais, férias mais longas e acesso gratuito a serviços públicos de alta qualidade, como saúde, educação e segurança. A Itália oferece excelente qualidade de vida, com índices superiores à média da OCDE em saúde e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O país proporciona acesso facilitado ao mercado europeu, e sua localização estratégica favorece viagens e negócios dentro do continente, já que está inserido na União Europeia e no Espaço Schengen. Isso permite acesso sem necessidade de visto a mais de 27 países do bloco europeu, além de custos de passagens aéreas consideravelmente mais baixos em comparação com voos domésticos no Brasil, possibilitando férias em destinos turísticos como Veneza, Roma, Madri, Atenas, Londres, Lisboa e outras capitais europeias a preços inferiores aos praticados na maioria dos principais destinos turísticos brasileiros.
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Os principais desafios de quem tenta ir sozinho
No entanto, quem tenta fazer o processo migratório sozinho enfrenta obstáculos significativos. O primeiro desafio é o domínio do idioma técnico específico da área da saúde, necessário para comunicação com equipes médicas e pacientes. A burocracia para validação de documentos representa outra barreira, envolvendo traduções juramentadas e reconhecimento de diplomas. Além disso, há relatos de golpes aplicados por falsas agências de recrutamento, que causam prejuízos financeiros e perda de tempo aos candidatos.
Não é raro encontrar na internet, em grupos online, relatos e experiências frustrantes de profissionais da saúde que tentaram ir para a Itália sem nenhum tipo de orientação: “Perdi tempo e dinheiro”, disse uma profissional que caiu em golpe de suposta vaga. Outro depoimento menciona: “Tive toda a documentação pronta e nunca fui chamada para entrevista”.
Programa Salute: ingresso no mercado de trabalho italiano
Diante dessas dificuldades, o professor ítalo-brasileiro Davide Rossi desenvolveu o programa Salute, uma extensão universitária da Andiamo Brasil em parceria com a UNIFATEC. O curso oferece certificado reconhecido pelo MEC e trabalha três pilares considerados essenciais para quem quer ir trabalhar na Itália: ensino de italiano técnico para a área da saúde, orientação sobre documentação e tradução, e conexão com recrutadores que atuam junto a hospitais e clínicas italianas.
O programa inclui ainda simulações de entrevistas, descontos em traduções juramentadas e suporte para processos burocráticos. Alunos que participaram do curso relatam à nossa equipe de reportagem terem obtido resultados positivos. Joyli Romano afirma que “para trabalhar na área da saúde na Itália, só o Salute fazia sentido”. Manal Khalil Abdouni conta que “em menos de três meses, o Salute me preparou para uma entrevista em italiano, e eu fui aprovada”. Ana Pilatti menciona que “o curso me deu segurança para me comunicar com colegas, pacientes e familiares na clínica italiana”, enquanto o Dr. Ricardo Vallejos atribui sua colocação ao programa: “Tudo aconteceu por causa do Salute”.
Por que a demanda só vai crescer
A demanda por profissionais estrangeiros deve continuar crescendo, especialmente devido ao envelhecimento da população italiana e à dificuldade de encontrar profissionais locais dispostos a ocupar as vagas disponíveis.
Um decreto especial em vigor até 2027, com possibilidade de prorrogação, permite que profissionais com diploma estrangeiro atuem temporariamente na Itália mesmo antes da revalidação definitiva do título, que pode ser concluída posteriormente durante o exercício da profissão.
Como participar?
As inscrições para a próxima turma do Salute estão abertas, com número limitado de vagas para garantir acompanhamento individualizado durante o processo, através do site oficial do programa