Por Camila Piva
Qualidade de vida entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília
Foto: Divulgação/ istock |
A cidade de São Paulo é uma metrópole global, a mais populosa do Brasil e uma das maiores do mundo. Localiza-se na região sudeste e é considerada o principal centro econômico e financeiro do país, de sorte que é sede de grandes empresas e entidades nacionais e internacionais. É um centro cultural importante, no qual há pessoas de diversas origens, com grande variedade de estabelecimentos e eventos culturais.
O clima é subtropical úmido e integra o bioma mata atlântica. É uma cidade densamente povoada, sendo que a maioria da população vive na zona urbana da cidade. Um aspecto importante da capital é o envelhecimento da população. Atualmente, a maior concentração de pessoas está entre as faixas de 30 a 39 anos. A expectativa de vida média na capital é de 70,56 anos, no entanto, há uma grande disparidade entre os bairros centrais e periféricos.
São Paulo, como dito acima, é um centro econômico e financeiro do Brasil, em destaque com o setor terciário, este responsável pelo comércio e serviço, ocupando as maiores receitas do município. Ela possui uma grande rede de infraestrutura e serviços urbanos, no entanto, há problemas estruturais que dificultam o acesso a alguns serviços nos bairros mais pobres.
É uma cidade que se caracteriza por um número muito grande de imigrantes, vindos de outros estados e países. Esse panorama faz da capital paulista um verdadeiro mosaico cultural. O crescimento econômico de São Paulo foi contínuo e, após a crise do café no século XX, iniciou-se um grande processo de industrialização, possível por investimentos estatais, tendo se tornado atualmente o maior centro industrial do Brasil. A capital tornou-se uma área de concentração populacional em virtude da migração em busca de trabalho.
Célia, empregada doméstica, conta como é o seu dia a dia em São Paulo: “Eu moro em casa alugada e trabalho de segunda a sexta na mesma casa. Então eu saio da minha casa, pego o ônibus às dez para as seis e chego ao trabalho antes das oito. Eu pego metrô e 1 ônibus. Pelos horários que venho e vou, a qualidade é boa”. Ela fala que não pega o transporte muito lotado pelo horário, que é cedo. Também comenta que é registrada há 11 anos e que consegue se sustentar com o seu salário. “Meu salário não é muito, mas é o suficiente para manter a vida que eu tenho. Para ir para casa de táxi de vez em quando”, diz Célia aos risos.
O Rio de Janeiro é uma das cidades brasileiras mais conhecidas no exterior pelo Carnaval, pelo Ano Novo e pela estátua do Cristo Redentor, que está localizado na região sudeste da cidade e é visto por todos os cariocas sempre. A cidade durante anos teve sua principal atividade econômica na exportação de bens primários. Atualmente o motor da economia carioca é o turismo.
Esta cidade é desenvolvida, apesar de grandes diferenças sociais, e os cariocas são muito festivos e receptivos, apresentando como identidade cultural a diversidade da população. O Rio de Janeiro foi capital da república a partir de 1889. Com a criação da cidade de Brasília como capital do país, a cidade perdeu parte do seu poder político e financeiro.
A vegetação da capital fluminense é da típica mata atlântica e ela é o segundo município mais populoso do Brasil. A economia carioca está baseada no terceiro setor, destacando-se a área de serviços, o comércio e o turismo, que atrai milhões de turistas para a cidade.
Nos últimos anos, com a chegada de imigrantes estrangeiros, há um grande crescimento urbano na cidade, principalmente pela sua biografia privilegiada. A tradição religiosa é muito forte entre a população carioca. As religiões mais praticadas são: o catolicismo, protestantismo, umbanda e candomblé.
Embora o índice de desenvolvimento humano dessa cidade seja elevado, o município é a síntese da desigualdade de renda da população brasileira. As diferenças sociais são muito visíveis na paisagem da cidade, por causa da proximidade geográfica entre ocupações irregulares, as chamadas favelas e os condomínios de alto luxo.
Brasília é a capital do Brasil desde 1960, possui grande importância política, pois abriga a sede do Governo Federal. Situa-se no Planalto Central e foi o local escolhido para transferir a capital da república do litoral para o interior do país. A ideia do presidente Juscelino Kubitschek era de que fosse mais seguro a capital no interior, mais protegida. Esta cidade teve muitas transformações, com muitas diversidades, na economia em relação à distribuição de renda e do ponto de vista social entre a capital e as regiões administrativas.
Maria Ribeiro, empregada doméstica, comenta que é diarista e que seu salário é de R$3.000, 00. “Consigo me sustentar com o meu salário, porque sou eu e o meu marido trabalhando e só moramos nós dois em casa, eu tenho dois filhos, mas os dois são casados”, diz Maria. Ela diz que não é registrada, mas paga o INSS. “Adoro trabalhar de diarista, porque a minha patroa e o meu patrão são maravilhosos comigo”, diz Maria.
O clima predominante nessa região possui duas estações bem definidas: verão chuvoso e um inverno seco. Essa região costuma ter relevos altos e planos e possui uma altitude que varia entre 800 a 1.350 metros acima do nível do mar.
A construção de Brasília durou 41 meses, com inúmeros prédios, rodovias, implantação de serviço de água e esgoto e além de um lago artificial. Esta cidade foi projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Os trabalhadores que fizeram a cidade ficaram conhecidos como candangos, um termo africano, que significa ruim. Grande parte da população brasiliense era composta por imigrantes, de todos os estados do país, buscando trabalho, na maior parte nos setores públicos.
O distrito federal (DF) é um território limitado, não há grandes condições de estimular a agropecuária e a indústria. Até os anos 90 a economia do DF girava em torno da construção civil e pequenas produções agrícolas para o mercado interno, plantavam ali perto só para o consumo da cidade. A partir disso, os setores de serviço e turismo começaram a ganhar força. Considera-se Brasília patrimônio da humanidade pela UNESCO, vários turistas vão para cidade com o intuito de tratar de negócios e visitar os espaços históricos.
Ao analisar as 3 cidades escolhidas apoiadas em diferentes pesquisas e nos dados colhidos e já publicados do Censo/2022, pode-se perceber que elas têm em comum o fato de serem capitais. Cada uma possui suas próprias características, todas são muito famosas e tem seus atrativos culturais e belezas naturais, semelhanças e diferenças, mas as 3 têm em comum o fato de ter uma grande desigualdade.
Brasília, cidade com clima seco, capital do país, possui população flutuante, pois a maioria dos políticos que lá trabalham deixam as cidades nos fins de semana voltando para seus estados. Uma cidade planejada, onde tudo é muito distante fazendo com que as pessoas utilizem muito o carro. As ruas são mais desertas e naturalmente a densidade demográfica é menor do que no Rio e São Paulo.
Rio de Janeiro, cidade que vive focada no turismo, com praias lindas é conhecida como “cidade maravilhosa”. Seu clima é quente, sua população é densa e suas características geográficas fazem o encanto desta cidade. As pessoas têm mais o costume de andar a pé.
Por outro lado, São Paulo, a capital mais populosa, a maior cidade do país, a mais industrializada, apresenta um clima mais cinzento como uma garoa que a fez mais famosa. O índice populacional é impressionante, porque é a mais procurada por brasileiros e estrangeiros por poder oferecer mais trabalho e maiores oportunidades de crescimento individual e profissional. Sua população entre os edifícios imensos espalhados pela cidade é classificada como seria e até mal humorada, focada na correria do dia a dia.
Pode-se perceber que em nenhuma delas a qualidade de vida é a melhor, porque existe uma desigualdade muito grande na população do Brasil inteiro. Pode-se citar que o salário mínimo da cidade de São Paulo é o maior, mas somente 45,7% estão trabalhando. É menos da metade da população da cidade tendo uma condição média de trabalho.
Brasília caminha também para essa desigualdade, um dos motivos é que enquanto os funcionários públicos ganham altos salários o restante da população não tem a mesma possibilidade. Além disso, apenas 44,9% da população está ocupada. Já no Rio de Janeiro são 34,7% que têm algum tipo de trabalho.
Maria também fala sobre a qualidade do transporte público em Brasília. “A qualidade do transporte que é uma porcaria. Para eu ir ao trabalho de manhã eu demoro menos, mas na volta é uma hora, uma hora e pouco, por causa do engarrafamento. O transporte é muito pouco, você chega na rodoviária e fica uma hora, uma hora e pouco para conseguir pegar um ônibus”. Ela fala que trabalha em duas casas. Em uma delas ela pega ônibus e metrô e na outra fica a 12 km da casa dela, então vai de bicicleta.