A atriz Léa Garcia morreu hoje (15/08), aos 90 anos. Ela estava em Gramado para ser homenageada no 51º Festival de Cinema de Gramado com o troféu Oscarito, pelo conjunto da obra. A informação foi confirmada pelos familiares nas redes sociais da artista.
"É com pesar que nós familiares informamos o falecimento agora na cidade de Gramado, no Festival de Cinema de Gramado, da nossa amada Léa Garcia".
A atriz sofreu um infarto, conforme informou o filho dela, Marcelo Garcia. Ela chegou a ser encaminhada ao Hospital Arcanjo São Miguel, mas não resistiu.
Léa chegou a participar do tapete vermelho do evento, que começou no último sábado (12). Na noite desta terça, estava programada uma cerimônia em homenagem a Léa e Laura Cardoso, que receberiam o troféu Oscarito.
Nascida no Rio de Janeiro, Léa começou a atuar aos 19 anos, na peça Rapsódia Negra, de Abdias do Nascimento. Ao longo da carreira, a atriz participou de mais de cem produções no cinema, teatro e na televisão, e recebeu quatro Kikitos pelos filmes As Filhas do Vento (2005), Hoje Tem Ragu (2008) e Acalanto (2012).
Em 1957, a atriz indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes, por Orfeu Negro. Ao longo da carreira, ela buscou quebrar barreiras:
— A homenagem reflete o reconhecimento de uma trajetória digna e plena de amor pela arte. Contudo, faço uma reflexão: como incorporar o negro no processo produtivo da cinematografia do Brasil? Não podemos assistir cinema apenas como entretenimento, há a necessidade de promovê-lo e debatê-lo em todos os aspectos — discorreu ela, recentemente, em entrevista a Donna.
Léa destacou-se em novelas como Selva de Pedra (1986), Xica da Silva (1996) e O Clone (2001). No ano passado, atuou nos longas Barba, Cabelo e Bigode, Pacificado e O Pai da Rita.