No dia 26 de setembro, às 18h, o Coletivo Amor de Madre e a galeria Emma Thomas se unem para a apresentação de projetos agregadores. Os espaços do prédio do Coletivo, localizado na Rua Estados Unidos, receberão uma ocupação guiada pelo desejo comum de dialogar sobre confluências entre o ambiente da arte e do design contemporâneos. A Galeria Emma Thomas apresenta dois artistas: um happening de Marcelo Cipis que apresenta em formato de gabinete de curiosidades uma investigação sobre seus 40 anos de produção; e uma interlocução com Erica Ferrari que fala sobre sua última série Estratigrafia: Palácios, onde a sobreposição do tempo se dá sobre prédios históricos.
O Coletivo Amor de Madre apresenta no andar térreo uma janela tecnológica que estabelece relações táteis simultâneas entre os espectadores que estiverem em São Paulo e em Pequim; além de uma proposição feita via Instagram pelo coletivo D3 (#whenareyou) que será projetada sob a fachada do prédio no dia da abertura. Esta ação cultural resultante da parceria entre o Coletivo Amor de Madre e a Emma Thomas se desdobra em diversos aspectos: na promoção de conversas com artistas, pesquisadores, designers, produtores culturais, público e, também, no embate com questões importantes tanto à arte quando ao design: como romper as barreiras visíveis e invisíveis no processo de internacionalização de projetos brasileiros.
Janela tátil liga paulistanos e chineses
A ocupação da Emma Thomas no Coletivo Amor de Madre faz parte de uma ação internacional do Coletivo Amor de Madre, que participa da Beijing Design Week, festival de design de Pequim, na China, com abertura no dia 26 de setembro em São Paulo e Pequim. Para apresentar a cidade São Paulo, o Coletivo levou para Pequim trabalhos dos designers Guto Requena, Edson Pavoni, Marko Brajovic e Mauricio Arruda, entre outros, com curadoria de Olivia Yassudo, fundadora do Coletivo. Um destes trabalhos se comunicará com São Paulo através de uma janela interativa, a “Place to Departure”, instalação criada pelos designers Edson Pavoni, João Souza, Pagu Senna, Raphael Fagundes, Felipe Minutti, Victor Gama e o engenheiro Diego Spinola, da empresa de tecnologia D3, é uma janela tecnológica que estabelece relações entre quem estiver no Coletivo em São Paulo e na Beijing Design Weekend. Esta “janela” permite que pessoas em lugares diferentes possam sentir o toque um dos outros, interagindo com um sistema invisível aos olhos de feedback tátil.
A ideia do trabalho é a possibilidade de transpor qualquer distância ou fuso-horário. “As pessoas poderão experimentar essa interação tátil, promovida pela fusão da tecnologia aliada ao design. Esse tipo de trabalho apresentado como obra de arte é também uma forma de melhorar a vida e tornar imperceptível a distância, questionando assim os relacionamentos humanos”, salienta Olivia.
Também no dia de abertura, 26 de setembro, as paredes do Coletivo Amor de Madre receberão a projeção em vídeo mapping desenvolvido pela D3 e pelo artista Henrique Stabile, mostrando a rota de todos integrantes do projeto através de imagens mixadas com fotos do “Deconstructing Cities”.
“40 anos em 40 dias” + “Estratigrafia: Palácios”
Marcelo Cipis ocupa o segundo andar do Coletivo com “40 anos em 40 dias”, uma seleção de 70 obras produzidas pelo artista nas últimas quatro décadas, todas inéditas. Esta mostra será organizada como em “Gabinete de Curiosidades”, forma de exposição de arte muito comum no século entre nos séculos XVI e XVII em que se misturavam uma série de elementos de forma anárquica em um mesmo ambiente. “Pinturas de diferentes décadas e de diferentes linguagens serão colocadas juntas de uma forma randômica, misturadas, para fazer um painel desta produção”, explica Marcelo Cipis sobre as cerca de 70 obras que apresentará. Esta ação batizada pelo artista como happening: “é uma oportunidade de mostrar trabalhos que estão no ateliê e que nunca foram mostrados antes”
Já Erica Ferrari apresenta a série “Estratigrafia: Palácios”, que faz parte de pesquisa acerca das camadas históricas dos Palácios Nacionais, dos quais destacam-se aqueles que guardam passagens de luta e violência e que funcionam atualmente como museus ou espaços culturais. “Essas edificações possuem algumas características arquitetônicas semelhantes, como hall de entrada, escadarias suntuosas, pé direito alto, evocação nos elementos constituintes da cultura greco-romana etc., que denotam, para além da linguagem arquitetônica, insígnias de poder. O dado de interesse aqui é a relação da história dessas construções e dos seus usos, tanto na questão do local escolhido para abriga-las, muitas edificadas em pontos nos quais algum movimento social ou governamental já havia se tornado notório, quanto na importância de sua posse ou tomada por movimentos de revoltas populares”, explica Erica.
Além das instalações, fazem parte desta ocupação conversas com os artistas e convidados, marcados para os dias 04 e 25 de outubro, das 15 às 17h.
Emma Thomas abre Coletivo Amor de Madre
Abertura: 26 de setembro, sexta-feira, às 18h
Período expositivo: 26 de agosto a 1º. de novembro
Endereço: Rua Estados Unidos, 2174, Jardins – São Paulo
Tel: (11) 3280-3111
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 12h às 18h; sábados, das 12h às 17h
Entrada gratuita/ livre
www.amorart.com.br
www.emmathomas.com.br
Entrada gratuita/ Livre