Ortopedista explica as causas da dor no joelho nas mulheres e dá dicas práticas para evitar lesões no pós-parto e no dia a dia com os filhos
![]() |
Com a maternidade vêm as alegrias — e também desafios físicos pouco falados. Um dos mais comuns é a dor no joelho, que pode surgir logo no pós-parto ou aparecer meses depois, quando a rotina envolve carregar o bebê no colo, agachar-se repetidamente e lidar com noites mal dormidas e pouco tempo para cuidar de si mesma.
“O ganho de peso na gestação, somado ao sedentarismo, à sobrecarga física e às alterações hormonais, cria um cenário de risco para os joelhos das mulheres”, explica o ortopedista Dr. Adriano Leonardi, referência nacional em cirurgia do joelho e medicina esportiva. Ele alerta que, sem os cuidados certos, até movimentos cotidianos podem resultar em dor e inflamações.
As principais causas de dor no joelho entre mães
Entre os fatores mais comuns estão:
Sobrepeso: cada quilo a mais adquirido na gestação aumenta o impacto nas articulações.
Sedentarismo: a falta de exercícios reduz a força muscular essencial para estabilizar os joelhos.
Movimentos de impacto: segurar a criança no colo, agachar, levantar peso com má postura e caminhar longas distâncias com carrinho sem preparo adequado geram microlesões.
Alterações hormonais: no puerpério, os hormônios ainda estão em transição, afetando ligamentos e aumentando o risco de lesões.
Como a maternidade impacta os joelhos
“O corpo da mulher passa por um período de adaptação física intensa após o parto. A frouxidão ligamentar provocada pelos hormônios da gravidez não desaparece imediatamente, deixando o joelho mais vulnerável”, explica Dr. Leonardi. Ele destaca que atividades como carregar os filhos de forma repetida, agachar-se para cuidar das crianças e até voltar a praticar exercícios sem readaptação progressiva podem provocar tendinites, síndrome patelofemoral e dores musculares.
Dicas práticas para fortalecer os joelhos no dia a dia
Exercícios simples: agachamento leve com apoio na parede, elevação de perna estendida, ponte (elevação de quadril) e subir degraus devagar já ajudam a ativar quadríceps e glúteos, essenciais para proteger os joelhos.
Alongamentos diários: panturrilhas, posteriores da coxa, quadríceps e glúteo piriforme.
Ajustes de hábitos: evitar cruzar as pernas ao sentar, distribuir o peso ao carregar bolsas (preferir mochilas), usar calçados com bom amortecimento.
“Não é preciso uma academia para cuidar das articulações: pequenas mudanças no dia a dia fazem uma grande diferença”, reforça Dr. Leonardi.
Quando procurar ajuda médica
Segundo o especialista, é hora de buscar avaliação ortopédica se surgirem sinais como:
Dor persistente por mais de duas semanas, mesmo em repouso.
Inchaço frequente após atividades simples.
Sensação de falseio ou instabilidade no joelho.
Dificuldade para subir/descer escadas, levantar de cadeiras ou carregar peso.
Estalos dolorosos ou travamentos.
Histórico de lesões antigas com sintomas recorrentes.
“O autocuidado é fundamental para manter a qualidade de vida e garantir que as mães possam acompanhar seus filhos com saúde e disposição em todas as fases da vida”, conclui Dr. Leonardi.