A piora progressiva da visão podem indicar a necessidade de uma intervenção cirúrgica no paciente com a doença.
![]() |
Dr. André Sigueta, oftalmologista | Foto: Divulgação |
A perda de transparência do cristalino, ou seja, quando há o embaçamento dessa lente natural do olho humano, dá-se o nome da patologia de catarata. É quando ocorre uma opacificação nessa região do globo ocular, deixando a vista embaçada.
Geralmente a catarata ocorre em pessoas com mais de 50 anos. Uma pesquisa realizada pela Fiocruz, cerca de 25% dessa parcela da população possui a comorbidade.
Além da visão embaçada, dentre os principais sintomas estão: a dificuldade de enxergar à noite, a sensibilidade à luz, percepção de halos ao redor das luzes, a alteração na percepção das cores e a necessidade frequente de trocar os óculos. “Quando esses sintomas começam a interferir nas atividades diárias, como ler, dirigir ou assistir televisão, é indicado buscar avaliação com um oftalmologista para considerar a indicação cirúrgica”, explica o oftalmologista Dr. André Sigueta.
A tecnologia a favor do procedimento cirúrgico
A cirurgia da catarata é, hoje em dia, um procedimento totalmente seguro. Além de rápido, pode ser realizado, na maioria dos casos, com anestesia local ou sedação leve. O processo consiste na remoção do cristalino opaco, ou seja, da própria catarata, e na sua substituição por uma lente intraocular artificial. “Atualmente, contamos com tecnologias avançadas como o facoemulsificador de última geração, que fragmenta a catarata com precisão ultrassônica, e com o auxílio do laser de femtosegundo, que permite maior precisão em etapas específicas da cirurgia”, exemplifica o oftalmologista.
Lentes intraoculares premium, como as multifocais e tóricas, são tecnologias que vão além da cura da catarata. Podem corrigir miopia, hipermetropia, astigmatismo e até presbiopia.
![]() |
Foto: Divulgação |
Cuidados antes e após a cirurgia
A avaliação oftalmológica completa é fundamental no pré-operatório, além dos exames específicos para planejamento da lente intraocular e o estado geral da saúde do paciente. Quando a cirurgia ocorre, os cuidados evoluem para o uso correto dos colírios prescritos, além de evitar esforço físico excessivo. Por isso que é sempre bom ter alguém que auxilie o paciente nos afazeres domésticos durante pelo menos uns 15 dias após a cirurgia. “Proteger os olhos de traumas ou poeira, e seguir rigorosamente as orientações médicas. O acompanhamento com o oftalmologista é essencial para garantir uma recuperação tranquila e o sucesso do procedimento”, acrescenta o Dr. André Sigueta.
Embora seja considerada uma das cirurgias mais seguras e com alta taxa de sucesso, a cirurgia de catarata, como qualquer procedimento médico, envolve riscos. Entre as possíveis complicações estão infecção ocular (endoftalmite), inflamações, aumento da pressão intraocular e, mais raramente, deslocamento da lente intraocular ou edema macular. “Para minimizar esses riscos, seguimos protocolos rígidos de assepsia, utilizamos tecnologias de ponta, realizamos o procedimento em ambiente cirúrgico controlado e orientamos o paciente de forma clara quanto aos cuidados pós-operatórios”, sintetiza o médico.
Cataratas nunca mais!
Uma vez retirada a catarata, ela não retorna. Isso ocorre devido à troca da lente natural pela artificial. No entanto, a cápsula posterior do cristalino, que é uma membrana preservada durante a cirurgia, pode resultar em opacificação. Chama-se tal condição de “catarata secundária”. Contudo, pode ser tratada de forma simples e prática, via procedimento a laser denominado capsulotomia.
Vale lembrar que o envelhecimento ocular continua conforme o avanço da idade do paciente. Outras condições oftalmológicas podem ocorrer. Por isso o acompanhamento regular se torna imprescindível.
“A cirurgia de catarata representa uma das maiores conquistas da oftalmologia moderna, unindo tecnologia, segurança e qualidade de vida. O mais importante é que o paciente mantenha consultas periódicas com o oftalmologista e procure atendimento assim que notar alterações visuais. Com o diagnóstico precoce e a conduta adequada, é possível restaurar a visão e devolver ao paciente sua autonomia e bem-estar”, finaliza o oftalmologista Dr. André Sigueta.