A decisão do Banco Central, de elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano, reforça sua estratégia de manter uma política monetária muito restritiva para conter a inflação. Esta taxa impõe desafios ainda maiores ao setor produtivo, especialmente aos setores da indústria intensivos em capital. Maiores taxas de juros aumentam o endividamento, encarecem o capital de giro, o crédito para investimento, reduz a capacidade das empresas de gerir os seus negócios, de se financiar para modernização, renovação ou ampliação do parque industrial, dificulta investimentos estratégicos essenciais para o aumento da produtividade e da competitividade da economia brasileira.
O Banco Central no seu comunicado manteve a sinalização de ajuste na próxima reunião. Ainda que ocorra em menor magnitude, novo aumento colocará a Selic em nível mais elevados dos últimos 20 anos, refletindo em custos financeiros em patamar bastante preocupante, num momento no qual já se observa sinais de desaceleração na atividade econômica. O crescimento do PIB diminuiu no quarto trimestre de 2024 e as perspectivas para 2025 são de continuidade deste processo, ademais somada a isso a diminuição do valor global do petróleo e a valorização do real, temos um quadro propicio ao controle da inflação.
E fundamental que o Banco Central avalie com cautela os próximos passos da política monetária, buscando um equilíbrio entre o combate à inflação e a suavização das flutuações do nível de atividade econômica. A estabilidade deve ser construída com uma visão ampla, considerando tanto a necessidade de controlar os preços quanto a importância de manter um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico.