Com 8.500 km de costa, o Brasil avança nas discussões sobre o potencial econômico dos oceanos e sua importância para o desenvolvimento sustentável
Foto/Crédito: Pedro André Maciel |
São Paulo, setembro de 2024 — Mais de 40% da população global vive a menos de 100 km das costas, e na América Latina, 27% da população depende diretamente dos recursos marinhos. A relevância da economia gerada por meio do mar será abordada nos dias 4 e 5 de dezembro de 2024 em Niterói, quando a cidade será palco de um dos mais importantes eventos globais dedicados ao futuro sustentável dos oceanos: o Tomorrow Blue Economy.
Pela primeira vez no Brasil, este congresso internacional, organizado pelo iCities - empresa pioneira em cidades inteligentes no país - com a chancela da FIRA Barcelona e em parceria com a Prefeitura de Niterói, reunirá especialistas, entusiastas e líderes do setor para explorar as vastas oportunidades da economia azul.
Niterói foi escolhida como a cidade anfitriã devido à sua localização estratégica e ao compromisso com a sustentabilidade. Com acesso direto ao Oceano Atlântico e uma rica biodiversidade marinha, a cidade tem investido fortemente em infraestrutura, incluindo o saneamento básico e a dragagem do canal de São Lourenço, que impulsionam a economia local em setores-chave como a pesca e a indústria naval.
Economia azul: o potencial dos oceanos
Segundo a ONU, mais de 3 bilhões de pessoas dependem dos oceanos para sobreviver, destacando a relevância da chamada economia do mar ou “Economia Azul”. De acordo com o Banco Mundial, o termo "Economia Azul" refere-se ao uso sustentável dos recursos oceânicos para o crescimento econômico, a melhoria dos meios de subsistência e do emprego, preservando a saúde do ecossistema.
Com uma economia oceânica que movimenta entre US$ 3 e 6 trilhões por ano, conforme dados da ONU, a importância dos oceanos é inquestionável. No Brasil, país com cerca de 8.500 quilômetros de costa, 80% da população reside a até 200 km do litoral. O oceano é vital para a economia brasileira: de acordo com a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), mais de 95% do comércio exterior é transportado pelo mar, e uma grande parte do petróleo e gás natural do país é extraída de áreas offshore. A economia azul abrange ainda setores como a pesca, turismo costeiro, energia renovável, mineração marinha e muito mais.
O que esperar do Tomorrow Blue Economy?
O evento espera atrair cerca de 2 mil participantes e será uma vitrine para discussões inovadoras e estratégicas sobre temas cruciais, incluindo:
"Estamos em um momento crucial para discutir a economia azul, que já representa a 8ª maior economia do mundo e continua a crescer rapidamente. Este tema é mais relevante do que nunca, pois impacta diretamente diversos aspectos de nossas vidas, negócios e o futuro do planeta. Investir em blue economy não é apenas uma oportunidade econômica, mas uma necessidade urgente para promover a sustentabilidade e o uso responsável dos recursos marítimos e aquáticos", afirma Beto Marcelino, sócio-fundador do iCities.
Na Espanha, o evento de economia azul já é realizado há 5 anos e se tornou uma referência global, atraindo mais de 10 mil participantes de 50 países. É conhecido por trazer palestrantes de peso, como o CEO do World Ocean Council, Paul Holthus. Este ano, no evento global, Holthus irá liderar uma palestra sobre práticas sustentáveis na economia azul e participará de um painel discutindo estratégias para integrar sustentabilidade e crescimento econômico no setor marítimo.
No Brasil, o Tomorrow Blue Economy, que reunirá os diferentes atores do ecossistema, como empresas, setor público e estudantes da área, contará ainda com uma área dedicada ao público corporativo (B2B), focada em conteúdos técnicos e negócios, a fim de garantir não só uma ampla troca de conhecimento, como também muito networking entre os convidados.
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