Levantamento do IEMB-Acirp aponta recuo de 0,55% na cesta básica da cidade; inflação acumulada do semestre é de 7,17%
Em RIbeirão Preto, inflação acumulada do semestre sobre os alimentos foi de 7,17% |
A pesquisa mensal da Associação Comercial e Industral de Ribeirão (Acirp) mostra que o preço da cesta básica no município registrou em junho queda de 0,55% em relação a maio. O kit de alimentos essenciais custou em média R$ 686,73. No acumulado do primeiro semestre, a inflação sobre o preço dos alimentos foi de 7,17% ao ano (a.a.).
O levantamento foi feito pelos analistas do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB – Acirp), que visitaram dez supermercados/hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as regiões Norte, Leste, Oeste, Sul e Central.
Os altos índices de inflação registrados, segundo os pesquisadores, ainda são reflexos dos efeitos de eventos climáticos, como o El Niño e as chuvas no Rio Grande do Sul, que afetaram a oferta de alimentos no 1º semestre de 2024.
“Para o próximo semestre, espera-se uma progressão na aceleração inflacionária nos alimentos, cujos preços devem continuar subindo devido à antecipação da La Niña, alta do dólar e persistência dos efeitos das chuvas no Sul”, avalia a analista do IEMB – Acirp Lívia Piola.
No cenário nacional, a inflação registrada foi maior que o esperado por bancos, consultorias e corretoras. A projeção inicial para 2024 era que o índice se mantivesse em 3,5% a.a., mas as expectativas já subiram para algo entre 4,5% e 7,5%.
Impactos
As carnes, apesar da deflação média de 11,91% no custo do quilo da alcatra, seguem consumindo a maior parte do orçamento (33,39% do valor total da cesta). Na sequência vêm frutas e legumes (32,73%), farináceos (19,7%), laticínios (6,91%), leguminosas (3,78%), cereais (2,72%) e óleos (0,76%). O feijão também teve queda significativa de preço (-10,55%). No sentido oposto, a farinha de trigo subiu, em média, 21,73% e a banana nanica, 18,93%.
Custo de vida por região
O Centro apresentou a ração mensal mais cara do município (R$737,14), com um aumento de 0,53% em relação a maio. A zona Oeste foi a mais barata: R$ 655,02, uma queda de 2,41%. Já a região Norte, embora tenha mantido o segundo melhor custo-benefício da cidade, registrou a maior alta (7,01%), com a cesta custando R$ 660,68. Na sequência ficaram Leste (R$ 667,41 / -1,36%) e Sul (R$ 718,95 /- 3,40%).
Metodologia
O Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp) é um órgão do Departamento de Relações Institucionais da entidade que em 2024 completa 120 anos. O IEMB-Acirp foi criado em 1954 com objetivo de gerar dados socioeconômicos para orientação na gestão de empresas e da cidade.
O levantamento da cesta básica feito pelo Instituto avalia mensalmente 13 itens descritos no Decreto Federal nº 399/1938, que define as quantidades alimentares mínimas necessárias para atender às necessidades nutricionais de um adulto.
A cesta considerada pela Acirp inclui carne bovina (6 kg de alcatra), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 kg), arroz branco tipo 1 (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata inglesa (6 kg), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).
Os locais de compra são determinados com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017-2018. O pão francês é o único item cotado também em padarias, uma vez que 60% dos ribeirão-pretanos preferem comprar este produto nestes estabelecimentos.