Estrutura fica no Rio das Antas, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, e tem alerta para elevação rápida após o rompimento
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O governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do governador Eduardo Leite e do vice Gabriel Souza, assim como prefeitos de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, de Santa Tereza, Gisele Caumo, e de Muçum, Mateus Trojan, confirmam o colapso da Barragem 14 de Julho, que fica no Rio das Antas, entre Bento Gonçalves e Cotiporã. Em entrevista à Rádio Gaúcha, por volta das 14h30, a prefeita Gisele afirmou que a previsão é de que a água atinja o município dentro de três a quatro horas.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo Leite confirmou o rompimento de parte da estrutura, mas reforçou que o cenário não será de devastação:
“Recebemos informação do rompimento da ombreira direita da barragem. O município de Cotiporã é bacia do Taquari e Antas. A informação que eu tenho é que, como o nível antes e depois da barragem era muito próximo, não vai ser uma devastação. Esse rompimento vai ter um efeito de resposta hidrológica, ou seja, de elevação do nível do rio Taquari e na bacia do Antas. Nós fizemos evacuação, já sabíamos dessa ameaça desde ontem, fizemos os alertas, evacuação, houve localidades que não conseguimos evacuação. Vai ter um impacto e estamos trabalhando para mitigar os efeitos. As condições climáticas não têm permitido que os helicópteros acessem essa localidade. Precisamos que todos se coloquem em situação de segurança”, disse o governador.
A informação foi inicialmente confirmada pelo prefeito de Bento Gonçalves. “Risco gigantesco para toda comunidade que vive na beira do Rio das Antas e Rio Taquari. Jamais gostaria de dar essa informação, mas é oficial: a barragem 14 de Julho está colapsando. Já quebrou um pedaço dela, e a tendência é que o rio vá subir rápido, com muita velocidade. Importante que a mensagem chegue a todos os moradores, que as pessoas consigam sair até uma média de 4 metros no mínimo para conseguir ter um pouco mais de segurança, e que chegue a todos os municípios. Vai chegar em Santa Tereza, em Muçum, em Roca Sales, é um risco real para todos os moradores que moram às margens dos rios Taquari e das Antas”, confirmou o prefeito.
Nota da Ceran
A Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), que administra a barragem, divulgou nota na tarde desta quinta sobre o rompimento:
“A Ceran (Companhia Energética Rio das Antas) informa que detectou às 13h40, do dia 2 de maio, o rompimento parcial do trecho direito da barragem da usina 14 de Julho, devido ao contínuo aumento da vazão do Rio das Antas e das fortes chuvas que atingem o estado do Rio Grande do Sul desde terça-feira (30). A Defesa Civil foi comunicada do ocorrido para tomadas de ações adicionais.
O Plano de Ação de Emergência foi colocado em prática no dia 1 de maio, às 13h50, em coordenação com as Defesas Civis da região, com acionamento de sirenes de evacuação da área, para que a população local pudesse ser retirada com antecedência e em segurança.
As barragens de Monte Claro e Castro Alves encontram-se em estado de Atenção e seguem sendo monitoradas.
A Ceran segue em contato com as autoridades competentes e ressalta o cuidado com as pessoas. A empresa pede a todos que se informem através dos seus meios de comunicação oficiais.”