Estatísticas de registro civil de 2022 divulgadas pelo IBGE revelam também que as pessoas estão se casando mais tarde
Separação de casal, divórcio | Foto: iStock |
Os brasileiros estão se casando cada vez menos e se divorciando cada vez mais. Demoram mais para casar e o tempo de duração das uniões também vem diminuindo ao longo dos anos. Embora a pandemia tenha alterado pontualmente as estatísticas, a tendência foi confirmada pelos novos números da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2022, divulgadas nesta quarta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desde 2015, o total de registros de casamento tem apresentado tendência de queda. Entre 2019 e 2020, houve decréscimo ainda mais expressivo por causa da covid e das orientações sanitárias de distanciamento social para frear o vírus. As precauções inviabilizaram cerimônias, fazendo com que muitos casais adiassem a decisão de se juntar, segundo os pesquisadores do IBGE.
Já entre 2020 e o ano seguinte, o número de casamentos aumentou, dando indícios de que as cerimônias matrimoniais voltaram a ocorrer em razão das campanhas de vacinação em massa e da flexibilização das medidas sanitárias.
Mesmo assim, o número de registros de casamentos não superou a média dos cinco anos anteriores à pandemia (2015 a 2019). Em 2022 foram registrados 970.041 casamentos – dos quais, 11.022 entre pessoas do mesmo sexo.
Casar mais velho - e mais vezes
As idades dos cônjuges nos casamentos entre pessoas de sexos distintos, independente do estado civil prévio, aumentaram ao longo dos últimos anos, tanto para homens quanto para mulheres.
De acordo com os pesquisadores do IBGE, a ampliação da idade ao se casar pode estar relacionada ao adiamento da decisão pelo casamento civil e ao aumento do número de recasamentos.
Comparando as últimas décadas, a participação de registros de uniões em que ao menos um dos cônjuges era divorciado ou viúvo variou de 12,8%, em 2002, para 1,4%, em 2012 e, em 2022, alcançou 30,4% de todos os registros de casamentos civis entre pessoas de sexos diferentes.
Em 2022, a pesquisa apurou 420 039 divórcios concedidos em 1ª instância ou realizados por escrituras extrajudiciais, o que representa aumento de 8,6% em relação ao total contabilizado em 2021 (386.813). Consequentemente, houve um acréscimo, também, na taxa geral de divórcios: o número de divórcios para cada 1 000 pessoas de 20 anos ou mais de idade passou de 2,5‰ (2021) para 2,8 (2022).
Nota-se aumento significativo do percentual de divórcios judiciais entre casais com filhos menores de idade em cuja sentença consta a guarda compartilhada dos filhos. A Lei do Divórcio8 (Lei n.6.515, de 26.12.1977) prevê a guarda compartilhada de filhos menores de idade em caso de divórcio, contudo, somente com a Lei n. 13.058, de 22.12.2014, essa modalidade passou a ser priorizada ainda que não haja acordo entre os pais quanto à guarda dos filhos, desde que ambos estejam aptos a exercer o poder familiar. Em 2022, o porcentual chegou a 38%.