Artigos científicos defendem o uso da drenagem linfática como tratamento pós-operatório de cirurgias de diferentes finalidades
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Segundo dados publicados no Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), em 2021 foram realizadas mais de 2,7 milhões de cirurgias no país. O número abrange tanto os procedimentos cirúrgicos estéticos quanto os de saúde. No pós-operatório, cada uma das pessoas que fazem parte desse índice precisou lidar com cuidados especiais, como uso de medicamentos, repouso e alimentação saudável.
Entre as diferentes recomendações para oferecer qualidade de vida, conforto e bem-estar, há uma técnica comum em muitos centros de estética que vem chamando a atenção de pesquisadores devido às vantagens que oferece no processo pós-operatório.
A chamada drenagem linfática é um tipo de massagem que vem sendo cada vez mais procurada por pessoas que passaram por procedimentos como mamoplastia, lipoaspiração, abdominoplastia e outras intervenções cirúrgicas.
Entre os benefícios destacados em artigos científicos, estão a redução do inchaço causado pela retenção de líquido, melhora na circulação sanguínea, alívio de dor, diminuição de edemas e auxílio na cicatrização.
Como a drenagem linfática pode ajudar no pós-operatório?
A drenagem linfática pode ser aplicada em procedimentos pós-operatórios de todas as modalidades de cirurgia, estéticas ou direcionadas para o tratamento de algum problema de saúde. Dependendo do método escolhido, o procedimento pode ser feito manualmente ou por aparelhos mecânicos.
Nos dois modos, o massagista efetua manobras com o intuito de esvaziar os gânglios linfáticos, que podem causar inchaço no pós-operatório. De acordo com o artigo publicado na Revista Científica de Estética & Cosmetologia, a drenagem pode ser feita em diversas partes do corpo, como rosto, abdômen, perna, braços e tórax.
O conteúdo aponta que o procedimento é um dos mais utilizados como forma de controle no processo de presença de linfedema, uma condição que costuma acometer mulheres que passaram por cirurgia de retirada do câncer de mama. Segundo o artigo, o linfedema é um quadro patológico crônico e progressivo, que causa desconforto ao paciente, diminui a amplitude do movimento e gera sobrepeso do braço.
Ainda de acordo com o material publicado na revista, a drenagem linfática está no grupo de tratamentos que podem ser utilizados como recurso desde o primeiro dia de pós-operatório da mastectomia por ter movimentos suaves. Essa técnica e demais tipos de massagem relaxante em São Paulo e outras cidades, proporcionam um aumento no bem-estar da paciente e alívio de estresse.
É o que apontam pesquisas como o artigo científico apresentado no 3º Congresso Integrado Unigran Capital 2022. Segundo o estudo, o relaxamento e o conforto são um dos principais benefícios oferecidos pela drenagem linfática e podem favorecer na diminuição das dores.
Além disso, o material também destaca que o procedimento estético promove melhora na circulação sanguínea, desintoxicação do organismo, ativação do sistema imunológico, auxílio da cicatrização e diminuição dos sintomas e desconforto causados no pós-operatório.
O que é drenagem linfática?
A drenagem linfática é uma massagem que vem crescendo ao longo dos anos e ganhando uma série de adaptações com o avanço da ciência e da tecnologia. De acordo com a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), os métodos desse tratamento estético mais utilizados são Vodder, Leduc, Ganancia e Godoy, e cada um deles apresenta técnicas diferentes. As práticas podem ser encontradas em locais voltados para drenagem linfática na cidade de São Paulo e em outras regiões do país.
O primeiro método denominado Vodder, conforme explica a universidade, é um dos mais conhecidos na área e apresenta práticas de fácil aplicação e baixo custo, por não demandar equipamentos específicos. A USCS aponta que o objetivo desse método é a ativação do líquido intersticial para melhorar a absorção dos líquidos que estão em excesso no corpo.
Já a segunda drenagem linfática, segundo a faculdade de São Caetano do Sul, foi criada por um pesquisador, educador físico e anatomista chamado Albert Leduc. Esse método foi desenvolvido com objetivo de auxiliar no resultado nos pós-operatórios de cirurgias plásticas, ginecológicas, bariátricas e oncológicas, visando prevenir complicações e reduzir linfedemas, conforme explica a USCS.
O método Ganancia foi criado pelo fisioterapeuta argentino Alain Ganancia, utilizando variações das práticas anteriores. Segundo a universidade, nas manobras dessa drenagem linfática, há uma combinação de movimentos de alongamento e de pressão para relaxamento, com objetivo de favorecer o transporte de líquidos.
Por fim, também há o método Godoy, uma prática desenvolvida no Brasil pelo médico e cirurgião vascular José Maria Pereira de Godoy e a terapeuta ocupacional Maria de Fátima Guerreiro de Godoy. Conforme aponta a faculdade, a principal diferença desse para os outros métodos é a substituição dos movimentos circulares por movimentos lineares.