Polícia Civil apura a possibilidade de que alvo seria um filho de miliciano com características físicas semelhantes ao médico Perseu Ribeiro
A principal linha de investigação da Polícia Civil sobre o ataque a tiros que matou três médicos e deixou um ferido na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, é de que os quatro profissionais da saúde foram baleados por engano. O caso aconteceu na madrugada desta quinta-feira (5/10). As informações são do Terra.
Uma das hipóteses apuradas é a de que o alvo dos criminosos seria um filho de um miliciano, Taillon de Alcântara Pereira Barbosa (à esquerda), que se parece com o médico Perseu Ribeiro Almeida (à direita) | Foto: Reprodução/TV Globo |
Segundo a TV Globo apurou com fontes policiais, uma das hipóteses apuradas é a de que o alvo dos criminosos seria um filho de um miliciano da região de Jacarepaguá, que se parece com o médico Perseu Ribeiro Almeida - uma das vítimas fatais dos disparos. O profissional da saúde aparece com a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de médicos (veja acima).
Conforme essa linha de investigação, o alvo, na verdade, seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na zona oeste da cidade. Taillon já foi preso em uma operação de 2020.
Médicos estavam em um quiosque na Barra da Tijuca | Foto: Redes sociais |
A TV Globo também apurou que Taillon mora perto do quiosque onde os médicos foram alvejados. A Polícia Civil investiga se alguma pessoa teria visto o grupo sentado e avisou os assassinos. Uma câmera de segurança mostra que um dos atiradores voltou ao local do crime.
Ainda de acordo com a emissora, a polícia também acredita que o crime não foi planejamento previamente. Os investigadores trabalham com a hipótese dos criminosos terem recebido a informação da localização da suposta vítima e decidiram cometer a execução no mesmo momento.
Segundo fontes informaram à TV Globo, isso seria um dos motivos de um dos assassinos estar de bermuda, peça de roupa que não costuma ser usada em crimes de execução feitos com planejamento. Além disso, os outros criminosos não cobriram os rostos.
Polícia de SP prestará apoio no Rio
Por determinação da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil de São Paulo está enviando equipes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) ao Rio de Janeiro para auxiliar na investigação do ataque a tiros que deixou três médicos mortos e um ferido em um quiosque na Barra da Tijuca.
Na manhã desta quinta-feira (5/10), o novo secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado José Renato Torres do Nascimento, fez um pronunciamento rápido sobre o ataque. Ao lado de outras autoridades da segurança pública, o secretário afirmou que o crime não ficará impune. A Polícia Civil não citou qualquer linha de investigação. Também não foram permitidas perguntas de jornalistas. O ministro da Justiça, Flávio Dino, e o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, falam em "execução".
"Nessa madrugada eu estava no interior do Estado com o governador Cláudio Castro quando tomamos conhecimento do caso grave e imediatamente retornei ao [município do] Rio de Janeiro. Entendemos que nós teríamos que ter uma cooperação, integração [das polícias], para dar uma solução mais rápida a esse bárbaro crime. Acredito que vamos dar uma resposta em um espaço de tempo. O governador pediu todo o empenho da nossa instituição. A Polícia do Rio está a disposição do doutor Henrique Damasceno [diretor do Departamento-Geral de Homicídios] para que esse crime não fique impune", disse Nascimento.
Em seguida, o diretor do Departamento-Geral de Homicídios, delegado Henrique Damasceno, e o delegado João Paulo Garrido, da Superintendência da Polícia Federal no Rio, fizeram rápidos pronunciamentos e afirmaram que ambas as polícias estão empenhadas na resolução do caso.
Médicos mortos a tiros
O grupo de criminosos que executou três médicos e deixou um ferido na madrugada desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, disparou 33 vezes contra as vítimas. Segundo informações preliminares divulgadas pelo jornal O Globo, foram utilizadas pistolas calibre 9 mm.
O crime aconteceu por volta de 1h, em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, enquanto os médicos confraternizavam. Momentos antes do crime, os médicos chegaram a tirar uma foto juntos.
As vítimas dos atiradores eram de São Paulo e estavam no Rio de Janeiro para um congresso. Os médicos que morreram são Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, Perseu Ribeiro Almeida, de 33 e Diego Ralf Bonfim, de 35, que é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Outro médico, Daniel Sonnewend Proença, foi socorrido com vida, levado ao Hospital Lourenço Jorge e seu quadro é estável. A informação foi confirmada ao Terra pela unidade de saúde.
A Polícia Militar fez buscas na região, mas, até o momento, os suspeitos não foram encontrados. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local e investiga as mortes.