Um terço dos jovens já fingiu ter planos apenas para poderem ficar em casa, aponta estudo
O termo refere-se a condição na qual os jovens não querem sair de casa ou de seus quartos |
No Brasil, uma estatística sombria tem pairado sobre a saúde mental da população: somos líderes mundiais em prevalência de transtornos de ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade. A inquietante realidade se aprofunda quando se observa a faixa etária dos 18 aos 24 anos, com impressionantes 31,6% sofrendo com esse transtorno, estabelecendo-se como a faixa etária mais afetada no país.
Essa inquietação mental pode levar ao fenômeno "Síndrome da Gaiola". O termo refere-se a uma condição em que indivíduos, sufocados por ansiedades e pressões sociais, não querem sair de casa ou de seus quartos, relutantes em se aventurar no mundo exterior. Uma cena preocupante, que nos lembra da "Geração do Quarto" no Japão: uma população de jovens que se retiram da sociedade, vivendo em reclusão física, conhecido como "hikikomori".
“O nome "síndrome da gaiola" foi escolhido para destacar a sensação de prisão e isolamento que caracteriza essa condição, enfatizando a importância de reconhecê-la e buscar ajuda para superar o ciclo de ansiedade, depressão e isolamento que pode resultar dela. O fenômeno ganhou proporções após a pandemia, uma vez que os jovens passaram a se sentirem mais seguros em casa” comenta Juliana Frigerio, Diretora Acadêmica da WorldEd School, rede global de ensino americana.
O relatório “A Vida em Casa”, de 2022, aponta que 44% dos jovens admitem sentir que seus lares não refletem sua verdadeira "identidade"; um terço deles já fingiu ter planos apenas para ficarem em casa. Esse número se reduz para 33% na população adulta, revelando a interação complexa entre o desejo de pertencimento e a ansiedade que muitas vezes impede a socialização.
Estimular as crianças a interagirem com outras pessoas e com a natureza é fundamental para a saúde mental e uma abordagem para a mitigação da síndrome. Na WorldEd School, acredita-se que o equilíbrio entre a educação e a compreensão das emoções é imprescindível. Ossos alunos têm a oportunidade de explorar seus sentimentos e aprender a controlar e entender seus sentimentos, capacitando-os a se socializar de maneira saudável e respeitando seus limites, enquanto recebem uma educação internacional que formam cidadães globais.
“Promover a conexão com os outros e com a natureza é uma das chaves para enfrentar a Síndrome da Gaiola e combater os altos índices de ansiedade. O Brasil pode liderar não apenas em prevalência, mas também na busca por soluções que fortaleçam a saúde mental de sua população, proporcionando um ambiente favorável para o desenvolvimento emocional e social de seus cidadãos. É hora de quebrar as barreiras e criar laços para um futuro mentalmente mais saudável” finaliza Frigerio.