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Síndrome da gaiola: por que os jovens não querem sair de seus quartos?

26 de Setembro de 2023

Um terço dos jovens já fingiu ter planos apenas para poderem ficar em casa, aponta estudo

O termo refere-se a condição na qual os jovens não querem sair de casa ou de seus quartos

No Brasil, uma estatística sombria tem pairado sobre a saúde mental da população: somos líderes mundiais em prevalência de transtornos de ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade. A inquietante realidade se aprofunda quando se observa a faixa etária dos 18 aos 24 anos, com impressionantes 31,6% sofrendo com esse transtorno, estabelecendo-se como a faixa etária mais afetada no país.

Essa inquietação mental pode levar ao fenômeno "Síndrome da Gaiola". O termo refere-se a uma condição em que indivíduos, sufocados por ansiedades e pressões sociais, não querem sair de casa ou de seus quartos, relutantes em se aventurar no mundo exterior. Uma cena preocupante, que nos lembra da "Geração do Quarto" no Japão: uma população de jovens que se retiram da sociedade, vivendo em reclusão física, conhecido como "hikikomori".

“O nome "síndrome da gaiola" foi escolhido para destacar a sensação de prisão e isolamento que caracteriza essa condição, enfatizando a importância de reconhecê-la e buscar ajuda para superar o ciclo de ansiedade, depressão e isolamento que pode resultar dela. O fenômeno ganhou proporções após a pandemia, uma vez que os jovens passaram a se sentirem mais seguros em casa” comenta Juliana Frigerio, Diretora Acadêmica da WorldEd School, rede global de ensino americana.

O relatório “A Vida em Casa”, de 2022, aponta que 44% dos jovens admitem sentir que seus lares não refletem sua verdadeira "identidade"; um terço deles já fingiu ter planos apenas para ficarem em casa. Esse número se reduz para 33% na população adulta, revelando a interação complexa entre o desejo de pertencimento e a ansiedade que muitas vezes impede a socialização.

Estimular as crianças a interagirem com outras pessoas e com a natureza é fundamental para a saúde mental e uma abordagem para a mitigação da síndrome. Na WorldEd School, acredita-se que o equilíbrio entre a educação e a compreensão das emoções é imprescindível. Ossos alunos têm a oportunidade de explorar seus sentimentos e aprender a controlar e entender seus sentimentos, capacitando-os a se socializar de maneira saudável e respeitando seus limites, enquanto recebem uma educação internacional que formam cidadães globais.

“Promover a conexão com os outros e com a natureza é uma das chaves para enfrentar a Síndrome da Gaiola e combater os altos índices de ansiedade. O Brasil pode liderar não apenas em prevalência, mas também na busca por soluções que fortaleçam a saúde mental de sua população, proporcionando um ambiente favorável para o desenvolvimento emocional e social de seus cidadãos. É hora de quebrar as barreiras e criar laços para um futuro mentalmente mais saudável” finaliza Frigerio.

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