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Emplacamentos de veículos crescem 5% em 2022

5 de Janeiro de 2023

Número está próximo ao da projeção divulgada pela FENABRAVE, em julho do ano passado, quando a entidade previu que o mercado geral teria alta de 5,5%

 

 

O ano de 2022 foi de crescimento para o Setor da Distribuição de Veículos. Com quase 3,7 milhões de unidades, segundo dados da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, os emplacamentos tiveram alta de 4,9% sobre 2021 e se aproximaram das projeções da entidade, divulgadas em julho, quando era prevista uma evolução de 5,5% do mercado. Apenas no mês de dezembro, a alta foi de 7%.

“O resultado foi ótimo, consideradas as dificuldades enfrentadas pelo setor ao longo de 2022, lembrando que, no início do ano passado, a crise de abastecimento ainda afetava muito a disponibilidade de veículos novos, houve severos impactos da guerra na Europa, com o aumento dos preços dos combustíveis, crise logística, entre outras consequências, causando muitas incertezas nos compradores. No decorrer de 2022, porém, o mercado se ajustou e o setor reverteu a queda inicial. O resultado só não foi melhor porque tivemos períodos que impactaram no movimento de público nas Concessionárias, como foi o caso da Copa do Mundo”, analisa Andreta Jr., Presidente da FENABRAVE.

Mesmo com a Copa do Mundo limitando a passagem de loja, a FENABRAVE apurou que o volume do segundo semestre de 2022 representou 55% dos emplacamentos de 2022. Em 2021, a segunda metade do ano teve participação de 51,3%. “O primeiro trimestre do ano passado, em especial, apresentou uma série de desafios simultâneos e foi preciso que o setor e o mercado mostrassem grande poder de recuperação para fechar com resultados positivos em 2022”, avaliou Andreta Jr.

Emplacamentos em dezembro e acumulado de 2022

Avaliação por segmento

Automóveis e Comerciais leves

Em julho de 2022, a FENABRAVE previu que os segmentos apresentariam um resultado estável em relação ao ano anterior. De acordo com o Presidente da entidade, a escassez de peças e componentes foi um dos entraves para um melhor desempenho, além do aumento da seletividade do crédito, por conta da alta nos juros e na inadimplência. “A inadimplência cresceu em 2022. De acordo com dados do Banco Central, de novembro, o índice de inadimplência para PF – Pessoas Físicas estava em 5,5%, enquanto para PJ – Pessoas Jurídicas, era de 1,5%. Em 2021, PF era 3,7% e PJ, 0,8%. Isso impacta muito o mercado”, diz Andreta Jr. “Outro ponto de destaque é que o mix de produtos se manteve estável em relação a 2021, com os SUV´s e os sedans compactos registrando ligeiros aumentos de participação, cerca de 1% cada”, diz Andreta Jr.

Automóveis e Comerciais Leves Eletrificados

Com diversos novos modelos no mercado, o segmento de eletrificados segue em evolução. “No ano de 2022, foram quase 50 mil automóveis e comerciais leves eletrificados emplacados. É um nicho que registra bom crescimento e que já começa a se consolidar como um dos modelos de descarbonização do setor automotivo”, diz Andreta Jr.

Caminhões

Afetados pela falta de peças e componentes ao longo do ano, os emplacamentos de caminhões fecharam em ligeira retração sobre 2021. “Apesar da queda, o resultado se manteve próximo às projeções da FENABRAVE, que havia previsto estabilidade para o segmento no ano.”

Ônibus

Impulsionados pelos programas governamentais de transporte público e escolar, os emplacamentos de ônibus registraram resultados positivos no ano. “Os números são bons e fruto de muito trabalho dos Distribuidores do segmento, mas devemos lembrar que se trata de uma categoria em que pequenas oscilações no número de unidades podem provocar grandes diferenças percentuais”, analisa o Presidente da FENABRAVE.

Implementos Rodoviários

Após recorde em 2021, houve um ajuste de mercado. “Esses movimentos são comuns em categorias que registram grandes volumes de vendas em períodos anteriores, mas vale destacar que o resultado ainda foi levemente superior às nossas projeções (era prevista uma queda de 9,6% e o segmento fechou com baixa de 8%)”, afirma Andreta Jr.

Motocicletas

Para Andreta Jr., este foi o ano de consolidação do segmento, seja como veículo de trabalho ou como transporte individual, econômico e seguro, do ponto de vista sanitário. “Foram mais de 1,3 milhão de motocicletas emplacadas, sendo que o subsegmento city registrou um aumento de mais de 1,5% de participação no mix, o que reforça sua importância como ferramenta de trabalho para entregas e para deslocamentos urbanos”, argumentou o Presidente da FENABRAVE.

Motocicletas Eletrificadas

Apesar da grande evolução percentual no ano, o Presidente da FENABRAVE ressalta que o segmento ainda apresenta uma participação pequena no setor. “Foram pouco mais de 7,2 mil unidades emplacadas em 2022, um volume ainda tímido, mesmo se considerarmos apenas o segmento de motocicletas, que emplacou 1,3 milhão de unidades. Mas acompanhamos, com interesse, o desenvolvimento desses veículos”, conclui Andreta Jr.

Tratores e Máquinas Agrícolas

Obs.: Por não serem emplacados, Tratores e Máquinas Agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamento junto aos fabricantes.

Apesar da queda em novembro, o Presidente da FENABRAVE destaca a alta acumulada em 2022 e lembra que agronegócio segue com demanda de modernização de equipamentos. “O mercado continua aquecido com as boas perspectivas para a safra brasileira”, diz Andreta Jr.

FENABRAVE PROJETA UM 2023 3,3% MELHOR PARA O SETOR

Nas projeções iniciais, a FENABRAVE estima que todos os segmentos automotivos somados deverão apresentar crescimento de 3,3% em 2023, totalizando mais de 3,6 milhões de unidades emplacadas.

Para Automóveis e Comerciais Leves, a entidade projeta resultado equivalente ao registrado em 2022, o que totalizará cerca de 1,96 milhões de unidades emplacadas até o final deste ano. Vale ressaltar que, para efeito de projeções, a partir de 2023, a FENABRAVE apenas considerará os dois segmentos somados, de Autos e Leves, em função da volatilidade estatística provocada pela diferença de volume entre os segmentos. “Esta projeção resulta da combinação de fatores associados ao crescimento da renda mais limitado, em 2023, às elevadas taxas de juros atreladas à alta da inadimplência, com consequente restrição de crédito para financiamentos”, analisa Andreta Jr.

Para caminhões, a FENABRAVE também tem a expectativa de repetir os volumes de emplacamentos de 2022, totalizando, portanto, pouco mais de 124,5 mil unidades. “Neste caso, poderemos ter um melhor desempenho no primeiro trimestre, em função da possibilidade de comercialização do caminhão com tecnologia EURO 5. A partir de abril, com a chegada do EURO 6, esse movimento deve desacelerar. Além disso, valem, para os caminhões, as mesmas premissas macroeconômicas já citadas para autos e comerciais leves”, estima o Presidente da FENABRAVE.

Já para o segmento de ônibus, a entidade acredita que, em função do crescimento do setor denominado “hospitalidade” (turismo em geral) e do Programa Caminho da Escola, poderá ocorrer expansão de 5%, chegando a quase 23 mil unidades emplacadas.

“Se considerarmos caminhões e ônibus somados, chegaremos a um aumento de 0,7%, com mais de 147,5 mil unidades emplacadas, entre todos os segmentos automotivos. Sem motos, o total do setor, portanto, deverá ficar estável em relação a 2022, com 0,1% de aumento esse ano”, analisa Andreta Jr.

A diferença para 2023 ficará a cargo de motos, que deverá ter um resultado 9% superior a 2022, superando a marca de 1,36 milhões de unidades vendidas ao mercado interno. “Em que pese tenhamos um crédito mais restrito, o consórcio deverá representar um facilitador para a aquisição desses veículos este ano”, defende o Presidente da FENABRAVE.

Os implementos Rodoviários, que já tiveram um resultado negativo em 2022, deverão continuar apresentando retração, desta vez de cerca de 10% em 2023, totalizando pouco mais de 83 mil unidades emplacadas. “Esse movimento decorre da renovação de frota já ocorrida em 2021, quando este segmento teve aumento de cerca de 35%”, afirmou Andreta Jr.

OBS.: Tradicionalmente, a FENABRAVE revisa suas projeções a cada trimestre e/ou se houver mudanças relevantes no cenário.

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