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Dezembro Vermelho: conheça alguns mitos e verdades sobre HIV

6 de Dezembro de 2022

Especialista em sexualidade e parceiro da WinSocial esclarece principais dúvidas sobre o tema

Desde 2017, o mês de dezembro marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A campanha é instituída pela Lei nº 13.504/2017 e constitui um conjunto de atividades de conscientização, prevenção e assistência às pessoas portadoras dessas doenças, com o apoio do Sistema Único de Saúde e de diversas entidades da sociedade civil.

Ainda que essa luta coletiva já aconteça há 5 anos por meio de inúmeras campanhas de alcance nacional, o tema ainda é considerado um tabu na sociedade e as dúvidas são muitas a respeito da prevenção, transmissão e do convívio com as infecções.

João Geraldo, especialista em sexualidade e parceiro da WinSocial, plataforma digital de seguro de vida para pessoas com condições crônicas, explica alguns mitos e verdades sobre o tema:

  1. Todos os portadores de HIV têm Aids - MITO

HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Já a Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, causada pelo vírus HIV, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema imunológico. Portanto, ser portador do vírus HIV não é a mesma coisa que ter Aids, visto que a Aids trata-se da manifestação da infecção, que pode não ocorrer. Existem diversos soropositivos (pessoas portadoras do vírus HIV) que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.

  1. Um teste para HIV pode dar falso negativo - VERDADE

Caso a pessoa tenha feito o teste em menos de 30 dias após uma relação sexual desprotegida, existe a possibilidade do resultado ser falso negativo, ainda que haja a infecção. Isso acontece devido à “janela imunológica”, período entre a infecção e a produção de anticorpos do próprio organismo que pode comprometer o resultado do exame. Sendo assim, os profissionais da área da saúde recomendam a realização do teste três meses depois desse primeiro exame.

  1. Beijo na boca transmite HIV - MITO

O vírus do HIV não é transmitido por meio da saliva, pelo contato ou compartilhamento de objetos, alimentos ou utilizar o mesmo banheiro. O HIV está presente em fluidos como sangue, esperma e secreção vaginal. Para haver a transmissão, o fluido contaminado de uma pessoa precisa entrar no organismo de outra por meio de uma relação sexual, ou ainda através do compartilhamento de seringas, de acidentes com objetos perfurocortantes contaminados.

  1. Pessoas com HIV podem ter filhos sem o vírus - VERDADE

Casais que vivem com HIV ou casais chamados de sorodiferentes/sorodiscordantes (ou seja, uma pessoa que possui HIV e a outra não), podem ter filhos sem transmitir o vírus. Os avanços científicos e tecnológicos que temos hoje na área da saúde e medicina, sobretudo com tratamentos antirretrovirais, permitem que qualquer pessoa portadora de HIV tenha filhos que não carreguem a doença.

“Com tantos canais de informação de alcance das massas, é essencial trazermos cada vez mais conteúdos educativos para desmistificar, não só o HIV, mas as demais ISTs, já que essa é realmente uma luta coletiva de educação para aqueles que ainda não conhecem as doenças e como se prevenir e, também, de acolhimento para os soropositivos que, muitas vezes, encontram o preconceito como grande barreira na sociedade”, comenta João.

Sobre João

João Geraldo Netto é especialista em Sexualidade Humana. Vive com HIV desde 2001 e fez parte da “Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids”. Ativista de Direitos Humanos, desenvolveu uma estratégia de comunicação digital em saúde que reúne a "Rede Mundial de Pessoas que Vivem e Convivem com HIV" - para acolhimento, orientação, ajuda mútua e fortalecimento do autocuidado das pessoas afetadas pelo vírus - e o canal Super Indetectável no YouTube, para disseminar informações científicas e conhecimento sobre Direitos Humanos, sexualidade, saúde sexual e a pandemia de Aids. Por sete anos foi assessor técnico do Ministério da Saúde, onde atuou na produção, desenvolvimento e implantação de políticas públicas sobre infecções sexualmente transmissíveis. Atualmente, é mobilizador social, professor e consultor em projetos de organizações governamentais, iniciativa privada e terceiro setor no Brasil e exterior.

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