Especialista explica como o consumidor pode se proteger em uma situação como esta e não deixar de curtir a tão planejada viagem
Entre as três maiores modalidades de consórcios estão o de automóveis, imóveis e de serviços. Incluso na opção de serviços, as cotas para viagem estão cada vez mais populares entre os participantes e são uma das mais delicadas quando se trata de planejamentos. Nessa última semana o Governo federal anunciou a pausa da emissão de passaportes e posteriormente reformulou para retomada do atendimento sem previsão de entrega do documento, preocupando alguns consorciados sobre o futuro das suas cotas.
No último sábado (19) a Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes devido a falta de renda destinada a atividades de controle migratório e emissão de documentos de viagem. Nesta terça (22), o Governo Federal anunciou 37 milhões destinados à PF para voltar com as operações, porém a quantia é metade do orçamento de 74 milhões pedido pelo Ministério da Justiça e ambas as organizações não responderam se a quantidade será suficiente para retomada geral dos procedimentos nem se há previsão de entrega dos documentos sem a normalização do financeiro.
Dentro do consórcio a situação preocupa os participantes de qual seria o futuro das suas viagens. Fernando Lamounier, diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, comenta que, naturalmente, só se compra uma cota quando já está com os documentos burocráticos prontos. “O consorciado não tem o que fazer em relação ao passaporte se não esperar. Possivelmente a situação não deve se arrastar por muito tempo, por ser um serviço essencial do governo, e logo será regularizado. Contudo, aquele consorciado que não tem a cota contemplada muda um pouco, ele vai continuar pagando as parcelas até ser contemplado, e aquele consorciado que está com a cota contemplada e pronto para usar a carta de crédito sim vai ter que fazer uma reflexão um pouco melhor. Deve considerar se é melhor pegar a carta de crédito e fazer uso da compra da viagem ou se seria melhor esperar um mais. Em qualquer uma das situações, em relação ao produto consórcio não há problema, pode-se esperar ou pode gastar se a cota estiver contemplada no momento. É mais uma situação com a agência de viagem ou companhia aérea já que em muitas vendas internacionais é necessário o número do passaporte. Porém, nós entendemos que o consórcio é um produto de planejamento, geralmente comprado com antecedência e em paralelo são resolvidas as questões burocráticas, mas nessa situação atual, não há controle nem da pessoa, nem da administração porque se trata de uma questão pública”.
O produto consórcio dentro do segmento serviço é um produto estratégico no que diz planejamento. Uma vez que a viagem é dificilmente feita por impulso, gera uma ótima oportunidade para a entrada do produto consórcio em taxas pequenas, possibilitando a antecipação do pagamento e tempo para reunir dinheiro via carta de crédito em uma compra com melhor negociação. “Tudo vai depender do pacote e da situação, mas como a questão de turismo não é algo impulsivo normalmente se torna um produto muito adequado pra quem tem uma dificuldade de poupar dinheiro, para quem não tem crédito no cartão e não tem condições de fazer um empréstimo, se tornando um meio extremamente vantajoso para esse nicho de mercado. Lembrando que a cota de serviço não é vinculada a apenas viagens, pode ser utilizada para cirurgias, educação, ou até mesmo uma outra viagem. Então você consegue destinar o uso da cota para uma ou outra situação, conforme a demanda do momento”, comenta Lamounier.
Outro possível atraso nas viagens internacionais é a fila de espera de atendimento para o visto estadunidense. Após pausa de emissão durante a pandemia, em 2022 o serviço atinge altos níveis de demanda entre quem está se planejando para as férias. A média de espera na cidade de São Paulo pode chegar a 483 dias e especialistas dizem necessário se organizar o mais previamente possível para evitar aborrecimentos no processo.