Estudo mostra que a cirurgia bariátrica reduz em até 50% o risco de doenças cardiovasculares em pacientes com obesidade grave e doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA).
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| Foto: Divulgação/ Freepik |
A medicina já conhece há bastante tempo a relação entre obesidade e problemas na circulação do sangue. No entanto, um estudo recente realizado por cientistas das universidades Rutgers e de Ohio, nos EUA, revelou que a cirurgia bariátrica pode, de fato, reduzir os riscos cardiovasculares em pacientes obesos ou com e a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), conhecida popularmente como “gordura no fígado”. É o que explica a médica cardiologista Alessandra Gazola, que também esclarece dúvidas sobre o assunto.
A especialista detalha que a principal relação entre os problemas de saúde analisados pelo estudo é a reação inflamatória, que ao longo do tempo vai alterando as características dos vasos sanguíneos e tornando mais fácil o depósito de gordura e cálcio. “Hoje já conseguimos observar a ligação direta entre a doença de depósito de gordura no fígado e a síndrome metabólica, que envolve resistência à insulina, colesterol alto e hipertensão” exemplifica.
Nesse contexto, a conduta ideal de tratamento é a mudança de estilo de vida do paciente, que precisa ter uma alimentação mais equilibrada e atividade física regular. A cirurgia bariátrica se insere aí, já que pode ter papel importante na mudança dos hábitos alimentares. Drª Alessandra lembra que, de acordo com o estudo norte-americano, a ocorrência de eventos cardiovasculares caiu praticamente pela metade em obesos ou portadores da DHGNA que se submeteram à bariátrica. “É maravilhoso ter reversão de muitas doenças, além de conseguirmos fazer remissão da hipertensão.”
“Hoje sabemos que o fator genético também tem grande importância no surgimento de doenças como obesidade, DHGNA e má circulação. Por isso, de acordo com a especialista, é necessário acompanhamento precoce com equipe multidisciplinar para controle do peso”, explica.
Para quem é indicada a cirurgia bariátrica?
A também endocrinologista Maria Cecília Fittipaldi, que atua na avaliação de pacientes para a cirurgia, conta que os critérios para a indicação foram atualizados nesta semana e divulgados pela Federação Internacional de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Foi estabelecido que o procedimento será recomendado para pessoas com IMC acima de 35, independentemente de cormobidades, e pessoas com IMC entre 30 a 34,9, mas portadoras de cormobidades. A medica lembra, ainda, que crianças e adolescentes, além de idosos com mais de 65 anos, precisam ser atendidos de forma individualizada.
