Relatório da Apura Cyber Intelligence mostra, a partir da análise de cenários, quais são as principais táticas usadas pelos criminosos virtuais para praticar fraudes financeiras na internet
Fraudes |
Houve um aumento significativo no número de ameaças de fraudes financeiras no Brasil no primeiro semestre de 2022. É o que mostra o recém-lançado relatório semestral da Apura Cyber Intelligence, que traz o panorama sobre crimes cibernéticos e cibersegurança no País em 2022.
As fraudes financeiras via internet têm como maior objetivo extrair dados que permitam aos criminosos adquirirem credenciais e, desta maneira, subtrair dinheiro das vítimas, que pode ser em valores pequenos ou até mesmo quantias maiores.
Para poder entender o cenário de crimes financeiros virtuais no País, a Apura utilizou dados do BTTng, ferramenta de cyber threat intelligence da empresa que avalia bilhões de informações na busca por padrões que possam indicar algum tipo de ameaça e alertar quando atividades mal-intencionadas forem detectadas.
Assim, é possível através de termos, por exemplo, identificar padrões e emitir alertas de segurança. Um dos termos identificados pelo BTTng foi “tela falsa”, que está associado principalmente à comercialização de páginas web falsas idênticas a de organizações e entidades que os golpistas desejam atrair vítimas.
No primeiro semestre de 2022, em relação ao primeiro semestre de 2021, a procura pelo termo ou menção à “tela falsa” subiu 67%. Essas telas são utilizadas para enganar as vítimas, levando-as a acreditar que estão acessando o site original, quando na verdade estão logando com sua credencial, e até mesmo com números de cartões de créditos, uma página falsa.
“As telas falsas são um elo importante na cadeia de uma série de fraudes, por isso são mercadoria bastante procurada em fóruns, chats, redes sociais, etc.”, explica Sandro Süffert, CEO da Apura.
Sandro Süffert, CEO da Apura |
Outro termo com muitos eventos relacionados foi “burlador”. Os burladores (mais especificamente “burlador de selfie”) buscam contornar a necessidade de envio de selfies para procedimentos como abertura de contas ou solicitações de cartões de crédito ou empréstimos on-line. Em relação ao primeiro semestre de 2021, o aumento foi de cerca de 659% na busca ou menção a este tipo de fraude.
Tentativa de fraude financeira com cartões, como crédito, débito, pré-pago, que são bastante comuns, tiveram um aumento de aproximadamente 637% no número de ocorrências identificadas pelo BTTng em comparação ao primeiro semestre de 2021. No mundo, o sistema coletou informações de 2.284.797 cartões, sendo 283.031 com origem no Brasil, um aumento de mais de 46% em relação ao número de cartões nacionais identificados entre 2021 e 2022.
“É importante ressaltar que isso não significa necessariamente que o número de fraudes relacionadas a esses esquemas cresceu na mesma proporção. Mas o crescimento nos números é um indicativo bastante forte do aumento de interesse neles por parte do bioma cibercriminoso”, reforça o CEO da Apura.
O relatório ainda apresenta análises e informações sobre o cenário de cibercrime no mundo, levando em conta especialmente alguns fatores como guerra Rússia-Ucrânia, o “fim” do maior grupo ciberterrorista do mundo, o Conti, e seus desdobramentos, novos tipos de ameaças e vulnerabilidades, todos com base em números reais e extraídos do BTTng.