Entre os equipamentos que operam com energia solar estão praças de pedágio, call boxes, rede wi-fi, postos de Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU), câmeras de monitoramento, entre outros
Rodovias sustentáveis são uma realidade no Estado de São Paulo e vão de encontro à busca por energias limpas que contribuem para a diminuição dos impactos ambientais, metas debatidas desde a Conferência de Estocolmo (1972). Nos mais de 11.100 quilômetros de rodovias concedidas no Estado, fiscalizados pela ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo, a energia solar abastece as operações de mais de 1.300 pontos entre praças de pedágio, call boxes, Painéis de Mensagem Variável (PMV), rede wi-fi, postos de Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU), lombadas eletrônicas e câmeras de monitoramento.
Embora não seja premissa contratual, o uso de políticas sustentáveis é um dos itens de destaque na avaliação mensal feita pela Agência Reguladora sobre o desempenho das empresas, que concorrem ao prêmio de concessionária do Ano.
“A energia solar é uma fonte totalmente limpa que evita o uso de qualquer outro componente que possa gerar gases de efeito estufa na atmosfera. Além dos benefícios ao meio ambiente, as ações de sustentabilidade empregadas nas rodovias concedidas impactam também na economia de recursos, que podem ser aplicados em outros benefícios aos usuários”, reforça Pedro Humberto Romanini, da área de meio ambiente da Diretoria de Investimentos da ARTESP.
Na Rodovia Carvalho Pinto, em São José dos Campos, a usina solar instalada no km 92 pela Ecopistas opera com 240 painéis de captação solar e tem previsão de gerar 11.656,20 kWh/mês e 135,7 MWh ao ano, o que seria semelhante ao consumo de 77 casas. Com isso, a concessionária deixará de emitir aproximadamente 15,5 toneladas de CO² na atmosfera por ano, o equivalente a plantar 230 árvores. Também no Vale do Paraíba, na Rodovia dos Tamoios, a unidade do Serviço de Atendimento ao Usuário, instalada no km 48, é totalmente sustentável e é abastecida por 65 painéis solares com capacidade de geração de 22,440 KWp.
Na principal ligação da capital paulista com o litoral, o Sistema SAI (Anchieta/Imigrantes) emprega dois tipos de energia solar: o on grid – quando a geração está conectada à rede pública e, no caso de se produzir mais energia do que o necessário, parte é devolvida e transformada em créditos para uso futuro. Já o off grid não possui conexão com a rede pública e é utilizada para alimentação de equipamentos nas rodovias, como painéis eletrônicos. No sistema SAI, os recursos sustentáveis são utilizados em cerca de 260 pontos.
Já nas rodovias concedidas da região de Marília e Ribeirão Preto, a energia limpa sustenta 100% de toda necessidade energética dos equipamentos em operação nos 570 quilômetros da malha administrada pela Entrevias, que inclui oito praças de pedágio, além de câmeras de monitoramento (CFTV) e sistemas de análise de tráfego (SATs), com a geração de até 2,2 mil MW/ano, equivalente ao consumo de mais de 1.200 residências.
Na região Centro Norte do Estado, que soma 380 km de rodovias sob gestão da concessionária Intervias é utilizado 100% de energia limpa na operação de 414 pontos. Outros 573 pontos da SP 255, entre Araraquara e Riversul, geridos pela Via Paulista, também já operam de forma totalmente sustentável.
Os painéis solares fotovoltaicos usados para gerar a energia solar também fazem parte da tecnologia das rodovias sob gestão da AB Triângulo, a Rodovia Washington Luís (SP 310), de São Carlos a Mirassol, a Rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326), de Matão a Bebedouro, e a SP 333 - Rodovia Carlos Tonani / Nemésio Cadetti / Laurentino Mascari / Dr. Mario Gentil, de Sertãozinho a Borborema. Anualmente são captados cerca de 200 MWh de energia por meio de painéis fotovoltaicos, que são utilizados na operação da malha.
Na região de Campinas, onde estão localizadas as rodovias D. Pedro I (SP-065) e Magalhães Teixeira (SP-083), operadas pela Rota das Bandeiras, mais de 540 pontos, entre bases do Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU), call boxes e equipamentos para contagem e análise do fluxo de veículos, funcionam somente à base de energia solar.
Como é gerada a energia solar
Para produzir a energia solar é necessário a implantação de painéis fotovoltaicos nos pontos específicos em que atuará. A energia é gerada pelas placas e conduzida a um equipamento que a transformará em corrente elétrica, que será distribuída para os pontos de consumo e equipamentos, como, no caso das rodovias, as redes de wi-fi, telefones de emergência e praças de pedágio, por exemplo. Esse tipo de energia é gerado inclusive em dias nublados ou frios pois os painéis captam a radiação dos raios solares e que não dependem totalmente do calor.
Benefícios da energia limpa
Sobre a ARTESP
A ARTESP – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo – regula o Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo há mais de 20 anos. Sob sua gerência, estão 20 concessionárias, que atuam em 11,1 mil quilômetros de rodovias, o que representa quase 41,1% da malha estadual, abrangendo 335 municípios.
A Agência também fiscaliza o Transporte Intermunicipal de Passageiros, exceto nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, de Campinas, da Baixada Santista, do Vale do Paraíba/Litoral Norte e Sorocaba. Dentre as ações, realiza auditoria de frota, garagem e instalações, ações fiscais na operação das linhas regulares, nos terminais rodoviários e nas rodovias. Além disso, a ARTESP é responsável pela regulação da concessão de 27 aeroportos regionais.