Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Adolpho Bloch, o homem que criou o poderoso Grupo Bloch

8 de Junho de 2021

Por Rofolfo Bonventti

O homem que criou o poderoso Grupo Bloch

Avram Yossievitch Bloch, que no Brasil virou apenas Adolpho Bloch, nasceu em Jitomir, uma pequena cidade a 120 quilômetros de Kiev, capital da Ucrânia, em 1908, e tinha descendência judaica. Em 1917, sua família se mudou para Kiev, mas em função da perseguição aos judeus, em meados de 1921, a família Bloch resolveu emigrar primeiro para a Itália e logo depois para o Brasil, onde chegaram no Rio de Janeiro, em janeiro de 1922.

Adolpho Bloch na inauguração da TV Manchete

O pai de Adolpho, Joseph Bloch, montou uma pequena gráfica, com máquinas impressoras manuais, e o filho trabalhava com ele buscando clientes no comércio carioca. Seu primeiro grande negócio foi quando a gráfica passou a imprimir um papel de seda especial para embalar laranjas para exportação.

Adolpho Bloch e Xuxa na Rede Manchete

Adolpho Bloch se naturalizou brasileiro em 1931, e oito anos depois, com pouco mais de 30 anos de idade, inaugurou a primeira sede própria da sua gráfica, na cidade do Rio de Janeiro.

Em 1951, o Grupo Bloch deu o seu primeiro grande salto ao ter a ideia de criar uma revista semanal ilustrada para competir com“O Cruzeiro”, dos Diários Associados, líder absoluta do mercado editorial da época. O primeiro número da revista “Manchete” foi para as bancas em 26 de abril de 1952.

Com o apoio irrestrito ao governo do presidente Juscelino Kubitschek e defensor ferrenho da nova capital federal, Adolpho Bloch viu sua revista e seu Grupo deslancharem no início dos anos 1960, e a partir desse momento favorável, criou outros importantes títulos como “Fatos e Fotos”; “Pais e Filhos”; “Desfile”; ”Amiga” e “Sétimo Céu”, entre outras.

Em novembro de 1968, o Grupo Bloch inaugurou a nova sede da editora na praia do Russel, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, projetada por Oscar Niemeyer, onde também funcionavam, além das redações das revistas, as emissoras de rádio e o Museu de Arte Brasileira.

Ele foi presidente da Fundação dos Teatros do Estado do Rio de Janeiro (Funterj) e o responsável por restaurar o Teatro Municipal, o João Caetano, e construir o Teatro Villa-Lobos.

Em junho de 1983, inaugurou a Rede Manchete de Televisão, que já surgiu com emissoras próprias nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza, além de 40 afiliadas pelo território nacional.

A emissora lançou uma programação para as classes A e B com muita qualidade e um apuro técnico grande. Investiu em programas jornalísticos, esportivos, documentários, belos musicais e em teledramaturgia. Teve o ápice de audiência no final dos anos 1980 e em 1990, com o lançamento da novela “Pantanal”, mas entrou em crise e teve graves dificuldades financeiras a partir de 1992.

A TV Manchete acabou em 1998 e deu lugar para a Rede TV, mas foi um importante legado que Adolpho Bloch criou pela qualidade da sua programação enquanto esteve no ar.

Adolpho Bloch faleceu em 19 de novembro de 1995, de uma embolia pulmonar após uma cirurgia cardíaca, aos 87 anos de idade.

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