A BRIC - Bolha de Respiração Individual Controlada, produto lançado pela Life Tech Engenharia, pode auxiliar no tratamento de pacientes com dificuldades respiratórias infectados pela Covid-19; Além disso, a utilização da BRIC pode evitar a intubação em 54% de pacientes com SARS
Juntando esforços para amenizar os efeitos da pandemia do coronavírus, o engenheiro Guilherme Thiago de Souza, CEO da empresa de tecnologia Roboris, reuniu e lidera uma equipe com diversos profissionais da área da saúde, da engenharia e da indústria, para desenvolver a BRIC - Bolha de Respiração Individual Controlada, um dispositivo para VNI – Ventilação Não-Invasiva que pode evitar a intubação de pacientes com dificuldade respiratória que tenham contraído a Covid-19. O equipamento, lançado sob a marca Life Tech Engenharia, é uma interface entre paciente e o ventilador mecânico e foi criado como uma alternativa de manter uma boa oxigenação do paciente e proteção da equipe de saúde, além de ser uma tentativa de tratamento que antecede a internação à UTI.
“Desenvolvemos um produto para oferecer à sociedade uma solução frente à pandemia que vem assolando o país. Após pesquisas e estudos, o resultado foi a BRIC, equipamento compatível com ventiladores não-invasivos projetado com um volume para que o paciente se sinta confortável e que tem como sua principal característica a estanquidade, capacidade de conter o vazamento, essencial para evitar a propagação da doença”, diz Guilherme Thiago de Souza, presidente da LifeTech Engenharia. “Acreditamos que com este equipamento, podemos salvar vidas e ajudar a sociedade brasileira”, afirma.
Enquanto a taxa de mortalidade para pacientes intubados com Covid-19 é de 70% a 86%, estudos da Universidade de Chicago sobre a tecnologia de ventilação baseada em capacete demonstram que com a utilização da BRIC, de 20% a 35% de pacientes com Covid-19 irão evitar a necessidade de intubação, além também de evitar a intubação em 54% de pacientes com SARS.
O principal objetivo da BRIC no combate à Covid-19 é impedir a propagação do vírus em hospitais e proteger a equipe multidisciplinar da saúde e pacientes com risco de contaminação, além de evitar o efeito aerosol. “Sua vedação foi feita de forma que não ocorram vazamentos e disseminação do vírus e a saída de ar ocorre pelos filtros hospitalares, projetados e construídos para essa finalidade”, explica Guilherme, ressaltando a redução significativa no risco de infecção. “O paciente fica exposto a um menor risco que a intubação pode ocasionar e também, não transmite o vírus para o meio, pois tudo passa pelo filtro e devolve o ar limpo para o ambiente”, salienta o engenheiro. Além disso, é compatível para ventiladores VNI e pode ser utilizado em qualquer ambiente intra-hospitalar.
O capacete estanque é também um recurso a mais antes da internação à UTI. “Os hospitais ou clínicas ganham uma tentativa de tratamento que antecede a ida do paciente à unidade de terapia intensiva, é um tempo a mais, para que não precise ser induzido ao coma”, enfatiza Guilherme.
O produto também possibilita a oferta de oxigênio variada para o tratamento individual de cada paciente sem a necessidade da intubação. “A BRIC é um capacete, uma vestimenta estanque, pois proporciona um ambiente para o controle do oxigênio. Com seu uso, é possível configurar nos ventiladores uma oxigenação entre 21% a 100% de fração inspirada de oxigênio e implementação de pressão positiva, de acordo com a necessidade clínica”, diz o Dr. Thiago Marrachini, fisioterapeuta intensivista envolvido no projeto da Life Tech Engenharia.
Além das vantagens como menor tempo de internação, a interface não expõe os profissionais a aerossóis, evita úlceras causadas por máscaras faciais, facilita a comunicação do paciente com a equipe e seu sistema de estaqueamento confortável minimiza lesões cutâneas. Equipamento similar já foi utilizado na Itália como uma aliada no combate ao coronavírus. A BRIC também pode ser usada no tratamento de outras doenças respiratórias. O produto aguarda a liberação da ANVISA.