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Janela de Oportunidades

4 de Maio de 2020

Por Dr. Rubens Zampieri Filardi

Estamos vivendo um momento sensível de nossa história, e ninguém sabe dizer quando e como acabará o “estado de calamidade mundial” em que nos vemos inseridos. São muitas as perguntas que precisam de resposta, os estudos que precisam de conclusão, os pontos que precisam ser conectados.

Mas se não sabemos quando e como acabará, sabemos que o momento presente exige mudanças. O momento presente exige criatividade. E nunca é tarde demais para começar, pois se não sabemos quando acabará, podemos estar no começo, no meio, e ainda é tempo de agir.

A história nos mostra que as grandes ondas de crescimentos foram antecedidas de crises profundas. A necessidade gera a oportunidade. Quando o ser humano se vê sob extrema pressão, é quando ele potencializa sua genialidade, e faz surgir caminhos não pensados, cria novos paradigmas. E isso não é percebido no momento imediato, mas o tempo mostra a grandiosidade das criações realizadas na crise.

Estamos vivendo a história. E graças ao acesso rápido que temos de informações, estatísticas, estudos probabilísticos, podemos olhar o passado (para as grandes crises) e construir o nosso futuro, estudando os que venceram estas batalhas. A história, as estatísticas, e probabilidades, nos evidenciam que o que fizermos hoje será determinante para o sucesso que podemos construir.

Assim, podemos dizer que temos um grande “álibi” para nossa “revolução”. A crise pode ser vista como o fim, como a bancarrota, mas também pode ser encarada como o “ente avalizador” para a mudança necessária de nossas vidas, empresas e instituições. Podemos atribuir a ela (nosso querido álibi) a causa de todas as reformulações que há tanto queremos empreender, mas sempre nos faltou a oportunidade (ou coragem) para fazê-lo.

O tradicional pode até sobreviver à crise, sim. Mas se podemos ir além, se estamos autorizados a tentar o novo, o diferente, é mais seguro fazê-lo. Isto não se aplica somente ao óbvio, não devemos nos limitar ao e-comerce, ao estudo a distância, às redes sociais, às reuniões virtuais. Podemos e devemos ir adiante, podemos e devemos olhar para nós, e repensarmos quais os nossos propósitos, quais os nossos desejos, e temos agora tempo e razões para mudar a forma como fazemos as coisas.

Falando do mundo dos negócios, não são todas as organizações que podem se valer das mudanças óbvias. Nem todos podem fazer uso do e-comerce, EAD, reuniões, etc.  Mas toda empresa pode fazer algo novo e diferente. Todo negócio pode se reinventar. E agora é a hora (temos nosso álibi).

Há uma janela de oportunidades enorme, e esta chance não pode ser desperdiçada. É o momento de ousar, de dar vida àquele projeto engavetado, de testar aquele produto novo, de lançar novos serviços, de mudar as estruturas operacionais, de rever as vocações. E não devemos fazer isso apenas para suportar a crise, mas, essencialmente, para sairmos fortalecidos no pós-crise, para vencermos num futuro novo que virá. Não sabemos quando, e nem como, mas sabemos que este “amanhã” será seletivo, e somente habilitará os melhores à continuidade. 

Este fenômeno não é novo. Darwin o chamou de seleção natural há mais de 150 anos. É da nossa natureza evoluir. Logo, sejamos pequenos ou grandes, complexos ou simples, comércio ou serviço, valhamo-nos do nosso álibi oportuno, e façamos as mudanças de que precisamos, e, especialmente, façamos as mudanças que desejamos. Somos responsáveis por nossas escolhas, e as escolhas corretas selecionarão os sobreviventes. A inércia e omissão pode ser uma escolha arriscada. Melhor e mais seguro parece-nos mergulhar nesta janela de oportunidades.

Sobre o autor:

Rubens Zampieri Filardi, advogado, formado em Direito pela Unesp Franca, especialista em Direito Tributário pelo IBET, especializando em Gestão de Negócios pela FDC, responsável pelas áreas de contencioso de massa e recuperação de crédito e sócio da Sanchez e Sanchez Sociedade de Advogados.

Dr. Rubens Zampieri Filardi

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