A tarefa era muito difícil: substituir o grande sucesso que foi a novela “Os Imigrantes” na programação da TV Bandeirantes no início dos anos 1980. Saía o clássico da teledramaturgia de Benedito Ruy Barbosa e entrava no ar um texto moderno escrito por Jaime Camargo e Marcos Caruso, a novela “Campeão”.
Mas apesar do nome e da boa história e produção, a novela não segurou a audiência da sua antecessora e ficou apenas cinco meses no ar. No enredo, a história dos cavalos de raça, do mundo de criadores e de apostadores do Jockey Club de São Paulo, embalado pela história de um menino que tinha com o cavalo que o avô lhe deixou, um verdadeiro raça pura e campeão, um melhor relacionamento do que com o pai e a mãe que estavam em processo de divórcio e com os avós que disputavam a herança do cavalo.
Com belas cenas externas realizadas no Jockey e um elenco de primeira linha, a novela teve uma passagem interessante pela programação da TV Bandeirantes em 1983, mas o público não retornou em termos de audiência como a emissora esperava e o horário das 19h passou a ter investimentos menores após o final desta novela.
A direção precisa ficou com Roberto Talma, vindo da TV Globo, e os veteranos Henrique Martins e Álvaro Fugulin. O texto começou com Jaime Camargo que depois que algum tempo brigou com a emissora e deixou a novela para Marcos Caruso e Lafayette Galvão.
Como Amílcar, o rico investidor em cavalos de corrida, uma participação especial nos primeiros capítulos, esteve o veterano José Lewgoy, em um grande desempenho. O neto Flávio foi vivido pelo ator infantil Alexandre Raymundo, que vinha do sucesso na versão de “Meu Pé de Laranja Lima” de 1980, e que segurou bem a responsabilidade de conduzir a história. Como seus pais, o casal Jorge e Alexandra, em disputa pela herança em um divórcio pesado estavam os competentes Rubens de Falco e Maria Estela.
O elenco, digno de uma superprodução, ainda contava com brilhantes interpretações de Cleyde Yáconis e Luís Carlos Arutin, os avós do lado materno do menino, e que viviam de aparências e de olho na herança que o neto e a filha poderiam receber.
Outros destaques ficaram com John Herbert no papel do divertido mordomo Nóbrega e de Márcia Maria que interpretava Dora, a nora que desafiava a todo instante a falida família do seu marido. Uma cena marcante do início da história é quando Márcia Maria revive a cena do banho na fonte de um jardim, vivida pela atriz italiana Anita Ekberg no clássico de Federico Fellini, “La Dolce Vita”.
Também em destaque na história estavam Elaine Cristina, Kito Junqueira, Othon Bastos, Célia Helena, Fúlvio Stefanini, Eliane Giardini, Myriam Pérsia, Abrahão Farc, Paulo César Grande, Cláudia Alencar, Flávio Guarnieri, Luiz Carlos de Moraes, Carmem Silva, Matheus Carrieri, Deborah Seabra, Arthur Leivas, Cissa Manzano, Antonio Fonzar, Ady Salgado, Luiz Antonio Piva e Sonia Oiticica.