Angola receberá a partir deste ano centenas de participantes de vários setores na primeira edição da Bienal de Luanda – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz. A realização do evento, entre os dias 18 e 22 de setembro, envolve a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, a União Africana e o governo angolano, do Platina Line, maior portal de entretenimento do país e da Clé Entertainment.
Falando à ONU News, de Paris, o diretor da Divisão de Informação da Unesco, Vincent Defourny, explicou como a série de encontros terá impacto em vários setores do continente.
“É uma cooperação entre o governo angolano, a União Africana e a Unesco. Estamos a preparar este evento para ser um encontro regular, que em dois anos permita uma reflexão sobre a criação de uma cultura de paz. Mas é uma forma muito concreta e operacional, através de uma gestão dos recursos naturais, do conhecimento da história africana. Não só de forma intelectual, mas também de forma artística, desportiva e cultural no sentido amplo.”
Os participantes na bienal incluem jovens, instituições culturais, artistas, cientistas, políticos, parceiros económicos e a sociedade civil para refletir sobre os compromissos com a paz e o desenvolvimento sustentável no continente africano.
A ideia é que com o início da Bienal de Luanda passem a ser organizadas ações dedicadas à cultura de paz sustentável em África.
“Mobilizar a comunidade angolana, mas não somente a angolana. Catorze países africanos e a diáspora estarão presentes. Estes apresentarão também suas iniciativas e projetos, sua forma de pensar para a concretização desta cultura da paz. Assim será a ideia da bienal de Luanda. Vai ter um fórum de ideias, um fórum da juventude, um festival da cultura e paz para o desporto para as populações locais e vamos trazer parcerias de cultura da paz para África.”
A presença de parceiros do movimento pan-africano deve ser aproveitada para debater o futuro do continente, avaliar projetos e iniciativas para apoiar toda a região.
A Unesco vê a Bienal de Luanda como uma oportunidade para que os próprios africanos possam “moldar a África do futuro”.
“Uma identidade africana global, que envolve todos os africanos do continente mas também das diáspora, os refugiados e as migrações, juventude na paz e na segurança, a prevenção da violência e de conflitos através da educação e da cultura, a prevenção dos conflitos através de uma prevenção razoável dos recursos naturais, criatividade e o espírito empresarial e de inovação para levar à cultura da paz e o papel das mulheres que vai ser particularmente importante e a promoção de cultura de paz através da media e das tecnologias de informação e de comunicação.”
Para a Unesco, criar uma cultura de paz nas mentes de homens e mulheres africanos “é essencial para construir sociedades fortes e inclusivas que são cruciais para a construção de um futuro sustentável” para toda a região.