Viver - Saúde

Musicoterapia

18 de Dezembro de 2018

Musicoterapia promoverá por intermédio das ações musicais e dos elementos sonoros, com evidências cientificas, a restauração e manutenção da saúde, a qual permite um sentido ou propósito ao sujeito com o uso planejado e único para a integração global do Eu, proporcionando saúde e qualidade de vida biopsicossocial e espiritual, com a utilização de métodos e técnicas específicas.

Durante as sessões de musicoterapia sucedem mudanças de comportamento e do rompimento da barreira de incomunicabilidade em uma transformação e aceitação da expressão sonoro-musical, modificando e facilitando a relação de Si com a sociedade, o indivíduo pode, assim, evocar os aspectos físicos, emocionais, intelectuais, estéticos ou espirituais, de acordo com o objetivo terapêutico na experiência musical, promovendo-se, desse modo, a sua autonomia e habilidades necessárias para uma vida funcional e social, recuperando ou mantendo a saúde física e mental.

Desta maneira permite ao sujeito fortalecer,
recuperar, aumentar ou prevenir a perda das habilidades criativas, estimulando assim a autonomia na execução de tarefas, rotinas ou papéis para o fortalecimento apropriado ao sujeito com um significado importante o qual mobilizará questões especificas de forma sonora (subjetiva) à verbalização ao falar (concreto), se configurando como ação/relação/comunicação. Propiciando a melhora na saúde integral aos pacientes, trabalhando os conflitos emocionais, neuróticos, psicológicos, psicóticos, cognitivos e perceptivos, comportamental, comunicativo, social e criativo.

Historicamente, a Musicoterapia surgiu durante a Segunda Guerra Mundial (1940) no tratamento dos soldados que sofreram traumas nos combates. Havia apresentações musicais realizadas aos soldados e, durante essas intervenções sonoras, foram constatadas melhoras durante suas internações hospitalares. Diante disso, iniciaram-se estudos científicos sobre os benefícios da música, em que se examinava a relação som/ser-humano/som, surgindo, assim, o nome “Musicoterapia – música como terapia”. A criação da primeira graduação foi na Universidade de Michigan em 1944. Em 1950, foi criada a Associação de Musicoterapia nos EUA e, em 1996, a Organização Mundial de Saúde reconheceu a Musicoterapia como tratamento terapêutico.

Com os avanços em tecnologias e pesquisas interdisciplinares, a Musicoterapia vem se expandindo por todo o Mundo: África, Argentina, Austrália, Alemanha, Brasil, Canadá, China, Coreia, Chile, Estados Unidos, Espanha, Emirados Árabes, França, Finlândia, Índia, Itália, Irlanda, Japão, México e Portugal.  

No Brasil, a Musicoterapia passou a ser reconhecida como profissão regulamentada pelo Ministério do Trabalho – Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) a partir de 2010, sob o código 2263-05. Essa ciência vem fazendo um grande trabalho nos serviços do Sistema Único de Saúde á mais de 20 anos em todos os Estados e Municípios do país (Práticas Integrativas e Complementares da Saúde - PICS na resolução nº 10, 13 de janeiro de 2017 - 01.01.05.008-9), e no Sistema Único de Assistência Social (resolução nº 17, 20 de junho de 2011). A Musicoterapia também possui o código TUSS (81020015) adquirido em convênios de saúde.).

O musicoterapeuta é o profissional de nível superior, com formação reconhecida pelo MEC e com registro em seu órgão de representação de categoria. Ele/a é habilitado/a a exercer a profissão no Brasil. Ele/a facilita um processo musicoterápico a partir de avaliações específicas, com base na musicalidade e na necessidade de cada pessoa e/ou grupo. Estabelece um plano de cuidado e um processo musicoterápico a partir do vínculo e de avaliações específicas atendendo às premissas de promoção da saúde, da aprendizagem, da habilitação, da reabilitação, do empoderamento, da mudança de contextos sociais e da qualidade de vida das pessoas, grupos e comunidades atendidas. O musicoterapeuta pode atuar em áreas como: Saúde, Educação, Social / Comunitária, Organizacional, entre outras.”

 QUAIS DOENÇAS PODEM SER TRATADAS?

R: Qualquer pessoa pode fazer o tratamento de musicoterapia, não é necessário um quadro clinico para realizar a psicoterapia, pois através da Anamnese Musicoterápica é reunido todas as informações do paciente para a elaboração do objetivo de forma necessita com um objetivo direcionando a autonomia biopsicossocial.

Atuações da Musicoterapia

Musicoterapia Organizacional para a melhora da qualidade de vida dos funcionários – atividades que promovem o enfrentamento com as cobranças, com a equipe, com a liderança, com o emocional, com a ansiedade e o estresse do dia a dia; Musicoterapia Social para a melhora na socialização familiar, e com a sociedade que o cerca no cotidiano; Musicoterapia na Educação com trabalhos de escuta, respeito, a criatividade, atenção, concentração, percepção, memória entre outros; Musicoterapia da Reabilitação restaurando e promovendo a neuroplasticidade nas áreas cognitivas, comportamentais, fisiológicas, memórias, emocionais entre outros - Álcool/drogas CAPSad e particulares;  Gestantes , Salas de Parto e NeoNatal – vínculo mãe e bebê; Neurológica (Paralisia Cerebral, Alzheimer, Parkinson, Afasia, Acidente Vascular Cerebral, Hidrocefalia,  Sindromes – Down, Williams, West, Turner, entre outras ); e Neuropsiquiátrica  [(Estresse, Depressão, Mutismo, Esquizofrenia, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtornos Alimentares, Transtornos de Ansiedade, Transtorno Bipolar (TAB), Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Transtorno de Personalidade Anti-Social, Autismo etc.)];

Musicoterapia Hospitalar no leito dos Pacientes (durante uma internação hospitalar e pós-alta, na convalescença, acamados, para a harmonização dos batimentos cardíacos e da pressão arterial e cuidados paliativos – Oncologia, Hemodiálise e Dor Crônica, entre outros); (Hospital Dia Adulto e Hospital Dia Infantojuveni e  Centro de Atenção Psicossocial Infantil – CAPSi);

Salas de Espera (antes de ser atendido pelo médico ou de algum procedimento cirúrgico, em hospitais, clinicas, UBS, AMAS).

 

Musicoterapia é diferente de utilização de música como entretenimento, num leito de hospital, sempre é feito perguntas sobre os gostos musicais, para assim ser executado o trabalho. Modificando o batimento cardíaco, a pressão arterial, estresse e a ansiedade antes de qualquer procedimento. Exemplos: Gupta diz que a música é o remédio que nos transforma – para Nathaniel um esquizofrênico paranoico (história verídica contada no filme “O Solista”), comenta que a música é saúde mental “Música é remédio, música é sanidade”.

O Robert Gupta, é pesquisador na área neuro-biologia e neurodegenerativa no CUNY Hunter College em Nova York, trabalhou na regeneração neuronal da medula espinhal, e no Instituto de Medicina de Harvard Centro de Doenças Neurológicas, onde estudou a patologia bioquímica da doença de Parkinson. Diz as seguintes palavras:

"Esta foi a razão pela qual nós fizemos a música: pegamos algo que existe dentro de todos nós em nosso núcleo fundamental, as nossas emoções, e através da nossa lente artística, através da nossa criatividade, somos capazes de moldar as emoções em realidade. "

"Para aqueles que vivem na maioria das condições degradantes ... a música oferece uma oportunidade para que eles transcendem o mundo ao seu redor, para lembrar que ainda têm a capacidade de experimentar algo bonito." O cantor Hebert Vianna que o deixou paraplégico pós acidente de ultraleve, teve como um dos tratamentos de recuperação a Musicoterapia. Em 2006 o mesmo participou do lançamento da campanha "Musicoterapia - Entre Nessa Sintonia", que incentiva a terapia à base de música

o remédio mais elevado. Faz bem canalizar as energias para outra coisa que não seja a intensidade das dores que sinto”, disse Herbert em sua chegada ao evento, na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação, no Jardim Botânico. “Vim aqui tentar abrir uma janela para as pessoas nessa situação”, resume ele.

 “A gente teve uma noção muito prática do que significa a música no contexto da reabilitação. É um remédio para a alma. E, hoje, nós viemos aqui como uma prova real desse efeito. Foi na música que o Herbert se agarrou para seguir em frente. E foi a música que salvou as nossas vidas”, constata o baterista, diante uma plateia de pacientes em recuperação na ABBR.

Fonte: Ludmila Christina Simões Poyares

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