Nascido em São Paulo e criado no Rio de Janeiro, Rodrigo é um artista que vem desenvolvendo carreiras na música e no teatro. Formado em piano erudito no Conservatório Brasileiro de Música (Rio de Janeiro), em composição popular na Berklee School Of Music (Boston) e em teatro no Indac (São Paulo), lançou seu primeiro álbum “Samba de Câmara” em 2009. O segundo álbum “Como é Bonito, Benito” (2013) era um tributo aos quarenta anos de carreira de seu pai, Benito Di Paula, com quem se apresenta em shows desde a infância.
O recente mergulho na carreira de ator de teatro, em peças como “Fricção” (baseada na obra de Plínio Marcos com direção de Kiko Marques), “Henrique V” (de William Shakespeare com direção de Diego Villar), “Senhor das Moscas” (a partir da obra de William Goulding e direção de Zé Henrique de Paula) e sobretudo no show solo “Trágico”, que promovia uma mistura de teatro e música com direção de Renato Andrade e apresentações no CCSP, trouxeram uma necessidade de busca pela renovação expressiva da carreira musical.
O álbum “Cada Lugar Na Sua Coisa” é o resultado de um processo de troca que se estabeleceu de maneira muito natural entre Rodrigo, Marcus Preto e Alexandre Fontanetti. A banda Cosmopolita, trazida por Fontanetti e formada por Zé Ruivo (teclados, órgão e piano elétrico), Gustavo Sato (baixo), Dani Andreotti (guitarras) e Bruno Tessele (bateria), trouxe o frescor e as possibilidades de criação de um grupo de toca junto há algum tempo. As bases foram gravadas em dois dias de sessões em que a banda tocava “ao vivo”, sem clique, como num show. “Cheguei à conclusão de que eu devia usar uma banda já pronta. E aí eu chamei os meus amigos da banda Cosmopolita que tinham gravado um disco instrumental aqui no meu estúdio totalmente ao vivo. Coloquei o Rodrigo fazendo a voz e a banda fazendo tudo ao mesmo tempo, valendo. O grande diferencial desse disco é isso: o fato de a gente ter feito uma coisa completamente orgânica. Com aquele fogo, aquele acontecimento de uma banda tocando ao vivo. E uma banda que já toca muito bem junta”, diz Fontanetti.
O repertório foi formado a partir do encontro com Marcus Preto. “Foi um processo longo. A gente ouviu um monte de disco atrás de repertório, atrás de referência, atrás de material para formatar o que seria esse disco. Fomos a alguns shows também, do Mauricio Pereira, por exemplo, que tem uma música no disco. Foi um processo vivo. Não foi só entrar no estúdio e fazer, foi uma coisa de convívio, de troca”, disse Marcus. A idéia era fazer um “disco de cantor”, que promovesse a junção do repertório e das ideias de arranjo do grupo com a voz de Rodrigo em muitas de suas possibilidades e no mais próximo possível de sua essência. “No estúdio, a gente ficou procurando, em cada música, que região ficava mais bonita para a voz dele porque ele tem muita extensão. Ele tem uma voz estranha, no bom sentido, uma voz incomum e o legal é explorar o máximo possível dessas nuances em que ele é capaz de chegar. No segundo dia de gravações. ele já assimilou completamente o conceito do que a gente estava querendo chegar juntos e terminou o disco. Eu acho que isso tem a ver com o fato de ele ser ator. Se desapega do personagem, faz de novo, um exercício que em música é mais raro: o da pessoa se deixar dirigir dessa maneira e ele foi incrível nisso, surpreendente”, disse Preto.
Para Rodrigo, o processo de gravação “foi o de entrar em contato com o mais pessoal e sincero que eu posso expressar através da minha voz. Um exercício libertador e muito sensível de aceitação das minhas possibilidades e limitações como cantor. Sinto como se fosse o meu primeiro disco. Acho que a entrega e o empenho de todos os envolvidos tanto na parte artística quanto na parte técnica foi essencial para que eu pudesse chegar o mais perto possível da minha essência enquanto pessoa e enquanto artista.”
“Uma sonoridade ao mesmo tempo retrô, ao mesmo tempo contemporânea, com um pé no jazz, com um pé na música brasileira. O casamento de tudo isso com o talento do Rodrigo, a voz dele e a facilidade de ele se adequar ao que a gente pede pra ele fazer no estúdio, de mudar as coisas na hora e pegar facilmente, de ter uma visão harmônica de um super pianista, que ele também é, fez com que conseguíssemos fazer um todo muito bacana”, diz Fontanetti.
OUÇA AQUI Lança Cada Lugar na Sua Coisa
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