A cirurgia, cada vez mais sofisticada, proporciona um aspecto natural e é eficaz para tratar a calvície em diversos estágios
Atualmente, quase a metade dos homens acima de 40 anos apresentam algum grau de calvície e muitos deles podem se beneficiar com a cirurgia de transplante capilar, mais conhecida como implante capilar. No entanto, muitas pessoas desconhecem a técnica ou tem a crença errônea de que o resultado fica artificial. Nesse sentido, é importante saber que, nos últimos 20 anos, a técnica avançou muito e tem sido eficiente ao proporcionar resultados naturais.
Como é feita a cirurgia?
O implante capilar é uma cirurgia que retira o tecido de uma região capilar e transplanta para outra. Não se trata de um tecido sintético, é o próprio cabelo do paciente, que é retirado de uma área abundante e transplantado para outra área que está calva.
Normalmente, os folículos são retirados da região da nuca e lateral da cabeça. Porém, com avanços em relação a esse tipo de cirurgia, hoje também já é possível aproveitar folículos da região da barba ou peitoral. Esse avanço possibilita uma alternativa de tratamento para pacientes com casos mais severos de calvície, geralmente os que possuem o diagnóstico de alopecia androgenética, que é causada por uma hipersensibilidade de receptores hormonais no couro cabeludo. Essa condição pode ser hereditária ou ainda estar relacionada a vários fatores, como disfunções hormonais, estresse, complicações na tireoide e falta de vitaminas.
Apesar de ser uma cirurgia de longa duração, em função da forma lenta e manual que é feita, não é necessária internação do paciente que irá realizar o implante capilar.
Graus de calvície
A calvície normalmente surge na puberdade e tem o seu pico por volta dos 30 ou 40 anos, quando é comum ocorrer uma estabilização. Porém, o volume total do cabelo continua caindo ao longo da vida.
A calvície também é classificada em graus que variam de 1 a 7, sendo o nível 1 o mais leve e o 7 o mais severo. No entanto, o cirurgião plástico Dr. João Gabriele, afirma que a cirurgia é eficaz para todos os graus. “Mesmo em casos de pacientes com a calvície bastante avançada, é possível reverter bem esse quadro para que ele não seja tão calvo”, destaca.
Diferentes técnicas
Existem duas técnicas de implante capilar. Basicamente, elas se diferenciam em relação ao modo como os fios de cabelos são removidos. Uma delas é chamada de FUT (Follicular Unit Transplantation) e corresponde a retirada de uma faixa do couro cabeludo, que é, posteriormente, suturada na região calva. Essa técnica permite a coleta de um número maior de folículos capilares, no entanto, deixa uma ligeira cicatriz, que fica escondida, geralmente, na nuca. A outra forma é chamada de FUE (Follicular Unit Extraction), pela qual os folículos são coletados por meio de um instrumento cirúrgico semelhante a uma caneta com broca na ponta. Essa técnica faz pequenos furos no couro cabeludo do paciente e os folículos são removidos um a um. Sua vantagem é que não deixa cicatriz na nuca, no entanto, o número de folículos coletados é sempre bem menor do que quando é realizada a técnica FUT.
Autoestima
Passando o cabelo de uma área para outra é possível reduzir a calvície em diversos locais do couro cabeludo, por exemplo nas famosas entradas. Essa calvície na região das entradas do cabelo dá um aspecto de envelhecimento, tornando o transplante capilar também uma forma de rejuvenescimento.
O Dr. João Gabriele aponta ainda que o implante capilar é um ótimo recurso para melhorar a autoestima masculina. “Existem homens que não se incomodam com a calvície, mas, para aqueles que se sentem desconfortáveis e inseguros com a situação, o implante capilar é, sem dúvida, uma cirurgia que irá proporcionar uma melhora na autoestima deles”, destaca.
Recomendações
Alguns cuidados são indicados após a realização do implante capilar: seguir as orientações médicas e usar todas as medicações orientadas pelo cirurgião. Existem algumas contraindicações que são apenas lendas como não usar boné e lavar pouco os cabelos.