Assim como fez comigo, ela vai te surpreender
Texto: André Garcia // Fotos: Gustavo Epifânio
Apesar de ser uma custom e denominar-se Vulcan, esqueça os cromados, o grande porte e o motor em V, por isso o S ao invés do VN, já que é equipada com o mesmo motor de suas irmãs Er-6, Ninja 650 e Versys 650, o já conhecido, confiável e delicioso 2 cilindros em paralelo de exatos 649 cc, com Duplo comando de válvulas no cabeçote, amansado para 61 cv a 7.500RPM e 6,4 kgfm de torque a 6.600RPM. Motor compacto ajustado para a performance em baixas e médias rotações oferece uma característica de fácil controle e aceleração contundente. O silenciador por baixo do motor contribui para um baixo centro de gravidade, e fica fora do caminho, tornando-se fácil de alcançar o chão com os pés ao parar.
A Kawasaki foi muito feliz no desenvolvimento da Vulcan 650 S dando uma nova abordagem ao segmento não se preocupando com a tradição das motos custom, já que praticamente todos os elementos do modelo são preto, o desenho é bonito com estilo em curvas que fluem em uma curva baixa e longa e modernos elementos como o farol triangular, as rodas em liga leve com cinco raios duplos dando ao modelo um visual nada tradicional entre as estradeiras, transmitindo modernidade e soluções técnicas que deixaram a pilotagem prazerosa.
Bancos confortáveis. Falta Sissy bar para garupa |
Assento esculpido com um acolchoamento espesso com bom apoio aos quadris que resulta em conforto é baixo e desenho geral estreito tornam fácil colocar ambos os pés no chão, tanto para o piloto quanto para a ou o garupa o que vai agradar os não avantajados na estatura seja homem ou mulher. O desenho do quadro traseiro contribui para o desenho estreito do chassis e para o garupa também alcançar facilmente o chão com os pés.
O peso da Vulcan S é centralizado para baixo e não parece ter 228kg em ordem de marcha, dado o quadro tubular em formato diamante em aço de alta resistência com ajuste fino quanto ao equilíbrio de rigidez, pneu radiais em rodas de 17 e 18 polegadas, somado aos ajustes da suspensão cuja dianteira com garfo telescópico de tubos de 41mm tem 130mm de curso e a traseira denominada UNI-TRAK com 80mm de curso que conta com com pré-carga da mola ajustável em 7 níveis que resultam em uma motocicleta com uma manobrabilidade fácil e uma boa dirigibilidade para uma custom.
Tanque de combustível de 14 litros e dado a boa economia de combustível se traduzem em uma autonomia que ultrapassa os 200 km, na primeira medição cravei 24,47 km/l. Foram 239,6 km com 9,79 litros de gasolina, ou seja, tinha ainda cerca de 4,21 litros que percorreria mais 103 km. Uma excelente média.
Manetes de freio e embreagem ajustáveis de série.
Faz muita curva, o limite são as pedaleiras. Tem uma ciclistica surpreendente para o estilo custom |
Painel de design minimalista oferece um tacômetro de estilo analógico e uma tela LCD de múltiplas funções convenientes com odometro total, 2 parciais - trip 1 e trip 2, autonomia, relógio, velocímetro, marcador de combustível, consumo médio, consumo instantâneo.. MAS faltou indicador de marcha (suprido no modelo 2018) e o acionamento é ruim, nada ergonômico, já que o piloto tem que levar a mão no painel para acionar as informações. O ideal seria o botão de luz alta acessar tais informações, já que sua utilização é inútil já que existe o lampejador de farol alto, perfeitamente acondicionado no punho esquerdo sendo acessado pelo indicador da mão esquerda. Vale nota: os punhos da Kawasaki considero referência em ergonomia: botões de buzina, seta, alerta, pass, tudo no seu devido lugar. Devia ser copiado pelos demais fabricantes.
Os estribos com 3 posições de ajuste permitem ajustar a posição dos pés para atender suas preferências.
Punhos são referência propiciando pilotagem intuitiva. |
Ao montar o estilo é, sem dúvidas, custom, guidão alto, assento baixo, com as pedaleira bem adiantadas, mesmo sendo possível seu ajuste para mais perto do banco ou para quem tem perna mais curta. Apesar da postura relaxada nos braços e pernas, em relação às pernas tem quem ama e tem quem não gosta como é meu caso, já que me sinto vendido na pilotagem, explico: nessa posição o piloto fica impossibilitado de se elevar no instante que vence os buracos e ondulações de nosso péssimo pavimento, mas em rodovia com velocidade entre 110 a 130 km/h a condução é tranquila e aí a ergonomia funciona e se mostra bem confortável. Para o garupa a vida não é fácil, apesar do banco bem espesso, é necessário um encosto ou “Sissy bar” para aumentar seu conforto e segurança, já que não tem onde se segurar.
Na cidade a tocada é uma delícia, a 3ª marcha é o ideal sem necessidade de mudanças de marchas dos 40 aos 90Km/h, passa fácil nos corredores, fiquei surpreso com a versatilidade da Vulcan, desde que não passe rápido em um buraco ou ondulação. Mas é necessário deixar claro que a suspensão do modelo que se trata de uma 650cc é superior há vários modelos mais caros e de cilindrada maior dentro do segmento.
Vale nota: o motor apesar de amansado para 61cv continua apimentado e mesmo com menos torque, vale lembrar que em relação às suas irmãs o pico ocorre com menos rotação ou seja, chega mais cedo e a aceleração continua prazerosa e contundente. A rotação pode chegar fácil aos 9000RPM, mas aí além do aumento de vibração, dado a posição das pernas, a pilotagem se torna cansativa e é necessário um esforço tremendo para manter os pés nas pedaleiras. A moto é para uma tocada mais tranquila, de passeio.
Painel de fácil visualização com todas informações necessárias |
Apesar do entre-eixos de 1,57 metros ante os 1,41 de suas irmãs ER-6, Ninja 650 e Versys 650, é possível uma tocada nervosa beirando a esportividade, limitado pelas pedaleiras, bem antes de acabar a banda dos excelentes pneus Dunlop SportMax com medidas 120/70 R18 na dianteira e de 160/70 R17 na traseira. Resultado do bom acerto da suspensão que na dianteira ao meu gosto se mostrou macia demais na rodovia e perfeito na cidade e na traseira devido ao curto curso de 80mm se mostra acertado na rodovia e se ajustado para macio dá fim de curso na cidade, se ajustado para mais duro reflete na coluna do piloto, dado a postura de pilotagem, não achei um meio termo e o tempo era curto.
Os freios se mostram suficientes com disco simples na dianteira de 300mm com pistão duplo e disco simples de 250mm também com pistão duplo na traseira, não proporciona uma mordida violenta, mas é bastante progressiva e o ABS funciona bem sem ser muito intrusivo.
O modelo agrada homens e mulheres baixinhos ou altinhos, dado a possibilidade de ajuste das pedaleiras, algo simples, mas bem inteligente.
Apesar de não apreciar o estilo custom, confesso que tive imenso prazer em pilotar a Vulcan S |
Por fim, a felicidade da Kawasaki no desenvolvimento do produto, não se refere só ao novo estilo custom, mas também, acaba por abocanhar o tal estilo tão em alta denominado LIFE STYLE oferecendo um produto honesto, por um preço mais barato. Ouso afirmar até, que é porta de entrada das custom´s ou produtos customizáveis do tal “Estilo de Vida” que tem Bonneville, Scrambler, Iron, Scout de cilindrada e valores bem maiores ou de maior valor agregado.
Farol dianteiro em harmonia com o conjunto |
Todavia, se você está procurando algo diferente, gosta do estilo, está naquela fase de não gastar muito na aquisição e manutenção e quer se diferenciar no caos urbano, vai de Kawasaki Vulcan S.
No modelo 2018, novas pinturas e grafismos, painel agora conta indicador de marcha, no restante tudo permanece igual.
Veja os modelos 2018 e fichas técnicas:
Infelizmente, a presente avaliação era para ser em vídeo, apesar das excelentes captações de imagens realizadas pelo Gustavo Epifânio, tivemos problemas na edição e fica minhas desculpas ao excelente profissional e ao pessoal da Kawasaki pela demora na publicação. Vídeo fica para próxima oportunidade com outros produtos.
Escape curto e por baixo do motor contribuindo com a centralização de massa |