Doença renal crônica e obesidade, uma combinação silenciosa que merece atenção especial e, acima de tudo, precaução. Segundo a nefrologista, Cynthia M. Borges, a prevenção é fundamental, já que a disfunção ainda não tem cura.
“Hábitos de vida saudável, dieta equilibrada, controle do nível de açúcar no sangue e pressão arterial, ingestão de água, não fumar e sono reparador são essenciais para combater o risco de desenvolver doença renal crônica (DRC), especialmente, quando associado à obesidade”, indica.
De acordo com a especialista, a preocupação se deve porque com a obesidade as duas principais causas da DRC – diabetes tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica -, exigem mais do rim. “Mais sangue chega ao tecido renal, devido ao aumento da demanda metabólica, e, consequentemente, a causa hiperfiltração, que, em longo prazo, resulta na DRC.”, explica a médica.
Dados divulgados recentemente em relatório conjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) apontam que quase 30 milhões de brasileiros adultos estão obesos. O estudo também revela que, em 2025, a obesidade afetará mais de 700 milhões de adultos e 75 milhões de crianças no mundo.
“Em alguns casos, a principal consequência dessa desastrosa combinação é a falência dos rins órgãos e a necessidade de diálise ou transplante renal”, salienta a nefrologista.
Para quem sofre de diabetes tipo 2, hipertensão arterial sistêmica ou dislipidemia (presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue) associados à obesidade, é recomendável a introdução de medicamentos para controle do quadro clínico do paciente.
Em casos ainda mais graves, quando o índice de massa corpórea for maior que 40Kg/m² e houver risco aumentando de complicações cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e a própria DRC, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica, como a bariátrica.