Aromaterapia chama a atenção com tratamento complementar para o estresse
Cresce, cada vez mais, o número de adeptos aos aromas que acalmam, que diminuem o estresse e que auxiliam no sono. No entanto, os estudos sobre os cheiros e suas propriedades medicinais já vem de longa data. Os egípcios, por exemplo, aplicavam a aromaterapia bem antes de ser considerada uma ciência. Os chineses antigos também perceberam que os incensos traziam bem-estar e saúde. Já o grego Hipócrates fumegava concentrados de plantas e incentivava os soldados a utilizarem um preparado de mirra por causa de sua propriedade cicatrizante.
O cientista e aromatólogo, Fabian Laszlo, defende o uso dos produtos naturais como terapia complementar, sendo os óleos essenciais grandes aliados no combate ao excesso de medicamentos sintéticos. “Nosso corpo não foi criado na natureza para metabolizar tantas substâncias estranhas a seu meio. Criados pelo ser humano, esses nutrientes, em especial drogas medicamentosas e agrotóxicas, podem exercer um efeito genético desconhecido, que somente veremos seu impacto nas gerações futuras”, destaca.
Fábian Laszlo explica ainda que existem fortes evidências sobre a ação dos óleos essenciais, já que ao penetrar as células, algumas de suas moléculas conseguem manipular genes que interferem na produção de enzimas, hormônios e neurohormônios. “Essas modificações podem desencadear diversos efeitos, que podem resultar na estimulação da regeneração celular, alívio de dores, equilíbrio de disfunções emocionais, alívio do estresse, aumento de energia e aumento da concentração mental”, ressalta. O especialista cita o trabalho do cientista chinês doutor Akio Nakamura, que demonstrou que a inalação do linalol, componente majoritário do óleo de lavanda, pode reduzir a atividade de mais de 100 genes que entram em hiperatividade em situações de estresse. Na Alemanha, o óleo essencial de Lavanda já é comercializado há seis anos em fórmula de capsula, e, segundo o especialista seu efeito no tratamento da ansiedade é comprovado e tem melhores resultados que a medicação alopática tradicional.
A doutora em ciências farmacêuticas, Adriana Nunes Wolffenbünteel, compartilha da mesma opinião. A pesquisadora desenvolveu um estudo em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidad Complutense de Madred sobre aromaterapia e foi lançado na segunda edição do livro “Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia”, pela Editora Lazslo. A obra revela que devido às propriedades ansiolíticas, os óleos essenciais de citrus contribuem significativamente para os sistemas neurológico e hormonal. “A comprovação dos benefícios foi obtida por meio da análise de material biológico após a inalação ou massagem com esses óleos essenciais. Também realizamos avaliações psicológico-psiquiátrica”, afirma.
O aromatólogo alerta, porém, a importância de adquirir produtos em locais confiáveis, pois muitas essências adulteradas são vendidas como óleos no mercado. Ele orienta também sobre a quantidade da ingestão de óleos, pois eles são obtidos a partir da destilação das plantas e algumas podem apresentar alta concentração de substâncias, por isso, devem ser prescritos por profissionais da área.