Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina.
No Dia Mundial da Saúde de 2017, comemorado em 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a uma campanha sobre depressão, transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida e levar a graves consequências. Com o lema “Let’s talk” (“Vamos conversar”, em português), a iniciativa reforça que existem formas de prevenir a depressão e também de tratá-la.
Foto: Site Utracurioso |
A depressão tem aumentado significativamente em todo o mundo. Em 10 anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. A prevalência do transtorno na população mundial é de 4,4%. Estima-se que cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, de todas as idades, sofrem com esse transtorno. No Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina.
Um dos fatores importantes na depressão é o stress, que pode tanto favorecer o aparecimento da doença como ser consequência desta. A Depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma muito importante para a carga global de doenças.
Muitos são os dados alarmantes sobre o crescimento significativo de doenças mentais, porém pouco tem sido discutido sobre o tema. Conversar abertamente sobre depressão é o primeiro passo para entender melhor o assunto, reduzir o estigma associado a ele e aumentar as chances das pessoas buscarem ajuda, pois muitas escondem os seus sintomas ou sentem constrangimento, por preconceito. Outros acham que é “frescura”.
Sentir tristeza é algo que faz parte da vida, mas é bem diferente de um quadro depressivo. Por isso é importante ficar alerta aos principais sintomas desta doença, que podem se manter por semanas ou meses.
São eles:
· Tristeza, irritabilidade, ansiedade ou angústia.
· Perda do prazer de realizar as atividades que gosta.
· Baixa energia para fazer as coisas.
· Agitação ou lentificação psicomotora.
· Pensamentos negativos e pessimistas, tudo é visto num tom cinzento.
· Perda de esperança.
· Isolamento social.
· Dificuldade de concentração, o raciocínio fica mais lento.
· Alterações no sono.
· Mudanças no apetite.
· Baixa libido.
A depressão pode causar intenso sofrimento e gerar impactos negativos em todas as áreas da vida. De acordo com os dados do INSS os transtornos mentais têm sido a terceira causa de afastamento do trabalho por longos períodos no Brasil.
A depressão grave pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano - sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos em 2015.
A depressão pode e deve ser tratada. Muitas pessoas com um quadro de depressão ou não procuram ajuda ou não recebem um diagnóstico adequado, o que implica no não tratamento.
Existem diferentes tipos de depressão e de diferentes intensidades. Para cada caso se aplicam tratamentos distintos, embora a psicoterapia seja sempre recomendada. Os antidepressivos podem ser eficazes, mas devem ser utilizados com cautela e de acordo com cada caso.
Dicas para prevenir e/ou sair da depressão:
· buscar viver uma vida equilibrada;
· reconhecer as suas forças e potencialidades;
· se apropriar da própria vida e sair da postura de vitimização;
· reconhecer os problemas sem jogá-los para debaixo do tapete;
· focar mais em soluções do que nos problemas;
· encontrar significado e propósito para a sua existência;
· desenvolver a capacidade de sentir gratidão e reclamar menos;
· criar e manter relacionamentos sociais;
· desenvolver a capacidade de se abrir com pessoas em quem você confia;
· respeitar os seus limites e aprender a delegar;
· praticar atividade física regular;
· não deixe de procurar a ajuda de um psicólogo.
Rosalina Moura é psicóloga formada pela USP, especialista em stress e coach de bem-estar. Diretora da Rumo Saudável. Atuou por 12 anos como coordenadora de psicologia no Hospital das Clínicas de São Paulo. É terapeuta individual, de casais e de famílias.
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