Colunistas - André Garcia

São Paulo - Curitiba pela Serra Rastro da Serpente

21 de Fevereiro de 2017
Foto que não pode faltar da aventura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Viagem de duas rodas que separa os Meninos dos Homens

Emenda de feriado de 22 de abril de 2016, esposa ia trabalhar, eu com uma BMW R 1200GS na garagem não podia ficar em casa com a molecada.

Sai de casa às 5:40 da madrugada, completei o tanque no Posto Graal da Castelo Branco e rumei para Capão Bonito, mas dado o horário, 8 da manhã, o Porthal Rastro da Serpente estava fechado, abasteci no BR ao lado e tome estrada.

No posto BR, onde abasteci, o Porthal infelizmente fechado

O dia prometia: seco, temperatura amena, céu de brigadeiro, todavia, a rodovia requer atenção: do Graal até o Capão Bonito a estrada é boa, bem sinalizada, excelente pavimento, quase toda em pista dupla ou duplicada.

De Capão Bonito até Apiaí no Morro do Ouro (na rodovia a direita sentido Curitiba), são cerca de 109km, a estrada é simples, pavimento regular para ruim com pequenos trechos de excelente asfalto com poucas retas e cheia de curvas.

O Parque Municipal Morro do Ouro dentro do município de Apiaí, faz parte do PETAR (Parque Estadual Turístico Alto do Ribeira) protegida como patrimônio da humanidade pela UNESCO, por abrigar mais de 300 cavernas e a maior porção de Mata Atlântica preservada no Brasil.

A parada no Morro do Ouro vale a pena por várias razões: pela beleza natural, pela história, pela hospitalidade e para matar a sede em bica natural de água potável e fresca. Ainda entrei em um bar, pedi um café, servido em copo americano e na hora de pagar, o dono disse ser cortesia.

Durante o trajeto você cruzará com muitos automóveis, caminhões , claro, motos que estão sentido Capão Bonito/SP e na parada, possivelmente, encontrará outros motociclistas ou motoqueiros (é a mesma coisa) com direito a bater papo e aquela famosa mãozinha para fotos. No dia o parque estava praticamente vazio, mas os comerciantes afirmaram sei “point” das motos e que lota aos finais de semana e feriado.

Lugar com muita história

O Morro do Ouro onde foi criado o Parque, já beira 250 anos e como o próprio nome leva a crer, houve grande exploração do metal precioso. Vale a pena andar, percorrer o local. Para saber um pouco da história click aqui no site oficial de Apiaí e aqui no site PETAR info, sendo possível, também, obter dicas de passeios e hospedagem clicando aqui no PETAR online.

O que achei muito bacana ao parar no Parque Morro do Ouro é a receptividade para com o turista de duas rodas, já que há local específico na frente do parque para estacionar a moto.

Continuando a trip, são mais, cerca, 160 km até Colombo/PR quando o motociclista tem certeza de ter vencido em cerca de 270km mais de 1250 curvas, ao menos é o que consta relatado no Porthal do Rastro da Serpente, isso mesmo, mil duzentos e cinquenta curvas em cerca de 270km, sendo o que para mim foi segundo trecho, já que parei no Parque do Morro do Ouro, o que requer mais atenção, seja pela quantidade infindáveis de curvas, poucas retas e trechos ruins de asfalto.

Depois de percorrer kms, água fresca

O Rastro da Serpente podia também ser chamado de Slalom.

Durante todo o trecho antes e depois do Parque Morro do Ouro, perdi tempo com paradas repentinas, dado o alargamento da via, novo pavimento e infelizmente a construção de pedágios. Não entendo a obra ser realizada pelo DER com dinheiro do nosso IPVA e depois privatizada para cobrança de pedágio. Se ao menos fosse o inverso, seria razoável.

Quando terminei o Rastro da Serpente rumei para a Serra da Graciosa, apesar do adiantar da hora, a ideia era almoçar um barreado em Morretes, todavia, o tempo fechou com neblina, cuja visibilidade era de no máximo 5 metros e chegando no mirante a Polícia Rodoviária tinha fechado a pista para socorrer um acidente e pedindo para não arriscar a descida mesmo quem estava de automóvel.

Voltei e rumei para São Paulo, via BR 116, parando mais duas vezes: uma só para abastecer a moto e outra para abastecimento do piloto e da moto.

Cheguei em casa por volta das 18:30 horas, quase 13 horas depois da saída, feliz e de alma leve, coisas que nenhum psiquiatra ou psicólogo conseguem explicação, mas só quem pilota uma motocicleta entende.

Chegando, o parque fica logo depois desse portal

Ainda bebendo um café no Graal Petropen iniciei uma reflexão que terminou em casa, regado a vinho: fazer o Rastro da Serpente é fantástico, todavia, requer muita concentração, a menor distração há risco de invadir a pista contrária e vi isso acontecer, do nada, com alguns motociclistas que não estavam em velocidade alta, no mesmo sentido e contrário ao que percorria.  

Não é um passeio para fazer “MotoGP” e afirmo isso diante das inúmeras cruzes ao longo da via, onde vale o aviso. Alta velocidade em todo o trecho é praticamente suicídio, há curvas negativas, isso mesmo em declive rumando para a ribanceira.  

Aqui vale a afirmação de que esse passeio separa “Meninos de Homens”:

- Meninos têm medo, mas não agem – Homens têm medo e mesmo assim agem;

- Meninos reagem às situações – Homens pensam, ponderam e agem e até se previnem;

- Meninos acham que vai dar tudo certo – Homens sabem que existem limites e consequências;

- Meninos são irresponsáveis – Homens assumem compromisso;

- Meninos zombam da vida e coloca outros em riscos; Homens saem da zona de conforto e aceitam desafios;

Subida qe vale a pena

- Meninos querem sem espertos - Homens são firmes e posicionados;

- Meninos são egocêntricos e querem tudo ao seu jeito – Homens fazem o que deve ser feito;

- Meninos acham o que querem da vida – Homens tem uma visão clara da vida. (Ideias da obra do psicólogo Frederico Mattos, modificado por este que escreve)

Portanto, andar em uma rodovia que mais parece slalom sem área de escape, com verdadeiras ribanceiras, requer mais do que atenção, requer deixar o ego no armário de casa e curtir o belo passeio, mostrando maturidade e o quanto ser Homem ou Mulher o bastante e voltar para casa.

Não recomendo outra moto que não seja Big Trail (R 1200GS, ST 1200, Ducati MTS Enduro etc...) Ou na pior das hipóteses uma Crossover (Yamaha Tracer, S 1000XR, Ducati MTS1200, Versys 1000 ou 650, etc), todavia, emendas e especialmente buracos em roda raiada é difícil ocorrer algum dano. Todavia, tudo depende do espírito, vi custom, maxi-scooter, naked...mas é minha opinião e confesso que longas distâncias, só faço com moto adequada nos estilos que mencionei.

Foram 5 paradas, dado a manutenção da rodovia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesse passeio, a BM foi perfeita em conforto e autonomia.

Para ver todas as fotos, acesse aqui

Um bate e volta de quase 900km. Isso se chama MOTOTERAPIA!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leia avalição da  BMW R1200GS, clicando aqui

 

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