Colunistas - Bem Estar e Saúde

Pesquisa indica desejo de preservar a fertilidade entre pacientes com câncer

18 de Outubro de 2016
 

Uma pesquisa conduzida pelo Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, apresentada no Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana, na Finlândia, identificou quais são os medos e as preocupações relacionados à fertilidade entre mulheres diagnosticadas com câncer.  A maioria delas (73%) declarou o desejo de ter um filho.

Questionadas sobre os sentimentos envolvendo a decisão de preservar a fertilidade, as respostas mais citadas foram: esperança (26,3%), segurança (26,3%), alívio (26,3%) e paz (15,8%). Uma das pacientes relatou sofrimento. As principais preocupações envolvendo possíveis tratamentos eram o tempo (38,8%) e o custo financeiro (33,3%).

Todas as entrevistadas declararam considerar importante preservar a fertilidade, uma vez que, com isso, existe a possibilidade de uma gravidez biológica apesar dos tratamentos contra o câncer – rádio ou quimioterapia – que podem causar efeitos permanentes, porque as células germinativas, produtoras dos óvulos e espermatozoides, são afetadas diretamente.

Por fim, o questionário pergunta como elas se sentiriam se não tivessem feito a preservação de seus óvulos e qual seria o impacto disso para suas vidas. As respostas apontaram para baixa qualidade de vida, estresse emocional, problemas no relacionamento e incerteza sobre a maternidade.

A pesquisa, apresentada no congresso internacional em julho deste ano, foi feita entre os meses de novembro e dezembro de 2015, com 15 mulheres diagnosticadas com câncer e que foram submetidas a tratamentos de fertilidade seis meses antes do estudo. Apesar de o número de entrevistadas ainda ser pequeno, outras mulheres nas mesmas condições serão ouvidas assim que se passarem seis meses do tratamento de fertilidade, e o estudo preliminar está sendo ampliado.

O Dr. Maurício Chehin, médico especialista do Grupo Huntington, diz que a pesquisa mostra como a preservação da fertilidade é importante para as pacientes oncológicas. “O risco de infertilidade deve ser apresentado pelos médicos antes do início do tratamento. Mesmo em um momento delicado, essas pessoas podem garantir seu direito de escolher no futuro, de ter ou não ter filhos. Técnicas avançadas de reprodução assistida garantem começar os procedimentos quimioterápicos ou radioterápicos sem atrasos”, ressalta.

No caso dos homens, o congelamento do sêmen leva, no máximo, cinco dias para coleta de uma quantidade segura. Para as mulheres, a urgência define o procedimento a ser escolhido. O congelamento de óvulos pode ser realizado entre 10 e 15 dias, antes do início do tratamento oncológico, e o congelamento do tecido ovariano pode ser realizado em até dois dias – a melhor opção para quem precisa começar a quimioterapia e a radioterapia imediatamente.

Comentários
Assista ao vídeo