Procedimento deve ser feito antes da primeira sessão de quimioterapia
O desenvolvimento das tecnologias para diagnóstico e tratamento do câncer permite que um grande número de mulheres alcance a cura e retome suas atividades normalmente. Dentre as diversas formas desta doença, o câncer de mama acomete cada vez mais mulheres em idade reprodutiva. O tratamento contra a doença pode ser agressivo. Radioterapia, quimioterapia e algumas cirurgias mais invasivas podem destruir o potencial reprodutivo das pacientes.
O congelamento de óvulos é indicado para aquelas mulheres diagnosticadas com a doença e que desejam preservar a fertilidade. O procedimento já é bastante difundido, com ótimos resultados, e deve ser realizado antes do início da quimioterapia e/ou radioterapia contra o câncer.
“Os óvulos retirados da mulher ficam armazenados para que ela possa se submeter a fertilização in vitro e realizar o sonho da gravidez, dando continuidade às suas famílias e às suas vidas”, afirma a ginecologista e obstetra Dra. Maria Cecília Erthal, especialista em Reprodução Humana Assistida.
Atualmente, existe uma procura pelo congelamento social: mulheres que sabem que terão que postergar a gravidez por questões profissionais ou emocionais e optam por preservar sua fertilidade através do congelamento dos seus óvulos, quando ainda estão em quantidade e qualidade para garantir uma gestação saudável no futuro. O procedimento para a retirada dos óvulos é o mesmo, tanto para as mulheres que optam pelo congelamento social quanto para às que vão se submeter ao tratamento do câncer.
Para garantir uma futura gestação é necessário o uso de medicamentos para estimulação da ovulação, processo que dura aproximadamente de 10 a 15 dias, tempo mais que suficiente, visto que a quimioterapia é iniciada geralmente de 45 a 60 dias após a confirmação cirúrgica do câncer.
“Diferentemente do homem, a mulher não tem formação de novos gametas (óvulos). Ela já nasce com seu estoque, que vai sendo consumido ao longo da vida. Além disso, o envelhecimento diminui a quantidade de óvulos geneticamente normais, sobrando para o fim da vida reprodutiva óvulos de má qualidade genética. Por esses motivos, o ideal é que a preservação se faça até os 35 anos”, explica o ginecologista e obstetra Dr. Paulo Gallo, especialista em Reprodução Humana Assistida.
Preservar a fertilidade de pacientes com câncer é fundamental para melhorar a qualidade de vida nos pós-tratamento.