Quando dava aula de Ética Concorrencial na FUNENSEG, no curso de formação de corretores de seguro, iniciava a aula com a pergunta: o que é ética?
Várias eram as respostas, todavia, é muito mais simples do que se possa imaginar, algo ensinado há pouco mais de dois mil anos e que poucos conseguem aplicar no dia a dia, especialmente, as grandes corporações que usam e abusam de seu Poder Econômico para defender seus interesses custe o que custar: NÃO FAÇA AO PRÓXIMO AQUILO QUE NÃO FARIA A TI MESMO ou TRATE AS PESSOAS COMO GOSTARIA DE SER TRATADO.
São fabricantes de motos que não querem sistema ABS, são fabricantes de automóvel que só tornam o produto mais seguro se compelidos por lei e chegamos nos eletroeletrônicos que cada vez mais, estão descartáveis mesmo se pagando preços altíssimos.
Mas o que tudo isso tem a ver com ética?
Se você comprasse um produto, como gostaria de ser tratado no caso de um defeito?
É obrigação do fabricante, mesmo quando o produto saiu da garantia, dependendo do tempo de uso, solucionar o problema do consumidor.
A questão não pode ser fria, não estamos lidando com máquinas, já que quem consome é um ser humano.
Toda máquina é passível de problemas, todavia, e a promessa de qualidade e durabilidade???
Quando trabalhava em uma determinada mídia de motos, lembro de um leitor que com menos de trezes meses de uso, ou seja, sem a garantia legal, teve o cardã de sua motocicleta com 9 mil kms danificada e a concessionária no alto de sua frieza negou garantia. Quando entrei em contato com o fabricante em dois dias a moto estava arrumada sem qualquer ônus ao consumidor.
Sabe por que?
Porque no caso o produto em questão tem alta durabilidade e não é a garantia legal que tiraria a responsabilidade do fabricante que compreendeu isso de imediato.
Um amigo proprietário desde 0Km de automóvel com 100 mil km, teve o câmbio CVT quebrado. Levado na concessionária, verificado que tinha efetuado todas as manutenções determinados em manual e na própria rede credenciada, o fabricante não titubeou e determinou a troca do câmbio porque, segundo ele, deveria durar até os 300 mil km.
Bom senso está intrinsicamente ligado a ética. Ética é ser honesto. Seja qual for o ramo de negócio.
E a LG nisso tudo?
Bem, minha TV que se conecta a internet, que tem isso e aquilo, foi adquirida porque acreditei nos argumentos de baixo consumo de energia, melhor nitidez e, principalmente, a alta durabilidade e quallidade, já que a anterior (40 polegadas e 50kg) durou 15 anos foi doada e continua funcionando.
Sabe quanto tempo de uso?
15 meses!!!!
Sabe qual a postura do fabricante??
Se vira, acabou a garantia! Sem qualquer possibilidade de atendimento.
Ficamos o final de semana sem TV, não assistimos a tão esperada abertura dos Jogos Olímpicos no nosso país e se Deus ajudar e a oficina ser honesta, a troca dos led´s ficará a bagatela de mais ou menos R$ 700 reais. Mais da metade pago pelo produto em 29/11/2014 e entregue no início de dezembro.
Detalhe: sabe quanto tempo a TV fica ligada por dia?
No máximo 6 horas diárias.
Resposta da LG
Por e-mail: “Olá André Garcia, tudo bem?
A LG tem sempre interesse em atender seus consumidores e em desenvolver produtos que melhorem a vida das pessoas. Nossos canais estão abertos para relacionamento e nosso serviço de atendimento ao consumidor não é terceirizado, como acontece com a maioria das marcas, porque a LG acredita que essa área é tão importante quanto a de Pesquisa & Desenvolvimento, por exemplo.
Vamos encaminhar seu contato para nossa central de atendimento ao cliente. Faremos o possível para atender a tão curto deadline.
Desde já agradecemos seu contato, abs.,”
Agradeço o abraço, mas esperava mais da LG.
Portanto, pense bem na sua próxima compra, fuja de marca que não tem respeito, nem tem conduta ética para com o consumidor, nos EUA, Alemanha ou Japão a postura seria bem diferente.
Fixada corretamente na parede com tomada de força elétrica única |
Sabe por que?
Lá além do comprometimento com ética, honestidade e respeito ao consumidor, o Poder Judiciário não é falido, compele ao pagamento de altas indenizações e a sucumbência é muito pesada.
Mas é necessário ter a espada da justiça sob a cabeça para agir como se deve??
É aí que se separa grandes empresas de medíocres empresas e marcas.
Fica a dica.
André Garcia é motociclista, advogado consultor em segurança viária com foco em moto, colunista na imprensa especializada de duas rodas, idealizador do Projeto Motociclismo com Segurança que busca aculturar a sociedade em segurança viária por meio de palestras e aulas de pilotagem, laureado com o Prêmio ABRACICLO de Jornalismo em 2008 – Destaque em Internet e 2013 – Vencedor na categoria Revista com matérias de segurança viária e homenageado na Câmara Municipal de São Paulo pelo Dia Internacional do Motociclista em agosto de 2013 com o Troféu “Marco da Paz” por sua atuação no trabalho de ação social e pela construção da cultura de paz no mundo. andregarcia@motosafe.com.br