- Textura:
A textura deve evoluir aos poucos, conforme a aceitação da criança, ela se adapta no seu tempo. Se o bebê for alimentado com leite de vaca, as primeiras refeições salgadas devem ter uma consistência mais fina (sopa). Aos poucos, você conseguirá deixar as papas mais grossas, em consistência pastosa (papas/purês). Gradativamente, as papas devem passar a ter pequenos pedaços de alguns ingredientes, como legumes e carne, e, com o tempo, a criança estará pronta para a receber a refeição da família.
No preparo das papas, prefira amassar os alimentos com um garfo. Não utilize liquidificador, mixer ou peneira, pois isto impede a criança de distinguir a consistência, o sabor e a cor dos novos alimentos.
Nunca ofereça sopas ou papas na mamadeira. Utilize o prato e a colher do seu bebê para estimular a mastigação.
- Horário das refeições e quantidade:
Como este é um período de adaptação para a criança, deixe que ele escolha seus próprios horários para comer. Portanto, nunca o force a comer quando ele não tiver vontade. A criança pequena come quando sente fome. Seu bebê já é capaz de controlar a quantidade de alimentos que precisa ingerir a cada dia. Ofereça a alimentação sem rigidez de horários, a cada 2 ou 3 horas.
Lembre-se que no início, a criança vai aceitar poucas colheradas, pois seu estomago é pequeno e não aceita grandes quantidades de alimentos de uma só vez.
A quantidade de alimentos aceita pela criança é adequada quando é capaz de garantir ganho de peso e crescimento no ritmo certo.
Quando a criança estiver doente, incentive-a a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando sua aceitação.
Faça o momento da refeição algo prazeroso, com troca amorosa (contato visual, toques, sorrisos, conversa) entre criança e quem está alimentando.
- Dicas:
- As papas industrializadas não fazem nenhum mal para a criança. Porém, não devem ser usadas no dia a dia, pois elas têm consistência e sabor limitados, impedindo o bebê de conhecer novos alimentos. Você poderá usar as papas industrializas em passeios ou viagens.
- Ofereça o novo alimento de 8 a 10 vezes, em momentos e de formas diferentes, para que ele seja aceito pelo bebê. Mas lembre-se incentivar é diferente de forçar.
- Atitudes como castigar, dar prêmios, fazer chantagem, “aviãozinho” e distrair com televisão são desaconselháveis e não estimular a criança a ter uma alimentação saudável.
- O cardápio muito repetitivo pode levar a criança a ter deficiência de alguns nutrientes (vitaminas, ferro e outros), não ter um bom apetite e deixá-la fraca. O prato colorido atrai a atenção e o apetite da criança.
- Conforme a criança for conhecendo novos alimentos, ela terá suas preferências. Sempre que for possível, ofereça seus alimentos preferidos junto com os rejeitados, para que ele aceite os alimentos novos com mais facilidade.
- No momento da refeição, a criança deve estar sentada, de preferência em cadeirinha especial com a supervisão de um adulto. Esses cuidados evitam possíveis engasgos.
- A criança deve ter a própria colher, copo e prato. A colher deve ser menor (estreita e rasa), de formato mais arredondado, de preferência de plástico. O copo também deve ser especial, de plástico e com duas alças laterais. O prato deve ser menor e do tipo fundo. Utilize a colher para das as papas e o copo para os líquidos.
- A oferta de carnes é muito importante, pois elas são ricas em ferro, zinco e proteínas, auxiliando na prevenção da anemia e garantindo um crescimento adequando.
- As carnes (não apenas o caldo) devem ser introduzidas já nas primeiras papas salgadas. Não tenha medo. Aos seis meses de idade, a criança consegue triturar a carne com as gengivas, que estão endurecidas pela aproximação dos dentes.
- De para o bebê fruta ou 50 ml de suco de fruta rica em vitamina C (laranja, acerola, caju, goiaba, morango, abacaxi e outras), logo após as refeições, para aproveitar melhor o ferro dos outros alimentos (leguminosas e vegetais verde-escuros).
Nutricionista Bianca Camila Bravo
CRN3: 38783