Autor de músicas que fazem críticas à impunidade, como "João-Real", cujo verso dizGovernador, prefeito ou dono da lei/derrube sua rainha ou vai cair o rei ou em "Mãos ao alto", que diz Com mesada e cinismo a fábrica roubei/ como é latente/ vou sair pela porta da frente, o músico e Procurador da República demonstra preocupação com os mais de 32 mil casos de dengue registrados em sua cidade natal somente em 2015.
Débora Santilli e Mario Ghana |
Nascido e criado no bairro Santa Teresinha, coincidentemente na rua que tem o mesmo nome do Estado onde mora atualmente, Ghanna começou os estudos musicais aos 12 anos, por influência do pai, pianista e engenheiro. Do violão clássico, passou para o violão popular e estudou no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, de Tatuí.
— Sempre tive bandas em Sorocaba. Já toquei em bandas de rock e até de samba, lembra.
Com 18 anos, porém, a música acabou ficando em segundo plano e Ghanna foi estudar Direito. Formado em 2002, ele passou a advogar até 2005, quando foi aprovado e tomou posse como procurador da República, com apenas 23 anos, na época o mais novo do Brasil.
Já em Santa Catarina, Ghanna formou um trio de blues que fazia covers de expoentes do gênero, como Stevie Ray Vaughan, Buddy Guy e Eric Clapton. Durante um ano e meio, ele também frequentou (online e presencialmente) um curso de extensão no Berklee College of Music, em Boston.
— Foi um grande aprendizado. Lá estudaram caras como John Mayer, que é uma das minhas principais influências, assinala.
Somente em 2012 o procurador se lançou no mercado da música profissionalmente, com o disco independente Xadrez urbano. O disco de estreia concorreu a cinco indicações ao Grammy Latino, incluindo Melhor Álbum, Revelação do Ano e Melhor Composição.
— A música você não cria, você pega ela no ar, resume, citando que seu processo de composição parte de fragmentos de harmonias e melodias estudadas na guitarra.
— Eu crio a estrutura instrumental e ponho as histórias em cima.
Após Xadrez urbano (2013), o artista lançou o álbum Mario Ghanna em 2014, também de forma independente. Agora, com seu primeiro contrato com uma gravadora, o músico se prepara para lançar o terceiro álbum.
— Será um compilado de músicas dos dois primeiros discos, mas com músicas regravadas e novos arranjos, diz. A previsão é que o novo disco, pela gravadora BRMusic Group, chegue ao mercado nesse final de ano.
Mario Ghanna, que aproveitou sua licença da Procuradoria de Joinville para participar da gravação do Cartão de Visita, foi recebido pelo diretor nacional institucional Zacarias Pagnanelli e esteve com a jornalista Patrícia Costa que apresenta a previsão do tempo.