O Brasil já figura como um dos quatro maiores mercados de motocicletas do mundo. O crescimento da frota nacional entre 1998 e 2015 cresceu 751,39%, saindo de pouco mais de 2 milhões de unidades circulantes para quase 24 milhões de motocicletas, segundo dados da ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.
O veículo de duas rodas a motor é indubitavelmente uma alternativa de mobilidade urbana seja pela eficiência energética, já que consome pouco combustível, seja por sua agilidade de deslocamento, todavia, ocupa pouco espaço na via pública e consegue trafegar entre as faixas de rolamento, somado a isso seu baixo valor de aquisição e manutenção tornando-se atraente quando comparado ao caro transporte público de qualidade duvidosa.
Se o então Presidente FHC acertou ao vetar o artigo 56 do CTB, permitindo a motocicleta trafegar entre os carros, o mesmo não se pode afirmar da Presidente Dilma que em conjunto com o Congresso Nacional ignorou tal veículo na Política de Mobilidade Urbana caminhando na contramão de países como França, Itália, Espanha, Portugal que incentivam o deslocamento de motocicleta e scooter com outros modais como transporte ferroviário, oferecendo bolsões de estacionamento gratuito.
O recado político dessa exclusão como alternativa ao meio de transporte: o problema não é nosso!
Com ingredientes como política de trânsito equivocada, falta de educação e cultura de segurança de trânsito e de duas rodas, falta de fiscalização e de punição, hoje o trânsito brasileiro mata mais do que qualquer outra guerra no mundo com números assustadores que ultrapassam 40 mil mortes/ano.
E a moto hoje, equivocadamente, a grande vilã, já que mais da metade dos leitos hospitalares no Brasil estão ocupados por acidentados e, segundo o DPVAT, 76% das indenizações pagas por tipo/veículo é com motocicleta.
Equivocadamente porque a moto sozinha não faz nada, assim como o automóvel, o avião, dentre outras máquinas.
2015 foi um ano difícil, mas o Projeto Motociclismo com Segurança com apoio de ABRACICLO, Kawasaki, Triumph, BMW e Yamaha dentre os fabricantes de motocicleta e Shark, Zeus, Tacna, LS2, Norisk, HLX dentre importadores e fabricantes de equipamentos de segurança e espaços como no Moto.com.br, na ANFAMOTO, SuperTopMotor, R7, Cartão de Visita, atendemos diretamente pouco mais de 8 mil pessoas em pouco mais de 30 palestras, aulas de ponto cego e demonstrações de frenagem e atingimos via rede intranet das empresas mais de 200 mil pessoas. Só na BRF – Brasil Foods conta com 100 mil funcionários que tiveram acesso a informação por um trânsito mais humano, o uso adequado da motocicleta, importância dos equipamentos de segurança e de um bom capacete, o dever de estar sóbrio e respeitar as leis de trânsito e o lema do projeto difundido em todas as palestras: “Não há razão quando se ganha uma lesão”; Ou seja, de nada adianta o motociclista estar com razão em um cruzamento cujo farol estava verde ou a preferencial era sua se, por ventura, outro veículo não respeitar e ele levar a pior.
A carência por informação é enorme a ponto de meu e-mail ficar abarrotado com perguntas até mesmo onde comprar o capacete, jaqueta, luvas que estava utilizando, como proceder com manutenção, como lubrificar uma relação, qual calibragem de pneu, etc...
É possível fazer muito mais, para isso é necessário maior apoio e patrocínio, afinal de contas, todas as ações realizadas na BRF – Brasil Foods, Hospital Israelita Albert Einstein, Positron, Magneti Marelli, Faculdade Anhanguera e Perkons foram gratuitas, isso mesmo, não foi cobrado um só tostão do tomador da prestação de serviço. E a assessoria de imprensa VGCOM cuidou de divulgar as ações na imprensa e redes sociais.
A demanda existe, os acidentes de trabalho in itinere ou de trajeto aumenta assustadoramente, segundo dados de algumas empresas, acidentes de trajeto de funcionários com motocicleta representam 60%, 15% atropelamento, 20% com automóvel e 5% com fretado ou transporte público.
Nesse contexto o Projeto Motociclismo com Segurança pode colaborar com as empresas e com todo o setor de duas rodas levando cultura de segurança de trânsito e de duas rodas para diminuir os trágicos números, que segundo estudos, que não obtive autorização para revelar a fonte, a cada acidente fatal, sete pessoas se afastam do motociclismo.
Reverter esta situação é uma questão de sobrevivência do setor e investir no institucional passa pelo apoio e ou patrocínio de ações de grande relevância social onde a marca será lembrada no momento da aquisição de um produto.
2016 já começa com o Projeto a todo vapor, mantendo as ações nas empresas já atendidas e iniciando outras como na Rede Record, veículo da mídia que passo a colaborar no site Cartão de Visita.
Que 2016 seja melhor que 2015 e que consigamos realizar um motociclismo mais humano com menos acidentes e mais atenção do Poder Público.