Cultura - Teatro

Peça Matéria Obscura estreia dia 22, quarta, 22h no projeto de ocupação do Teatro Eugenio Kusnet

14 de Outubro de 2014

 

Pioneiro no Brasil ao entrelaçar no palco a arte e a ciência, o Núcleo Arte Ciência no Palco da Cooperativa Paulista de Teatro prossegue com seu programa de ocupação do Teatro de Arena Eugênio Kusnet até março de 2015. O novo espetáculo que estreia dia 22 de outubro, para temporada às quartas e quintas, às 21 horas é MATÉRIA OBSCURA.

Matéria Obscura - Quartas e quintas, às 21h

O espetáculo tem dramaturgia de Carlos Palma e Oswaldo Mendes, direção de Rubens Velloso e elenco formado por Carlos Palma, Oswaldo Mendes, Adriana Dham e Rogério Romera. Com 70 minutos, a trama acontece no mágico intervalo entre a vigília e o sono.

Fragmentos de personagens e episódios da ciência desafiam quatro atores a responder à provocação de Bertolt Brecht: para quê fazer teatro? Despertos, eles percebem que, quando se iluminam os caminhos que levam a uma crescente - embora ainda distante - compreensão da Natureza e do Universo, mais se revelam os aspectos obscuros condição humana.

Para Oswaldo Mendes,”a ciência formula perguntas para encontrar respostas, já o teatro usa as respostas para formular perguntas. Assim, se a divisão do átomo encantou os cientistas pelas perspectivas que abriu ao domínio dos fenômenos naturais, aos artistas do teatro ela impôs novas e urgentes perguntas, que dizem respeito ao nosso destino e ao destino do Planeta”.

De acordo com Carlos Paula, “se os avanços da ciência nascem da necessidade; os do teatro, da urgência. Ele não se ocupa da posteridade, ainda que alguns de seus poetas permaneçam nossos contemporâneos mesmo tendo vivido há séculos, como Ésquilo e Shakespeare, cujas obras nos ajudam a entender a nossa relação com o mundo em que vivemos”.

Se a Natureza é passível de ser transformada, como diz a ciência, cabe ao teatro da era científica mostrar que também, e principalmente, as relações entre os homens podem e devem ser objeto de constantes transformações. Se a ciência nos ensina que a beleza e a riqueza da vida neste Planeta são frutos das diferenças e da diversidade, cabe ao teatro a afirmação da urgência de se respeitarem as diferenças e a diversidade nas relações entre indivíduos e grupos sociais. Ao mesmo tempo em que alerta para os riscos dessa mesma ciência que gera progresso criar abismos de desigualdades perversas entre as pessoas, prolongando injustiças ditadas pelo poder político e econômico.

Como a matéria escura – que ocupa boa parte do Universo, mas ainda não se sabe o que é –, a existência da matéria obscura do teatro também se comprova pela força gravitacional que exerce, em sua capacidade histórica de investigar a condição humana até as últimas consequências. Assim, os enunciados transformadores formulados pela ciência, da teoria de Darwin ao princípio da Incerteza de Heisenberg, sugerem que o teatro tenha a coragem de romper com narrativas, e padrões de narrativa, e atirar-se na surpreendente zona obscura das conexões impostas por novas temáticas e novos questionamentos. A um novo Homem impõe-se um novo Teatro. Qual? É o que nos cabe investigar.

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia: Carlos Palma e Oswaldo Mendes. Direção: Rubens Velloso. Elenco: Carlos Palma, Oswaldo Mendes, Adriana Dham e Rogério Romera. Iluminação: Rubens Velloso. Figurino e produção executiva: Carolina Semiatzh. Cenário e Trilha Sonora: Núcleo Arte Ciência no Palco. Faixa etária recomendada: acima de 14 anos. Duração 70 minutos. Temporada - Quarta e quinta, 21 horas.Estreia 22 de outubro

 

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