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Os pequenos e médios laboratórios privados são responsáveis por exames que auxiliam tratamentos realizados pelo SUS, sobretudo em regiões do interior do país. No entanto, por conta dos baixos valores que recebem do Ministério da Saúde pelos exames que realizam, essas instituições não estão podendo arcar com os custos inerentes ao seu funcionamento. Endividadas, muitas delas estão sendo incorporadas por grandes empresas do setor.
– Se o panorama não mudar, chegará o momento em que poucos laboratórios vão realizar todos os exames. Os gigantes do mercado vão impor sua vontade e o consumidor sairá desfavorecido –, afirma Irineu Grinberg, presidente da SBAC. Segundo Grinberg, o agravamento desta situação terá impacto direto na qualidade dos serviços de saúde, principalmente em pequenos municípios.
O repasse para exames de dosagem de glicose no sangue, um dos mais importantes para diagnósticos médicos, é de R$ 1,85, enquanto laboratórios particulares cobram R$ 15.
– Os valores [repassados pelo Ministério da Saúde] não são suficientes para custear os gastos com materiais básicos, como seringa descartável, álcool, algodão, curativo, funcionários e toda a estrutura para atendimento e realização dos exames. Em contrapartida, a inflação só aumenta e os gastos dos laboratórios se multiplicam ao longo dos anos –, enfatiza Irineu Grinberg, que não descarta a possibilidade de uma paralização dos profissionais do setor. – Os laudos laboratoriais são responsáveis por 70% dos diagnósticos clínicos e 90% dos critérios de cura, alta hospitalar ou acompanhamento terapêutico do paciente. Já imaginou se os laboratórios conveniados decidissem parar? O caos na saúde estaria instalado.
