Com apresentação de Ivan Proença, livro retrata os personagens que fazem o samba pulsar nas comunidades do Rio de Janeiro e homenageia o pesquisador Luís Fernando Vieira
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O samba, reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, ganha uma nova homenagem literária com o lançamento de Eu sou do Samba, de José Leonídio Pereira. A obra reúne contos e crônicas que mergulham, de forma inédita, nas histórias de quem constrói, com suor, alegria e talento, o espetáculo das Escolas de Samba. São vozes anônimas – mestres-salas, porta-bandeiras, ritmistas, compositores, passistas, carnavalescos – que mantêm vivo o espírito do carnaval carioca. A musicalidade e a emoção atravessam cada página da obra, construindo um retrato íntimo do Brasil que canta, dança e resiste. O livro lança luz sobre esses protagonistas pouco lembrados, que reforçam tradição e reinventam o carnaval ano após ano.
A chegada de Eu sou do Samba (Autografia) terá sessão de autógrafos, exposição de quadros da artista plástica Branca Paixão e apresentação musical de Maria do Céu e Marcos Amma, que, juntos, com voz e percussão, interpretam clássicos da MPB, entre outras composições, dia 28/11, na Urca, num ambiente icônico e aristocrático, a partir das 19h. Em 13/12, uma segunda sessão de autógrafos será realizada na Sede Social do Condomínio Riveira, na Barra da Tijuca, às 19h, também com exposição dos quadros de Branca Paixão e exibição do conjunto Dois de Azul e Branco, sob o comando de Márcio Carvalho e Jorge do Batuque, da Ala de Compositores da Portela.
O lançamento coincide com as vésperas da celebração do Dia Nacional do Samba, em 2 de dezembro, e antecipa o clima dos ensaios técnicos e preparativos para o Carnaval de 2026. Em um momento em que o país reafirma a importância da cultura popular e das expressões de identidade, a obra surge como testemunho vivo da força do samba no Rio de Janeiro e no Brasil.
O livro é dedicado à memória de Luís Fernando Vieira, pesquisador e escritor que colocou sua vida à disposição da cultura popular brasileira. Leonídio homenageia o amigo com gratidão e afeto. Proença escreve sobre a homenagem: “Nosso companheiro Luís, que convidei para lecionar na Facha e integrar o Conselho de Carnaval da RioTur que presidi... conhecia como poucos os meandros das Escolas de Samba. Eu sou do Samba é uma merecida homenagem ao inesquecível irmão em brasilidade”.
Para Ivan Proença, escritor e ensaísta, o Eu sou do Samba é como uma viagem pela essência do samba. Em suas palavras, “as narrativas revelam que, por mais que se transfigure o carnaval em nome do progresso, sempre haverá o improviso criativo, o compositor fiel ao seu ofício, a velha guarda benditamente ranzinza e o sambista do pé”. Proença destaca que o livro de Leonídio contempla tanto a visão moderna do esplendor carnavalesco quanto as cenas e personagens épicos e líricos que habitam os bastidores das Escolas.
“Muito se aprende aqui sobre as estruturas e o cotidiano de uma Escola de Samba. Há didatismo, há africanismos, há fraternidade. Porque se discutirmos identidade cultural brasileira, inevitavelmente estaremos falando de samba. Afinal, nós somos o samba”, elucida Proença.
Mais que literatura, este é um livro que dialoga com o presente, um convite à memória coletiva — um tributo aos que fazem o carnaval acontecer longe dos holofotes e destinado a jovens e adultos que reconhecem no samba a alma carioca e brasileira e que se interessam por Samba, carnaval, desfiles, Marquês de Sapucaí, mestres-salas e porta-bandeiras, rainhas de bateria, compositores, passistas, carnavalescos, história, Brasil.
O Rio de Janeiro - onde o carnaval da Marquês de Sapucaí, inaugurado em 1984, é o palco em que essa força ganha corpo, cor e som, movimentando comunidades inteiras e uma economia criativa que envolve milhares de profissionais - ganha mais um retrato sensível de sua maior expressão cultural com o lançamento de “Eu sou do Samba”, obra que dá voz aos personagens que fazem o espetáculo acontecer. O livro reúne histórias curtas que celebram o jeito carioca de ser e a força de um patrimônio que ultrapassa gerações.
Entre lembranças e afetos, José Leonídio traz também passagens simbólicas, como o encontro no Jongo da Serrinha, herança viva do Quilombo de São José, onde o samba e a ancestralidade se unem em celebração. Os personagens representam suas origens em bairros cariocas do subúrbio, entre outros, Madureira, Serrinha, Cavalcanti, Padre Miguel, Tijuca e Mangueira.
Mais do que falar do carnaval, a obra mergulha na vida real de quem o constrói. O autor se coloca como um desses anônimos — alguém que vive o samba de dentro, com o coração marcado no compasso do surdo, como revela o trecho da contracapa:
“O coração é meu surdo ─ Tum-Tá, o som da minha vida. Mas a primeira marcação que ouvi foi o coração da minha mãe vibrando no ritmo do surdo... Sou o surdo rei da minha escola”, emociona-se José Leonídio.
O AUTOR:
José Leonídio Pereira é escritor, com oito livros já lançados, além de contos e crônicas em antologias e publicações diversas, professor e médico e deu seus primeiros passos nas letras com enredos para a Escola de Samba Em Cima da Hora e colaborou, por solicitação desses, com outras Escolas de Sambas e Blocos. Entre antologias, contos e livros publicados está o "Enredando ilusões", uma coletânea de sinopses de enredos apresentados desde 1984, que deram origem a Sambas de Enredo.
Sua obra "Safiras de Candinho" tem como cenário o bairro carioca onde nasceu, Cavalcanti, berço da Escola “Em Cima da Hora”, que realizava ensaios na rua e os bailes nos clubes nos finais de semana.
É carioca, estudioso da diversidade que representa a Guanabara há mais de 20 anos, adora Música Popular Brasileira, principalmente Samba de Raiz, de Enredo e Pagode. É amante das Escolas de Samba, mas seu coração bate ao som do Surdo da Em Cima da Hora.
SERVIÇO:
Título: Eu sou do Samba
Autor: José Leonídio
Gênero: Contos / Crônicas
Formato: 15,5 x 23cm
Preço: R$ 41,50
SESSÕES DE AUTÓGRAFOS:
28/11, às 19h, Chez Evanio, na Urca/Rio de Janeiro.
13/12, às 19h, no Condomínio Riviera (Sede Social) – Rua Rosalina Brand, 200 – Barra da Tijuca / Rio de Janeiro.
