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Na véspera do TMA Brasil, o Hotel Tivoli Mofarrej recebeu a primeira edição do REACT Brasil – Reestruturação, Ativos, Crédito e Transação Tributária, reunindo cerca de 150 executivos do mercado financeiro, advogados, gestores e representantes do setor empresarial.
O fórum destacou a crescente profissionalização do ecossistema de reestruturação no país e tratou do desafio de integrar três dimensões essenciais do turnaround: capital, governança e regularização fiscal.
Realizado estrategicamente antes do maior congresso de reestruturação da América Latina, o evento enfatizou o novo ciclo do crédito em situações especiais no Brasil, em que o uso combinado de instrumentos como DIP financing, transação tributária, venda de ativos e securitização da dívida ativa tem sido decisivo para preservar valor e destravar liquidez.
“Hoje, a reestruturação é tratada como mecanismo de eficiência econômica. A coordenação entre soluções fiscais e financeiras se tornou indispensável para que empresas viáveis atravessem a crise e retomem sua competitividade”, afirmou André Rocha, co-idealizador do REACT Brasil e sócio-fundador da Triunfae.
O evento trouxe ainda uma perspectiva de evolução normativa, considerando marcos como os 20 anos da Lei 11.101/05, os 5 anos da Reforma pela Lei 14.112/20 e os 5 anos da Transação Tributária, instrumentos que reforçaram segurança jurídica e previsibilidade para credores e investidores.
Participaram dos debates representantes do mercado especializado, a exemplo de Renan Silveira (Okno Capital). Segundo ele, o amadurecimento institucional transformou a percepção de risco dos investidores:
“As reformas recentes e o avanço do mercado de distressed assets fizeram com que a recuperação judicial deixasse de ser tabu. Hoje ela é, de fato, uma alternativa sólida e amplamente utilizada para reorganização empresarial e entrada de capital especializado”, destacou.
Protagonismo e continuidade
O impacto econômico da inadimplência no país reforça a urgência do tema. Mais de 6 milhões de empresas estavam endividadas em 2024, segundo dados da Serasa Experian. Para André Rocha, o setor vive um momento decisivo:
“O REACT nasce como espaço para convergir soluções. Empresas, credores, investidores e o Fisco já dispõem de mecanismos mais maduros. O desafio agora é integrá-los em prol da preservação de valor e da economia real.”
O evento passa a ser anual, sempre no dia anterior ao TMA Brasil, com a próxima edição já confirmada para 2 de novembro de 2026, novamente em São Paulo.
Sobre André Rocha
Bacharel e MBA em Administração e Mestre em Direito dos Negócios. Vice-presidente do IBRA e consultor do Banco Mundial. Foi coordenador acadêmico internacional do IBAJUD e integra entidades como TMA, INSOL e IIDC.
É autor do livro “O Combate à Fraude na Recuperação Judicial” (Thomson Reuters) É sócio-fundador da Triunfae, boutique especializada em estratégia, turnaround, governança e reestruturação de empresas.
