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Antes que vire litígio: Álvaro Luiz Carvalho da Cunha ensina prevenção nas relações de trabalho

15 de Outubro de 2025

Com três décadas de atuação, o advogado defende processos claros, documentos bem feitos e uma ética centrada na dignidade humana como antídotos para conflitos trabalhistas

Foto: Divulgação

O processo costuma bater à porta quando a conversa falhou, os registros se perderam e a gestão se afastou do que estava escrito. Nas relações de trabalho, essa fratura cobra caro de equipes e instituições. É nesse ponto que a prevenção deixa de ser discurso e se torna método. Para o advogado Álvaro Luiz Carvalho da Cunha, inscrito na OAB do Rio, do Distrito Federal e de Minas, prevenir é organizar a vida do trabalho com precisão e respeito.

Sua experiência se firmou na defesa e consultoria em ações trabalhistas complexas, especialmente para escolas, organizações sociais e Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, mantenedora da Rede Piedade de Educação. Ele conhece de perto o impacto de uma escala mal planejada, de um regulamento incompleto, de uma comunicação truncada entre gestão e profissionais. “Política interna clara e contrato bem escrito são formas de cuidado. Quando as regras são compreendidas por todos, o conflito perde força”, afirma.

A prevenção, em sua rotina, começa com um mapa de riscos. É olhar para carga horária, acúmulo de funções, adicionais, critérios de avaliação, canais de atendimento a demandas internas. Em instituições de ensino, significa tratar formalmente substituições, jornadas de professores, deveres de coordenação e fluxos de comunicação com alunos e famílias. Em entidades sociais, envolve separar o que é voluntariado do que é vínculo empregatício, sem ambiguidade.

 

Entrega oficial do Protocolo da Rede Piedade de Educação  — documento de Prevenção a Abusos Sexuais de Menores e Pessoas Vulneráveis,  elaborado com minha supervisão e orientação jurídica, ao Bispo da Arquidiocese de Brasília (DF). Na foto, ao lado da Irmã Ribamar, então diretora do Instituto São José, em Sobradinho (DF).

Há temas sensíveis que funcionam como termômetro. Estabilidade provisória, aposentadoria especial e justa causa são exemplos de pontos que pedem critério, registro e orientação prévia. Quando tratados de maneira técnica e transparente, reduzem disputas. Quando ignorados, alimentam contestações que se arrastam. “A prova nasce do cotidiano. Recibos, atas e notificações corretas não servem para punir, servem para proteger pessoas e decisões”, diz o advogado.

A escrita jurídica, para ele, precisa ensinar. Suas peças se apoiam em jurisprudência e doutrina, com linguagem didática e posição firme. Não é um exercício de erudição isolada, é um instrumento para orientar o juiz e, sobretudo, para devolver previsibilidade às instituições. Essa mesma lógica aparece nos pareceres que subsidiam decisões difíceis, como reorganizações de quadro, políticas de trabalho remoto e atualização de regulamentos.

Quando o conflito é inevitável, a estratégia muda de estágio, mas não de princípios. A postura combativa se alia a um centro ético que valoriza a dignidade da pessoa envolvida. Em sua trajetória, estão vitórias expressivas, como a reversão de condenações milionárias e a condução de casos que discutem estabilidade, aposentadoria especial e justa causa. O objetivo não é vencer a qualquer preço, é buscar a solução que faça sentido jurídico e humano.

O trabalho alcança o campo institucional. Contratos, políticas e regulamentos que ele elabora servem de base para decisões de longo prazo e para a governança de escolas e organizações sociais. Ao lado disso, a integração com áreas de consumo e proteção de dados fecha um círculo de segurança que reduz riscos cruzados, de cobranças indevidas a incidentes envolvendo informações pessoais.

A mensagem que atravessa sua prática é simples, embora exigente. Prevenção demanda método, rotina e coerência. Exige que o documento espelhe a vida real e que a vida real cumpra o documento.

Direito do trabalho é relação humana em movimento. Quando a gestão respeita a pessoa e a lei, o litígio deixa de ser regra e vira exceção”, resume Álvaro.

No fim, a prevenção bem-feita não é invisível, é percebida no que continua funcionando. Equipes estáveis, projetos que não param, decisões que resistem ao tempo. O contencioso existe e tem seu lugar, porém perde o protagonismo quando a instituição escolhe clareza e responsabilidade. É essa a lição que o advogado oferece: cuidar do trabalho antes do conflito é um compromisso com a missão de quem ensina, acolhe e serve.

 

*Colaboração Radija Matos

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