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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba adota sistema beira-leiro

12 de Setembro de 2025
Foto: judy beth morris / unsplash
 

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba implantou um sistema de monitoramento beira-leito que promete modernizar o atendimento hospitalar e reforçar a segurança de pacientes internados, especialmente idosos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto, batizado de Santa Casa Tecnológica, recebeu aporte de R$3,1 milhões do Fundo Estadual dos Direitos do Idoso (FIPAR/PR), em parceria com o Governo do Paraná. Segundo Mirella Massolo, Diretora Técnica do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, "o principal objetivo é identificar precocemente a deterioração clínica dos pacientes, reduzindo riscos e aumentando a qualidade do cuidado."

Tecnologia para agilizar diagnósticos

O sistema permite registrar automaticamente sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura e oxigenação, diretamente no leito hospitalar. Os dados são integrados ao prontuário eletrônico e podem ser acessados por médicos e enfermeiros em computadores e celulares.

Vanessa Barros da Silva, Gerente Assistencial do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, destaca que "essa integração permite que nossa equipe se concentre na assistência direta, enquanto o sistema monitora continuamente os sinais vitais, trazendo agilidade e segurança ao atendimento."

Segundo a instituição, a tecnologia acelera diagnósticos, possibilita respostas mais rápidas em situações críticas e reduz o risco de complicações. Além disso, elimina anotações manuais e libera mais tempo da equipe para o cuidado direto com os pacientes.

Como funciona na prática

Antes da implantação, os profissionais de saúde precisavam realizar a checagem dos sinais vitais manualmente, registrando cada dado em fichas físicas ou diretamente no sistema após a coleta. Esse processo, além de mais demorado, estava sujeito a falhas humanas e à perda de informações em momentos críticos.

Com a nova tecnologia, sensores instalados nos equipamentos de monitoramento registram automaticamente cada parâmetro clínico e enviam os dados em tempo real para uma central digital. Essa integração permite que médicos e enfermeiros acompanhem a evolução clínica do paciente de forma contínua, facilitando a tomada de decisões rápidas e embasadas.

Ao todo, a Santa Casa de Curitiba conta com 35 monitores, dois dispensários eletrônicos de medicamentos e 91 carrinhos para medicação e checagem. Como explica Mirella Massolo, "essa modernização reduz eventos relacionados à cadeia medicamentosa e à deterioração clínica do paciente, além de otimizar o uso de leitos e permitir atender mais pacientes de forma eficiente."

De acordo com especialistas em gestão hospitalar, a digitalização desse processo representa um avanço na segurança do paciente, pois reduz a chance de atrasos em diagnósticos e amplia a eficácia das intervenções médicas.

Humanização com apoio da tecnologia

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba destaca que o projeto também fortalece o atendimento humanizado, ao garantir monitoramento contínuo dos idosos internados. A expectativa é que a inovação contribua para reduzir o tempo de internação, aumentar a qualidade de vida dos pacientes e ampliar a segurança dentro do hospital.

O modelo já foi implementado em Santas Casas de cidades como Santos (SP) e Porto Alegre (RS), onde demonstrou ganhos em eficiência e redução de complicações clínicas. Com a adesão em Curitiba, a instituição espera alcançar resultados semelhantes.

Impactos esperados

Entre os avanços projetados pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba com a implantação do sistema estão:

  • Redução do tempo de internação de idosos.
  • Melhor aproveitamento de leitos hospitalares.
  • Detecção precoce de complicações clínicas.
  • Maior eficiência da equipe médica e de enfermagem.
  • Uso mais racional de recursos públicos.

Benefícios para a rede pública

Especialistas ressaltam que a modernização traz impactos diretos também para a rede pública de saúde. Ao reduzir complicações e encurtar o tempo de internação, o sistema libera leitos mais rapidamente, permitindo atender um maior número de pacientes com os mesmos recursos disponíveis.

Além disso, a automação ajuda a diminuir custos decorrentes de internações prolongadas ou de procedimentos adicionais necessários em casos de agravamento clínico. Na prática, isso significa melhor gestão de verbas públicas e maior eficiência no atendimento prestado pelo SUS.

Tendência de digitalização na saúde

A implantação do sistema beira-leito em Curitiba acompanha uma tendência crescente de digitalização hospitalar no Brasil e no mundo. Hospitais de grande porte já investem em prontuários eletrônicos, inteligência artificial e soluções de monitoramento remoto como ferramentas para melhorar a qualidade da assistência e otimizar recursos.

No entanto, especialistas apontam que levar essas tecnologias para instituições filantrópicas representa um desafio maior, devido ao alto custo de implementação. Nesse sentido, a iniciativa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba se destaca por conciliar inovação com compromisso social, uma vez que a maior parte de seus pacientes é atendida pelo SUS.

Segundo dados do setor, o uso de tecnologias de monitoramento contínuo pode reduzir em até 20% os casos de complicações em pacientes críticos e aumentar significativamente a eficiência operacional. Esse tipo de resultado reforça a importância de expandir o modelo para outras unidades hospitalares do país.

Tradição e modernização

Com mais de um século de história, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba busca equilibrar tradição filantrópica e inovação tecnológica. A instituição afirma que a iniciativa reforça sua missão social ao mesmo tempo em que consolida sua posição como referência em saúde no Paraná.

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