Especialista do IDOMED lista nutrientes que fazem diferença na redução ou prevenção do colesterol elevado
Você sabia que mais da metade dos brasileiros não sabe dizer quais são seus níveis atuais de colesterol? Esse dado fez parte da pesquisa “O que o Brasileiro Sabe sobre o Colesterol”, conduzida pelo Instituto Ipsos, em parceria com a farmacêutica Sanofi, a pedido do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O levantamento revela que 67% da população desconhece suas próprias taxas, evidenciando a falta de atenção a um indicador tão importante para a saúde.
O que muitos já conhecem é que alguns alimentos são considerados grandes vilões e responsáveis, em parte, por elevar as taxas de LDL-C (lipoproteína de baixa densidade), popularmente conhecido como colesterol ruim. Porém, pouco se fala sobre evidências que apontam para alimentos capazes de ter o efeito contrário: reduzir as taxas de colesterol no organismo.
Esses alimentos são fundamentais na dieta do brasileiro, especialmente porque cerca de 40% da população adulta apresenta colesterol elevado, segundo a SBC. Seja para diminuir os níveis já alterados ou, melhor ainda, prevenir o problema, a nutricionista e professora do IDOMED, Rafaelly Raiane, dá dicas sobre quais nutrientes e em quais alimentos eles podem ser encontrados para afastar o colesterol alto/ruim.
Segundo a especialista, “a prioridade é reduzir o consumo de gorduras saturadas e gorduras trans, mais do que se preocupar com a contagem do colesterol na dieta. Algumas evidências científicas recentes mostram que padrões alimentares equilibrados e escolhas específicas podem reduzir o LDL-C e melhorar o perfil lipídico, otimizando os níveis de gordura”, explica Rafaelly.
OPÇÕES
Na busca pela redução das taxas de colesterol, um dos caminhos é optar por alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, cevada, leguminosas e frutas (a maçã é um bom exemplo). “Esse hábito alimentar estimula a formação de um gel no lúmen intestinal, que se liga aos ácidos biliares, aumenta sua excreção e obriga o fígado a utilizar colesterol para sintetizar mais bile”, explica a docente. Estudos recentes mostram que aproximadamente 3 g/dia de β-glucana (tipo de fibra solúvel presente na aveia e na cevada) reduzem o LDL-C e o colesterol total.
Outra alternativa importante é o consumo de alimentos ricos em esteróis vegetais. De acordo com a nutricionista, estudos comprovam a redução de 6 a 12% no LDL-C com a ingestão diária de 1,5 a 3 g, obtida por meio de frutas, vegetais, leguminosas, óleos vegetais e outros alimentos de origem vegetal.
Para quem já apresenta níveis elevados de colesterol, uma substituição se mostra indispensável: trocar gorduras saturadas por gorduras insaturadas. “Isso significa substituir alimentos ultraprocessados e gordurosos por azeites e outros óleos não tropicais e por oleaginosas como castanhas, nozes e amêndoas, além de abacate e peixes”, completa a profissional. Segundo ela, essa mudança reduz o LDL-C e favorece o aumento do HDL-C (lipoproteína de alta densidade), conhecido como “colesterol bom”, em dietas de padrão cardioprotetor.
Por fim, uma última dica da especialista: em uma dieta voltada para reduzir o colesterol ruim, os peixes ricos em ômega-3, como sardinha, salmão e cavala, são excelentes aliados. Eles reduzem a síntese hepática de VLDL ("Very Low Density Lipoprotein", ou Lipoproteína de densidade muito baixa.