Ex-atleta premiado, Yudi Hayashi voltou à WorldSkills como treinador — e assumiu papel inclusivo ao preparar um aluno com TDAH para o cenário internacional.
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Foto: Divulgação |
O nome de Yudi Hayashi ecoou com força no universo da educação profissional quando, em 2017, conquistou um certificado de excelência na modalidade de Jardinagem e Paisagismo na WorldSkills — a mais prestigiada competição internacional do setor técnico e tecnológico. Anos depois, ele retornou ao evento, desta vez integrando a equipe brasileira como técnico e mentor de uma nova geração.
A WorldSkills, conhecida como a “Olimpíada das Profissões”, é realizada a cada dois anos, reunindo milhares de competidores de dezenas de países em desafios que reproduzem situações reais da indústria e dos serviços, funcionando como um termômetro global da formação técnica.
Em 2017, o Brasil alcançou o 2º lugar geral por pontuação, com mais de 15 medalhas e 26 certificados de excelência conquistados por jovens talentos do SENAI e do SENAC. A conquista de Hayashi não apenas marcou sua trajetória pessoal, como também simbolizou o nível de qualidade da educação profissional brasileira.
Graças à sua performance exemplar — reconhecida pela precisão técnica, domínio botânico e capacidade de execução sob pressão —, Yudi assumiu posição de destaque como técnico-chefe da seleção brasileira na modalidade. Entre suas atribuições, destacou-se um gesto de inclusão: a orientação do jovem Matheus Carolino Rodrigues, competidor da modalidade Construção em Alvenaria, diagnosticado com TDAH.
Segundo Yudi, “durante as aulas de construtor, percebi que o Matheus era extremamente focado nas atividades práticas, diferente de outros alunos. Ao saber que ele já tinha sido atleta de atletismo pela ABDA, senti confiança para convidá-lo a treinar para a WorldSkills. Ele tinha habilidades excepcionais em algumas tarefas, mas enfrentava dificuldades em outras, e acabou se abrindo sobre o problema. Decidi estudar o assunto e adaptar o treinamento, porque via muito potencial nele. Foi o meu competidor que mais evoluiu em desenvolvimento e performance.”
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Foto: Divulgação |
O protagonismo de Yudi, transferido da atuação no canteiro para os bastidores pedagógicos, reforçou duas mensagens importantes ao Brasil: a relevância da educação profissional de alto nível e o poder transformador da inclusão. Com a vivência de quem já competiu sob pressão, ele soube adaptar o treinamento e potencializar o desempenho de um perfil que, historicamente, enfrentaria barreiras no ambiente competitivo.
Instituições como o SENAI, cujo investimento em infraestrutura e formação técnica se traduziu em resultados concretos como os de 2017, tiveram no retorno de Hayashi como treinador uma demonstração clara de compromisso com a continuidade, a excelência e a modernidade pedagógica.
Assim, a história de Yudi Hayashi — de campeão a mentor — tornou-se mais do que uma narrativa de sucesso individual. Foi o símbolo de uma educação técnica que evolui, respeita trajetórias, potencializa talentos e promove representatividade, abrindo caminho para novas conquistas do Brasil no cenário global das profissões técnicas.