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A revolução das redes sociais transformou para sempre a comunicação no Brasil

20 de Agosto de 2025

Foto: Divulgação

Lembro quando criei minha primeira conta no Orkut, em 2004. Quem diria que aquela rede social meio estranha, com suas "comunidades" bizarras e depoimentos constrangedores, seria só o começo de uma transformação gigantesca no Brasil? Hoje minha mãe, que mal sabia ligar um computador na época, manda áudios no WhatsApp e compartilha notícias no Facebook como se fosse jornalista. É impressionante como mudou tudo - e olha que nem faz tanto tempo assim.

Semana passada mesmo, cobrindo um evento de arte na Vila Madalena, me dei conta de como essa mudança é louca. Estava conversando com um fotógrafo veterano que reclamava sobre ter que ficar convertendo arquivo webp para png o tempo todo para mandar para os jornais, quando percebi uma influencer ao lado postando stories em tempo real. Enquanto o cara ainda estava mexendo no computador, ela já tinha milhares de curtidas e comentários. Pensei: "cara, o mundo virou de cabeça para baixo mesmo".

O novo ecossistema da informação brasileira

A situação hoje em dia é meio maluca, para falar a verdade. Li uma pesquisa esses dias que dizia que quase 150 milhões de brasileiros usam redes sociais - cara, é muita gente! Representa uns 70% da população, se não me engano. O que mais me chama atenção é ver minha tia de 65 anos mandando emoji no grupo da família e meu pai compartilhando vídeo no Facebook. Antes eles mal sabiam mandar SMS, agora estão lá comentando foto dos netos e discutindo política no WhatsApp.

Durante minha carreira, entrevistei centenas de personalidades, desde artistas até políticos, e uma mudança ficou evidente: todos precisaram se adaptar à linguagem das redes sociais. O que antes era exclusividade de assessorias de imprensa agora está nas mãos do próprio comunicador. Cantores respondem fãs diretamente no Instagram, políticos debatem pelo Twitter, e até mesmo apresentadores de TV tradicionais mantêm canais no YouTube.

Impactos na cultura e no entretenimento nacional

A influência das redes sociais na cultura brasileira vai muito além da simples comunicação. Elas se tornaram verdadeiras fábricas de tendências, moldando desde o vocabulário que usamos até os artistas que fazem sucesso. Fenômenos como o "viral do momento" criaram uma nova dinâmica na indústria do entretenimento.

Lembro-me de acompanhar o surgimento de diversos talentos que saltaram da obscuridade para o estrelato através de vídeos simples publicados no TikTok ou Instagram. Esse democratização da fama trouxe oportunidades inéditas, mas também desafios complexos para artistas consolidados que precisaram reinventar suas estratégias de comunicação.

A música brasileira, por exemplo, foi profundamente impactada. Sucessos são medidos não apenas pelas execuções no rádio, mas por challenges de dança, memes e compartilhamentos. Plataformas como Spotify e YouTube se tornaram os novos termômetros do sucesso musical no país.

Desafios e oportunidades para o jornalismo tradicional

Como profissional que transita entre o jornalismo tradicional e o digital, observo diariamente os desafios enfrentados pelos veículos de comunicação estabelecidos. A velocidade da informação nas redes sociais forçou uma adaptação radical nas redações brasileiras.

Matérias que antes levavam horas para serem produzidas agora precisam competir com posts instantâneos de influenciadores e usuários comuns. Essa pressão por velocidade, embora traga riscos relacionados à verificação de informações, também abriu espaço para formatos jornalísticos mais dinâmicos e interativos.

Programas de televisão tradicionais incorporaram hashtags, enquetes em tempo real e interação direta com o público através das redes. O próprio conceito de audiência se expandiu, incluindo engajamento digital como métrica fundamental de sucesso.

A democratização da opinião pública

Uma das transformações mais significativas que presenciei foi a democratização da opinião pública. Antes das redes sociais, o debate público era mediado principalmente por colunistas, comentaristas e formadores de opinião tradicionais. Hoje, qualquer cidadão pode expressar sua visão sobre temas relevantes e encontrar eco em milhares de pessoas.

Essa mudança trouxe benefícios evidentes, como maior diversidade de vozes e perspectivas. Minorias que raramente tinham espaço na mídia tradicional encontraram nas plataformas digitais um canal direto de comunicação. Movimentos sociais se organizam e mobilizam multidões através de simples publicações.

Por outro lado, a proliferação de informações não verificadas criou desafios inéditos. A responsabilidade de filtrar conteúdo confiável passou, em grande parte, para o próprio usuário, exigindo um nível de educação midiática que ainda está em desenvolvimento na sociedade brasileira.

O futuro da comunicação no país

Às vezes fico me perguntando o que vem por aí. Meu sobrinho de 15 anos já usa uns filtros de realidade aumentada que parecem coisa de filme, e eu aqui ainda tentando entender direito como funciona o algoritmo do Instagram. Dizem que a inteligência artificial vai mudar tudo de novo, mas será que a gente está preparado para mais uma revolução? Já estamos meio perdidos com essa atual.

Conheci uma jornalista veterana outro dia que estava desesperada. "Não consigo mais acompanhar", ela me disse. "Quando aprendo uma rede social, já inventaram outra." É complicado mesmo - quem trabalha com comunicação hoje vive numa correria doida entre ser rápido e ser confiável. Alguns conseguem, outros ficam pelo caminho. É meio cruel, mas é a realidade.

Agora, sobre o Brasil liderar alguma coisa... olha, a gente tem criatividade de sobra, isso é verdade. Só ver os memes que inventamos aqui e depois o mundo inteiro copia. Mas liderar? Não sei não. A internet aqui ainda é cara, muita gente não tem acesso decente, e a educação digital ainda engatinha. Talvez no futuro, quem sabe. Por enquanto, já está bom conseguir acompanhar o que está rolando.

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