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Futebol brasileiro ganha primeiro índice ESG e projetos para a Copa do Mundo Feminina 2027

18 de Agosto de 2025

Lideranças esportivas, empresariais e ambientais se uniram em São Paulo para integrar sustentabilidade e governança ao futebol brasileiro, mirando a Copa do Mundo Feminina de 2027

Ricardo Paul, vice-presidente da CBF, durante o Fórum

Museu do Futebol, em São Paulo, foi palco, no último dia 4 de agosto, do Fórum Sustentabilidade em Campo, encontro que reuniu líderes do esporte, empresários, especialistas em ESG e representantes de entidades nacionais e internacionais para discutir o futuro da sustentabilidade no futebol brasileiro. O evento marcou o início da criação do Índice Brasileiro de Sustentabilidade no Futebol e apresentou iniciativas voltadas ao legado socioambiental da Copa do Mundo Feminina de 2027.

De caráter restrito a convidados e imprensa, o fórum ocorreu durante a São Paulo Climate Week, um dos principais eventos da América Latina voltados ao enfrentamento da crise climática. Ao longo de oito painéis, foram debatidas estratégias para consolidar práticas ambientais, sociais e de governança no universo do futebol, buscando transformar ações isoladas em um movimento estruturado e mensurável.

“Já existem iniciativas importantes no esporte, impulsionadas por patrocinadores e clubes, mas de forma dispersa. Nosso objetivo é criar um parâmetro único e estratégico”, afirmou Marcelo Linguitte, presidente do Fórum e especialista em sustentabilidade. Ao lado dele, também lideram o projeto Cleila Teodoro, especialista em governança, finanças e comunicação sustentável, e Pedro Pugliese, empresário e fundador do Hub’sp, Hub Fiel e Ilhatec.

Entre os convidados de destaque esteve Paula Freitas, gerente sênior de sustentabilidade da FIFA, que destacou o potencial do índice para fortalecer a organização do Mundial. “No relatório de sustentabilidade de 2014, mapeamos ações que não conseguimos executar, e isso se transformou em lições de melhoria. Certamente, a criação do índice será um apoio importante para a realização da Copa do Mundo Feminina”, afirmou.

O vice-presidente da CBF, Ricardo Paul, ressaltou a capacidade única do futebol de influenciar comportamentos. “O futebol atravessa todas as barreiras. É fundamental aproveitar essa audiência para promover práticas sustentáveis”, disse. Ele citou ações recentes, como a gestão de resíduos no Campeonato Brasileiro, que em outubro permitirá que todo o plástico reciclado seja reutilizado na construção de uma quadra poliesportiva.

Índice Brasileiro de Sustentabilidade no Futebol está sendo estruturado para avaliar, anualmente, as práticas ESG dos 36 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Serão considerados 72 indicadores, classificados em quatro níveis de maturidade: inexistente, incipiente, presente não formalizado e maduro. A metodologia prevê que, após sua implementação no futebol, o índice possa ser adaptado a outras modalidades esportivas.

Pensando na Copa do Mundo Feminina de 2027, que será disputada no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Recife, o Fórum anunciou dois projetos estratégicos: a Rede de Monitoramento Cidadão, que reunirá agentes locais para reportar impactos positivos e negativos via aplicativo à CBF e à FIFA; e o Portfólio de Soluções, grupo de startups voltadas ao desenvolvimento de ferramentas para arenas e políticas públicas com foco em sustentabilidade e igualdade de gênero.

Para Linguitte, a ambição é clara: “Queremos deixar um legado tangível para as cidades-sede, garantindo que a população perceba ganhos reais e contínuos em áreas como mobilidade, combate ao racismo, inclusão e empreendedorismo feminino.”

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